A mídia em geral, no mundo e aqui principalmente - pela concentração escandalosa da propriedade nas concessões - é defensora do poder financeiro dominante.
A gravidade da situação no Brasil é a absoluta falta de regulação dessa mídia. Caluniam, fazem propaganda partidária, mentem, deturpam e destroem reputações sem nenhum escrúpulo. E nada se pode fazer se o próprio judiciário é refém dessa impunidade.
Ou o Brasil Democratiza a Mídia, ou a mídia acaba com o Brasil, entrega ao estrangeiro e joga a população na rua da amargura.
A classe média, reacionária, acha que vai lucrar com isso. Coitada, vai acordar na classe C ou D.
Recomendamos a leitura do texto publicado no Observatório de Imprensa:
A gravidade da situação no Brasil é a absoluta falta de regulação dessa mídia. Caluniam, fazem propaganda partidária, mentem, deturpam e destroem reputações sem nenhum escrúpulo. E nada se pode fazer se o próprio judiciário é refém dessa impunidade.
Ou o Brasil Democratiza a Mídia, ou a mídia acaba com o Brasil, entrega ao estrangeiro e joga a população na rua da amargura.
A classe média, reacionária, acha que vai lucrar com isso. Coitada, vai acordar na classe C ou D.
Recomendamos a leitura do texto publicado no Observatório de Imprensa:
Jornal Nacional e a manipulação de contextos nas notícias,
por Carlos Castilho , qua, 16/03/2016, no Observatório de Imprensa
Do Observatório da Imprensa
Por Carlos Castilho
Se há um veículo de comunicação na
imprensa brasileira que costuma levar a manipulação da informação ao seu
estágio mais sofisticado, este é o principal telejornal de Rede Globo de Televisão.
Há muito tempo que o JN reduziu a prioridade pela notícia para
enfatizar programas e eventos envolvendo interesses comerciais da
empresa , bem como o proselitismo aberto em favor das causas
político-financeiras apoiadas pelas Organizações Globo.
No terreno comercial a emissora dedica
cada vez mais espaço em seus noticiários para promover novelas, shows
musicais, eventos esportivos e iniciativas de seu interesse direto. O
espaço para informações sobre problemas comunitários e formas de
resolvê-los está sendo substituído por preocupações comerciais da
empresa, travestidas de notícia jornalística.
A emissora é suficientemente hábil e
inteligente para perceber que é necessário dar atenção aos problemas
sociais das comunidades para não perder mais audiência. A questão é que
ela trata temas como saúde, moradia, corrupção, segurança e desemprego
sob o viés político em vez de buscar o engajamento de seus repórteres e
editores com a prática do chamado jornalismo de soluções, onde os
profissionais participam da busca de alternativas em vez de se limitarem
à pratica das reportagens declaratórias, estilo “ele disse, ela disse”.
Mas é no terreno político que o contexto
torna-se mais importante na análise do noticiário “Global”. Um jurista
interessado em abrir um processo judicial contra a Globo terá
muita dificuldade para enquadrar a emissora nas leis vigentes porque a
maior rede de televisão do país tem a necessária expertise para
contornar os dispositivos legais.
O que a Globo sabe fazer
magistralmente é manipular contextos, como por exemplo, a alocação de
tempos para acusação e defesa. Uma denúncia feita por algum delator no
processo Lava Jato recebe um detalhamento que toma vários minutos
enquanto a defesa merece rápidas e burocráticas menções do tipo “todas
as doações foram registradas de acordo com a lei eleitoral”, “não
comentamos inquéritos em andamento”, ou “ainda não tivemos acesso aos
autos do processo”, sem falar no lacônico “não conseguimos contato
com,,,,”.
Discutir a legalidade de tal processo é
chover no molhado porque a emissora sempre vai alegar que seguiu o
preceito jornalístico da consulta à parte atacada ou agredida. A questão
é a diferença de tempo e detalhamento. Na maioria dos casos de
divulgação de denúncias por delação premiada não houve da parte dos
telejornais da TV Globo a preocupação em apresentar de forma
detalhada os argumentos da outra parte. Assim, o telespectador acabou
sempre ficando sob o efeito do impacto da denúncia, mesmo aqueles que
não acreditaram nela.
Na atual batalha da informação a
propósito da continuidade ou não de Dilma Rousseff na Presidência da
República, os fatos e dados perderam importância em favor da forma como
cada parte os inseriu num contexto que lhe é favorável. A cultura
tradicional do jornalismo enfatiza a veracidade e exatidão de fatos e
dados, mas ainda não desenvolveu o mesmo grau de especificidade e
detalhamento em relação aos procedimentos editoriais sobre como
contextualizar corretamente uma noticia. Um dado não existe fora de um
contexto. Ele pode ser exato mas manipulado conforme a imagem do copo
meio cheio ou meio vazio.
