I
"Demissão de secretário de Segurança é o começo do fim
das UPPs", diz delegado
Delegado Orlando Zaccone fala sobre as consequências da
demissão do Secretário de Segurança José Mariano Beltrame
Por Fania Rodrigues, Brasil de Fato
Só existe uma maneira de conter a violência do
Rio que é promover o debate sobre a legalização das drogas. E a legalização tem
que vir junto com investimento em educação e outras políticas públicas. O uso
dessas substâncias alcançou um estágio irreversível e precisamos falar sobre
isso. O fato é que, infelizmente, nenhum problema será resolvido com o
congelamento dos investimentos em saúde e educação, como o governo de Michel
Temer (PMDB) está fazendo nesse momento com a proposta da PEC 241 que congela
gastos públicos nos próximos 20 anos.
Em meio a uma das piores crises de violência dos últimos
anos, o secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro José Mariano
Beltrame pediu demissão nesta terça-feira (11), depois de uma década à frente
da pasta. Beltrame foi responsável pela implantação do projeto de Unidades de
Polícia Pacificadora (UPPs) nas principais favelas da cidade do Rio.
Para falar sobre as consequências da demissão, o Brasil de
Fato entrevistou o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Orlando
Zaccone, doutor em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
O secretário de Segurança pediu a exoneração do cargo logo
após intensos tiroteios em favelas na região de Copacabana, zona sul do Rio,
durante operação na comunidade do Pavão-Pavãozinho, na segunda-feira (10). Três
pessoas morreram, oito foram presas.
Leia mais aqui:
Autora: Fania Rodrigues
Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ), 11 de Outubro de 2016
às 19:18
II
Nos EUA, legalização da maconha vai a votação em noveEstados
por Débora Melo — publicado 04/11/2016
Eleitores norte-americanos responderão sobre uso recreativo
e medicinal na cédula de votação; pesquisa aponta 60% de apoio à liberação da
erva
Na terça-feira 8, quando os norte-americanos irão às urnas
escolher o sucessor de Barack Obama na Presidência e novos representantes no
Congresso, eleitores de nove Estados decidirão, ainda, se o consumo de maconha
deve ou não ser legalizado.
Arizona, Califórnia, Maine, Massachussets e Nevada votarão a
legalização da erva para uso recreativo por adultos, algo que já é realidade no
Distrito de Columbia e nos Estados do Colorado, Alasca, Oregon e Washington. Em
Arkansas, Dakota do Norte, Flórida e Montana, por sua vez, o que está em jogo é
a liberação do uso medicinal da cannabis, já permitido em 25 dos 50 Estados dos
EUA. LEIA MAIS AQUI
III
"A guerra às drogas é um mecanismo de manutenção da
hierarquia racial"
por Débora Melo — publicado 27/07/2016
Em visita ao Brasil, ativista norte-americana formada em
Harvard diz que a política proibicionista teve sucesso ao criminalizar negros e
pobres
A guerra às drogas é uma ferramenta da qual a sociedade
contemporânea depende para manter negros e pobres oprimidos e marginalizados.
Esta é a opinião da ativista do movimento negro norte-americano Deborah Small,
formada em Direito e Políticas Públicas pela Universidade de Harvard.
Em viagem pelo Brasil para uma série de palestras sobre
política de drogas, racismo e encarceramento, Small desembarca nesta
quarta-feira 27 em São Paulo, depois de passar por Rio de Janeiro, Salvador e
Cachoeira, no Recôncavo Baiano.
Em entrevista a CartaCapital, a ativista fez um paralelo
entre as polícias do Brasil e dos EUA – onde tem crescido a tensão com a
comunidade negra – e defendeu que o Brasil assuma uma posição de liderança no
debate regional. “A única coisa capaz de ajudar a América do Sul é dar um fim à
política proibicionista”, disse a ativista.
Deborah Small já foi diretora de assuntos legais da New York
Civil Liberties Union, pela qual se dedicou à defesa dos direitos dos presos.
