"Na edição que chega às bancas nesta sexta-feira 9, CartaCapital traz um relato exclusivo e minucioso do conteúdo do livro de 343 páginas publicado pela Geração Editorial e uma entrevista com autor (reproduzida abaixo). A obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização.
Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização" ( Chega às livrarias ‘A Privataria tucana’, de Amaury Ribeiro Jr. CartaCapital relata o que há no livro mais entrevista com o autor)
O que Serra tanto temia
por Leandro Forte, na CartaCapital
Largado contra a vontade na exata fronteira entre uma guerra por poder no comitê da campanha de Dilma Rousseff e a sofreguidão sem limites da mídia em encontrar uma maneira de derrotar a candidata de Lula à Presidência, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. tornou-se um protagonista da corrida eleitoral de 2010 pelos motivos errados.
Foi acusado de integrar uma patranha cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de integrantes do PSDB e parentes do então candidato oposicionista José Serra. Acabou indiciado pela Polícia Federal e virou álibi de uma das frequentes distorções da realidade operadas pelo serrismo: o político que mais se vale do método de produzir dossiês contra adversários assume normalmente o papel de vítima desse tipo de vilania.
Pouco mais de um ano depois, Ribeiro Jr., repórter de longa e bem-sucedida carreira, vencedor dos principais prêmios de jornalismo do País, terá finalmente a chance de recolocar as coisas no devido lugar. A começar por um fato: ele não havia sido contratado para produzir um dossiê anti-Serra. Trabalhava em um livro sobre as privatizações na era Fernando Henrique Cardoso, fruto de 12 anos de trabalho.
E mais: a documentação a embasar as denúncias desfiadas em mais de 330 páginas foi obtida de forma absolutamente legal em diversas fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado, que foi concluída de forma canhestra após um acordo entre o PT e o PSDB e lançou aos porões da República as provas do maior esquema de lavagem de dinheiro já detectado no Brasil.
Do livro, que chegou às livrarias na sexta-feira 9, emerge um personagem central, Serra. Tudo gira em torno do ex-governador paulista e candidato presidencial derrotado em 2010. É um ex-tesoureiro de sua campanha, Ricardo Sérgio de Oliveira, o mentor da “tecnologia financeira” que iria movimentar milhões, ou melhor, bilhões de dólares durante os anos dourados das privatizações e do domínio do PSDB em Brasília.
Valeram-se de tal engenharia a filha e o genro de Serra, Verônica e Alexandre Bourgeois, além de Gregório Marin Preciado, casado com uma prima do tucano.
Leia mais na edição 676 de CartaCapital, já nas bancas, ou na CartaCapital on line
Recomendo ler também sobre o assunto: Blog do Miro e Rodrigo Viana em Ricardo Sérgio: “o começo, o fim e o meio
serviço:
A privataria tucana
Autor: Amaury Ribeiro Jr.
Formato: 16 x 23 cm.
Páginas: 344
Categoria: Reportagem-denúncia
ISBN: 978-85-61501-98-3
Cod. de Barras: 978-85-61501-98-3
Geração Editora
Autor: Amaury Ribeiro Jr.
Formato: 16 x 23 cm.
Páginas: 344
Categoria: Reportagem-denúncia
ISBN: 978-85-61501-98-3
Cod. de Barras: 978-85-61501-98-3
Geração Editora
"Um dos principais méritos do livro é descrever toda a trajetória que o dinheiro ilícito faz, das “offshores” a empresas de fachadas no Brasil, e da subsequente “internação” desse dinheiro nas fortunas pessoais dos envolvidos. Neste ponto, o livro de Ribeiro Jr., embora não tenha nada de fictício, segue a trilha de livros policiais e thrillers sobre corrupção e bastidores da política, já que o leitor pode acompanhar o emaranhado e sentir-se recompensado pelo entendimento. O livro, aliás, tem um início que de cara convida o leitor a uma grande jornada de leitura informativa e empolgante, revelando como Ribeiro Jr., ao fazer uma reportagem sobre o narcotráfico na periferia de Brasília, a serviço do “Correio Braziliense”, sofreu um atentado que quase o matou e, descansando desse atentado, voltou tempos depois a um jornal do mesmo grupo, “O Estado de Minas”, para ser incumbido de investigar a rede de espionagem estimulada por Serra, mencionada no início. É o ponto de partida para tudo."On line para baixar é aqui: http://www.livrosdehumanas.org/2011/12/13/livro-a-privataria-tucana/
Leia mais:
Verônica Serra, “a mulher mais importante da internet brasileira”, segundo a revista IstoÉ Dinheiro. Amaury revela que Verônica foi indiciada… justamente por quebrar o sigilo fiscal alheio (acusação feita contra Amaury em 2010). O livro diz que a empresária mentiu sobre a Decidir.com, empresa em que foi sócia de outra Verônica, a Dantas. Num dos trechos mais saborosos, Amaury explica como o banqueiro Daniel Dantas usou a revista e Verônica para mandar um recado a José Serra. No Luiz Azenha, blog Vi o Mundo.
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