(continue a leitura)
(continue a leitura)
Um editor ou jornalista pode criar um
contexto sem alterar dados, fatos ou eventos. O copo é o mesmo, o volume
de água idem, mas o profissional pode descrever o fato de maneiras
diferentes o que vai induzir o leitor, telespectador ou internauta a
desenvolver percepções e opiniões condicionadas pela descrição
jornalística.
Outro exemplo da manipulação de contextos foi dado pela TV Globo no
caso da hostilização de funcionários da empresa por desafetos políticos
na atual conjuntura política no país. A emissora enquadrou os eventos
como agressões à liberdade de imprensa quando na realidade eles são uma
consequência da polarização político-ideológica na qual a Globo é
parte. Atirar ovos e tomates, ou xingar funcionários tem tudo a ver com
irritação e divergências políticas, e nada a ver com violações do
direito de expressar opiniões.
Os manuais de redação descrevem com
exatidão os procedimentos para coleta, edição e preparação de fatos,
dados e eventos de interesse jornalístico mas não abordam com o mesmo
detalhamento à contextualização, um processo que normalmente acontece na
fase da edição onde ocorre a montagem das várias peças componentes de
uma noticia.
As redações não são um ambiente
democrático onde se discutem posições e atitudes. Prevalece no dia a dia
o ritmo industrial de produção. Assim, a cultura política acaba sendo
fortemente influenciada por quem comanda a operação jornalística. Os
editores organizam a pauta que é passada aos repórteres que vão a campo
já com um roteiro preestabelecido e com tempo marcado para regressar. Ao
chegar no local da matéria, o repórter não tem tempo de buscar visões
diversificadas. Ele se limita a ouvir o protagonista e a parte
contrária, sem poder levar em conta que a esmagadora maioria dos fatos,
dados e eventos não se resumem a apenas dois lados. Além disso o
profissional não tem tempo e, muitas vezes nem preparo teórico, para
avaliar se um dado, fato ou evento está corretamente contextualizado.
Como a TV pode distorcer uma notícia
A plataforma televisão é especialmente
suscetível a induzir no telespectador percepções descontextualizadas
porque o tempo de transmissão de uma notícia é muito curto e porque as
imagens geralmente são apresentadas por um único ângulo (copo meio cheio
ou meio vazio) simplificando a visão da realidade. A manipulação da
imagem como notícia num telejornal provoca no telespectador reações mais
emocionais do que as geradas pela leitura de um jornal ou revista, onde
a postura é mais analítica, pela própria natureza do veículo ou
plataforma de comunicação.
Num mundo marcado pela avalanche diária
de informações, onde a complexidade dos fatos, dados e eventos se torna
cada vez mais evidente, é muito difícil tomar decisões num curto espaço
de tempo, entre sair da redação e voltar com o material recolhido. Tudo
isto induz a que o produto final, a informação publicada, seja enviesada
por conta da cultura política predominante na redação ou então
repassada de forma bruta para o leitor, como é o caso dos indicadores
econômicos. O repórter não teve tempo ou não quis questionar o
entrevistado e repassa direto para o público uma informação que já veio
condicionada pelos interesses e objetivos da fonte.
Esta breve descrição do processo de
distorção informativa provocado pela manipulação de contextos permite
perceber como é importante tentar identificar o DNA de uma notícia. De
mesma forma que você só compra um produto no supermercado depois de
checar o prazo de validade e a informação nutricional, uma notícia não
pode ser consumida sem uma checagem mínima da sua exatidão, veracidade e
contexto. Esta é uma tarefa que o leitor, telespectador, ouvinte ou
internauta terá que fazer sozinho porque a maioria dos veículos não
disponibiliza este tipo de dado.
É muito improvável uma mudança na política editorial do Jornal Nacional porque são rotinas e valores entranhados há décadas no telejornal que serve de guia para todos os demais noticiários da TV Globo.
Por paradoxal que pareça, é mais possível o surgimento de uma nova
atitude entre os telespectadores na medida em que eles descobrirem como
funciona o enviesamento da informação transmitida por meio da
manipulação dos contextos onde está inserida a notícia.
***
Carlos Castilho é jornalista e editor do Observatório da Imprensa
http://jornalggn.com.br/noticia/jornal-nacional-e-a-manipulacao-de-contextos-nas-noticias-por-carlos-castilho
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