O jornalista Mair Pena Neto, da agência Reuters, analisou nesta quarta-feira, no blog Direto da Redação, a reação da mídia diante da justificada “azia” que os jornais causam ao presidente Lula e que provocou intensa “indigestão” na imprensa, a vomitar suas habituais críticas.
“Por mais inadequada que tenha sido a declaração do presidente Lula de que não lê jornais para não ter azia, a reação de boa parte da imprensa, visivelmente incomodada com a ironia, foi de desqualificação e rancor, quando deveria suscitar a reflexão sobre a relevância dos jornais, se são, de fato, ignorados pelo presidente”, disse Mair. Ou pelos leitores de visão crítica, acrescentemos.
Para ele, o “vômito” da imprensa foi focado em suposta inaptidão para o cargo de alguém que afirma não ler jornais. Impossível para mais de 80% de brasileiros, dos mais variados níveis sociais, culturais, econômicos, etários, geográficos e de escolaridade, que lhe atestam aptidão. Sem falar do seu reconhecido envolvimento no debate de todas as grandes questões mundiais da atualidade.
Pena Neto constata que a imprensa não tolera crítica e reage corporativamente: Há algo errado no fato de um presidente que não lê os jornais ser considerado um líder tão importante. “Talvez Lula não veja nos jornais a pluralidade e o debate importante da realidade brasileira, que poderia ajudar em suas decisões”. Talvez a oposição sistemática a ele o faça recorrer a outras fontes.
Os jornais são, em geral, uniformes, tendenciosos e preconceituosos na visão do atual governo. Para o jornalista, o sal de frutas para a “azia” poderia ser uma revisão da cobertura política, com análise profunda, para que os jornais voltem a ser leitura indispensável de qualquer líder político.
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