preconceito exatamente pelas coisas boas que fez por São Paulo",
(Lula sobre Marta Suplicy em São Paulo)
As forças de esquerda que apóiam o governo Lula, seja de forma incondicional ou com posturas mais críticas, saíram-se bem no primeiro turno das eleições. O PT, com as suas várias tendências internas, foi o partido que mais cresceu. Dos atuais 391 prefeitos, pulou para 548, venceu em seis capitais e disputará em outras três. O PCdoB elegeu 39 prefeitos (em 2004 fez só 10), reelegeu o prefeito de Aracaju e concorrerá em São Luiz. O PSB pulou de 214 para 309 prefeitos, reelegeu dois em capitais e disputará outras três. E o PDT, mais acuado, subiu de 311 para 344 prefeitos.
Com base na crescente popularidade do presidente Lula e também nas experiências positivas de algumas administrações, além de outros fatores, o PT retomou sua trajetória eleitoral ascendente, recuperando-se da grave crise vivida em 2005-2006. Já o PCdoB, com a sua tática eleitoral mais ousada, apareceu com fisionomia própria em cidades-chaves, projetou lideranças e se cacifou na disputa pela hegemonia. E o “bloco de esquerda”, unindo por PSB, PDT e PCdoB, ganhou maior musculatura e pode exercer um papel mais incisivo na sua relação com o PT e o governo Lula.
Esforço para derrotar a direita
Na justa batalha por se firmar no cenário político, os partidos de esquerda nem sempre estiveram unidos nas disputas municipais. No geral, porém, predominou o bom senso nas alianças visando evitar vitórias da oposição liberal-conservadora. Este esforço garantiu, por exemplo, o apoio do PT aos comunistas em Aracaju e São Luiz. Já o PCdoB retirou as suas candidaturas próprias para impulsionar candidatos petistas mais bem situados em várias capitais. Sem esta conduta madura e unitária seria bem mais difícil a situação de Walter Pinheiro (BA) e Marta Suplicy (SP), só para citar dois casos emblemáticos. A união em Salvador ajudou a “dar uma surra” em ACM Neto.
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