Gosto dos textos de Paulo Nogueira. Este eu quero compartilhar. Observem a reflexão que ele provoca ou procura provocar sobre um assunto banal, que lemos nos jornais ou vemos ou ouvimos em outros veículos. Devemos nos orgulhar por termos um aspirante a homem mais rico do mundo no Brasil?
Ele fala de Eike, aproveitando o momento em que ele está em evidência por motivos outros do que os negócios: seu filho Thor, com um carro de 3milhões de dólares, atropelou um ciclista.
Recomendo a leitura
Quando Serra e Thor se encontraram
30 março 2012
Paulo Nogueira
Enquanto isso Eike quer ser o homem mais rico do mundo |
Serra e Thor se
encontraram nas estatísticas do Diário.
O artigo que escrevi
sobre o famigerado atentado de bolinha de papel sofrido por Serra na última
campanha presidencial se reproduziu pela internet e logo se tornou o campeão de
leitura do Diário.
A liderança está
prestes a ser ultrapassada agora pelo texto que escrevi sobre o atropelamento cometido
por Thor Batista na direção de uma McLaren de quase 3 milhões de reais. Apenas
no Facebook, mais de 3 300 pessoas clicaram em cima do sinal que diz que
gostaram.
O que isso diz?
Sobre Serra, é
simples. Os brasileiros estavam e estão cansados de espertezas farisaicas como
a de Serra depois de ser atingido pelo nada, ou pelo quase nada. Uma tomografia
para gerar malandramente o impossível – simpatia popular por Serra? Ora.
Expedientes como
esse são do mesmo calibre da pregação clandestina da mulher de Serra,
felizmente captada por um jornalista. Monica Serra disse a pessoas humildes que
Dilma era a favor de “matar criancinhas”.
O Brasil está
cansado desse tipo de coisa.
Mas.
Mas eis que Serra
está aí, uma espécie rara entre políticos no mundo todo, aquela que se alimenta
não das vitórias mas das derrotas, não da fartura mas da escassez de votos.
Quanto a Thor, tenho
para mim que o texto estourou no Diário menos por ele e mais por seu pai, Eike.
Uma coisa, em
particular, me parece absurda em Eike: suas reiteradas declarações de que
deseja ser o homem mais rico do mundo. É muita pobreza mental para tanto
dinheiro. Nenhum assessor disse a ele que é o tipo de coisa que não deve ser
dita, quanto mais gritada?
Num país de tanta
desigualdade, num mundo em que somos confrontados o tempo todo com fotos de
miseráveis espalhados por todas as partes, a ambição pecuniária de Eike é
simplesmente patética.
O Brasil merece
ricos de maior musculatura interior.
Thor foi exposto a
aquilo desde o berço. Pobre menino rico.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/?p=7095
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