segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

STOP! Parem as ditaduras mantidas pelos EUA

 

Ditadura, quando convém

leila jinkings


É frequente ler, escutar e/ou assistir notícias na velha mídia - repercutidas na web conservadora - nas quais se reproduz o que vem das agências de notícias sem mínima análise ou apuração. Essa falta de critérios tem sido a origem de barrigadas históricas (leia algumas delas¹).  O leitor acrítico deve contar de 1 a 10 antes de sair por aí repetindo o que lê nos meios de comunicação descompromissados com o jornalismo sério. 

O episódio das manifestações populares no Egito permitiu ao mundo todo perceber com clareza que as notícias são manipuladas. Não precisa ser  engajado em movimentos,  politizado. O cidadão mais simples  já compreendeu que as notícias confusas (uma das estratégias utilizadas pela mídia  para deixar assim mesmo confusas) foram tomando forma nas palavras que eram utilizadas cuidadosamente pelos jornalistas. 

Está evidente para o mundo todo a dificuldade em que se encontram os EUA, cujas exigências e opiniões foram rejeitadas pelo povo Egípcio por um motivo muito simples: eles são organizados o suficiente para saber das reais intenções do império americano. Até ontem os EUA tentavam manter Mubarak no poder a todo custo. O ditador há 30 anos afundava o Egito em um regime repressivo e corrupto, ancorado em leis de exceção. A hipocrisia era tamanha que os EUA, país eleito pela velha mídia ocidental como "modelo de democracia",  cortou as verbas e pressionou as entidades egípcias de Direitos Humanos que iniciavam lá a luta por democracia. O objetivo era fazê-los minguar e deixar que o "presidente" Mubarak governasse em paz.

O leitor percebe hoje que aquele que poucos dias antes da demonstração de força do povo era o presidente do Egito, agora é chamado, sem cerimônias, de ditador. Ditador ele era há exatos 30 anos. Mas era um ditador amigo do Império. O que talvez fuja à compreensão do leitor - provavelmente por que custe a acreditar no caráter mercenário que assumiu a comunicação de massas - é o por quê de o jornalismo brasileiro seguir cegamente o script que vem de fora. Mesmo sabedores de que a realidade era outra, insistiam na desfaçatez e nas mentiras como um mantra. 

A partir dos indícios de sucessivas fraude, como as pedras do dominó, veio a sucessão de mitos a submergir: o presidente era ditador. A sociedade massacrada se sublevou e apareceu nas páginas a conquistar a verdade. A cortina de fumaça está se dissipando e agora cairão outros mitos. O que há por trás da resistência midiática ao novo formato das relações dos países latino americanos. Por que é tão combatida a Unasul? Por que odeiam Hugo Chávez? Por que instigam as relações entre hermanos da América Latina?

Diante disso tudo, há, portanto, que se apoiar fortemente uma política pública para a regulação do papel social da mídia no Brasil. A sociedade tem o Direito de ser Informada corretamente, com isenção e ética.
 
1.  As melhores barrigadas de Veja:
Uma das mais recentes foi em outubro de 2008, quando veja estampou a cara do "tio Sam" apontando o dedo e dizendo "Eu salvei você". Na mesma semana sai a Carta Capital com capa similar ridicularizando veja ao colocar os dizeres retocados: "Ele não salva ninguém". A vassalagem do corpo editorial de Veja é tanta que bastou Obama esboçar um desejo íntimo, para Veja 'torná-la realidade'. Apenas aconteceu de ser aquele sonho que se sonha só. Ficaram a ver navios o Império americano e os vassalos todos. O povo americano pagou - e ainda está pagando - uma conta altíssima, que custou empobrecimento e desemprego massivo. A capa de Veja virou piada de mau gosto. Mas mesmo assim não deu para segurar a gargalhada.
Outra barrigada famosa internacionalmente foi a capa de 12 de abril de 2002. A edição fechou no dia seguinte ao golpe que tentou derrubar Hugo Chávez, presidente da Venezuela. e estampava: “A queda do presidente fanfarrão”. O golpe foi financiado pelos EUA e arquitetado por empresas de comunicação, igreja e militares fascista. A capa de Veja ficou defasada antes mesmo de chegar nas bancas, pois o golpe "gorou". O povo foi às ruas e levou Hugo Chávez de volta ao comando em menos de 24 horas após o anuncio do golpe.
Mas a barrigada mais divertida e famosa ainda é a de 1983. Veja deu, na edição de 27 de abril, a notícia de que um grande cientista, Dr. McDonalds, da Universidade de Hamburgo, ao misturar os genes do boi e os de tomate, produziu carne de hambúrguer com gosto de tomate. Qualquer estudante de jornalismo de primeiro período teria percebido algo estranho e checaria a informação, como alias está recomendado no manual de jornalismo. A noticia não passava de um "primeiro de abril" da revista inglesa New Science.

Mais:


Inspired by the resilience of Egyptian people during their recent uprising, several notable musicians from North America have teamed up to release a song of solidarity and empowerment. The track is fittingly titled "#Jan25" as a reference to both the date the protests officially began in Egypt, and its prominence as a trending topic on Twitter. Produced by Sami Matar, a Palestinian-American composer from Southern California, and featuring the likes of Freeway, The Narcicyst, Omar Offendum, HBO Def Poet Amir Sulaiman, and Canadian R&B vocalist Ayah - this track serves as a testament to the revolution's effect on the hearts and minds of today's youth, and the spirit of resistance it has come to symbolize for oppressed people worldwide.

Artist Information:Omar Offendum (MC #1) - http://twitter.com/Offendum
The Narcicyst (MC #2) - http://twitter.com/TheNarcicyst
Freeway (MC #3) - http://twitter.com/PhillyFreezer
Amir Sulaiman (MC #4) http://twitter.com/AmirSulaiman
Ayah (R&B Vocalist) - http://twitter.com/AyahMusic
Sami Matar (Producer) - http://twitter.com/SamiMatar
Artwork by Ridwan Adhami http://www.ridzdesign.com




Um comentário:

Isabella Jinkings disse...

Muito bom! Temos que discutir isso mesmo. De um dia pro outro "descobre-se" que o Egito é governado por um ditador!
Por outro lado, o caso da Colômbia é gravíssimo. Ser sindicalista lá é tarefa de alto risco, muitos são assassinados.

BRASIL NUNCA MAIS

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