segunda-feira, 14 de junho de 2010
Sindicalistas denunciam bases militares estrangeiras dos EUA na Colômbia e em Honduras
Escrito por Gonzalo Berrón e Alexandre Praça
O movimento sindical das Américas assinalou a presença de bases militares norte-americanas na Colômbia e Honduras representam um obstáculo à paz regional. O alerta foi feito durante a Assemblea Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) celebrada em Lima, Peru.
A delegação da Confederação Sindical das Américas (CSA) e do Conselho Sindical de Assessoramento Técnico (COSATE) recomendou à OEA que estabeleça um programa de desmilitarização estrangeira e a suspensão de novas bases militares na região. Sugere, além disso, que se estabeleça um cronograma para a retirada das bases.
A demanda sindical foi feita no domingo (6) durante o diálogo dos chefes de delegação dos países membros da OEA e os representantes dos trabalhadores. A 40ª Assembleia Geral da organização ocorre sob o lema 'Paz, cooperação e segurança nas Américas'.
Os líderes operários também se preocupam com a situação de violência antissindical na Colômbia e Guatemala. Em 2010, 28 dirigentes e ativistas foram assassinados na Colômbia. A Guatemala soma 42 assassinatos nos últimos dois anos. Nenhum dos criminosos foi sentenciado ou mesmo identificado.
A dirigente Hortensia Gómez, do Movimento Sindical, Indígena y Campesino Guatemalteco, denunciou o alto grau de impunidade, violência e perseguição aos sindicalistas em seus país. Hortensia declarou que as mulheres são ainda mais discriminadas. Por outro lado, Víctor Pardo, da Confederação de Trabalhadores de Colômbia, indicou que os direitos humanos deveriam ser parte fundamental da análise da OEA, “para além dos slogans”, comentou.
A declaração sindical enviada ao encontro da OEA reafirma que “o aprofundamento da pobreza e das desigualdades tem sido o caldo de cultura para o surgimento de fenômenos violentos” nas sociedades da América Latina. Contra essa realidade, os sindicatos exigem políticas públicas inclusivas e respeito aos direitos humanos por parte dos Estados.
Finalmente, os sindicalistas apontaram que a situação em Honduras segue sendo extremamente grave. O quadro se agravou desde a posse do governo de Porfírio Lobo com a escalada de assassinatos de jornalistas, camponeses, sindicalistas e defensores dos direitos humanos. “Além da violência e da ilegitimidade do governo golpista e seu herdeiro no poder, prolonga a instabilidade do país o da região. Isto deve ser condenado explicitamente pela OEA mantendo a suspensão de Honduras”, afirma a declaração.
O secretário geral da OEA, José Miguel Insulza, afirmou na reunião que o respeito aos direitos dos trabalhadores é um "aspecto fundamental da democracia" no continente americano. Um espaço de conversação entre a OEA e os trabalhadores ou seus representantes sindicais, insistiu, "nos parece fundamental".
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