Depois ocupou o cargo de diretora de políticas públicas e articulação
comunitária da Drug Policy Alliance e há cerca de dez anos criou a organização
Break the Chains, cujo objetivo é conscientizar a comunidade negra
norte-americana sobre os efeitos perversos da guerra às drogas. Confira a
entrevista: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-guerra-as-drogas-e-um-mecanismo-de-manutencao-da-hierarquia-racial
IV
Maconha, um mercado de quase
R$ 6 bilhões
por Tory Oliveira — publicado 22/06/2016
Comércio formal da droga movimentaria R$ 5,69 bi por ano no
Brasil, segundo estudo de consultores da Câmara dos Deputados
Qual seria o impacto na economia brasileira caso a maconha
fosse legalizada? Elaborado por um grupo de técnicos da Câmara dos Deputados, a
pedido do parlamentar Jean Wyllys (PSOL-RJ), o estudo Impacto Econômico da
Legalização da Cannabis no Brasil procurou responder a essa pergunta. O fim da
proibição movimentaria um mercado de R$ 5,69 bilhões por ano.
O objetivo do estudo era trazer o aspecto econômico para o
debate sobre a legalização, em geral centrado nas liberdades individuais e no
fracasso da chamada política de "Guerra às Drogas". Com 40 páginas, o
levantamento é de autoria dos consultores legislativos Adriano da Nóbrega
Silva, Pedro Garrido da Costa e Luciana da Silva Teixeira.
Dispensário no Colorado é sustentado com os impostos da cannabis |
Para chegar ao número de R$ 5,69 bilhões, os pesquisadores
consideraram a existência de um público consumidor recreativo de Cannabis
estimado em 2,7 milhões de brasileiros e estabeleceram um limite de compra de
40 gramas da substância por mês – 480 por ano. A restrição é a mesma aplicada
no mercado regulado do Uruguai, primeiro país a oficializar a produção e o
consumo da maconha para uso recreativo.
Com a mesma carga tributária aplicada hoje ao tabaco e o
preço da grama fixado em R$ 4,20 (US$ 1,20), cada usuário gastaria R$ 2.073
anualmente com o produto, movimentando, no total, R$ 5,69 bilhões.
LEIA AQUI: http://www.cartacapital.com.br/economia/maconha-um-mercado-de-quase-6-bilhoes
V
"A guerra às drogas é uma
decisão política", diz policial afastado do Denarc
Diego Souza Ferreira foi removido de seu posto depois de se
notabilizar como um crítico da proibição
por Renan Truffi — publicado 08/08/2015
Quando ingressou na Policia Civil, Diego Souza Ferreira
compactuava com um dos principais chavões que justificam a guerra às drogas no
Brasil. Assim como vários de seus colegas, pensava que o tráfico era culpa dos
usuários de maconha e cocaína. A sua visão começou a mudar quando estava
trabalhando no Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico do Rio
Grande do Sul (Denarc-RS), que investiga o tráfico de drogas no estado.
Com cargo no setor de inteligência, o policial passou a
estudar o assunto na pós-graduação e começou a comparar o resultado das
pesquisas com seu trabalho. "Fazíamos uma operação e pegávamos meia
tonelada de maconha. Era uma baita operação. Mas aí descobri que, só no Rio
Grande do Sul, nós tínhamos por estimativa um consumo de 114 toneladas de
maconha", conta.
A repercussão da pesquisa acadêmica fez com que Ferreira
fosse convidado para ser porta-voz da Law Enforcement Against Prohibition (Leap) no Brasil, uma organização
internacional que reúne juízes, policiais e agentes da lei a favor da
legalização de todas as drogas. Neste ano, pouco tempo depois de voltar de
férias, Ferreira sofreu no Denarc o que diz serem represálias por conta de suas
posições. Ele foi removido de seu posto, sem ser consultado. “Vieram algumas
informações de superiores, veladamente, de que o que eu estava fazendo era
incompatível com a função”, afirma.
Em entrevista a CartaCapital, o policial lamenta a punição e
a força da tese da guerra às drogas no País. "Eu não sou a favor das
drogas, sou a favor de uma nova política de drogas", diz.
Leia a
entrevista: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-guerra-as-drogas-e-uma-decisao-politica-diz-policial-afastado-do-denarc-3640.html
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