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quarta-feira, 9 de março de 2022
8 de Março nasceu com luta por pão e paz
A história do 8M como Dia Internacional da Mulher é muito bonita e revela a força das mulheres na luta por seus direitos
Artigo de Claudia Santiago, publicado em Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) | em 08 de Março de 2019
A data tem origem em uma manifestação organizada por tecelãs e costureiras de Petrogrado, durante a greve iniciada no dia 23 de fevereiro de 1917, na Rússia, por pão e paz. Esse movimento foi o estopim da primeira fase da Revolução Russa.
Alexandra Kollontai, em 1920, assim descreve o movimento:
“Em 1917, no dia 8 de março (23 de fevereiro), no Dia das Mulheres Trabalhadoras, elas saíram corajosamente às ruas de Petrogrado. As mulheres – algumas eram trabalhadoras, algumas eram esposas de soldados – reivindicavam “Pão para nossos filhos” e “Retorno de nossos maridos das trincheiras”. Nesse momento decisivo, o protesto das mulheres trabalhadoras era tão ameaçador que mesmo as forças de segurança tsaristas não ousaram tomar as medidas usuais contra as rebeldes e observavam atônitas o mar turbulento da ira do povo. O Dia das Mulheres Trabalhadoras de 1917 tornou-se memorável na história. Nesse dia as mulheres russas ergueram a tocha da revolução proletária e incendiaram todo o mundo. A revolução de fevereiro se iniciou a partir desse dia.”
Após o fim da Primeira Guerra mundial, em 1918, começa a ser retomado o dia da Mulher. Mas é só a partir de 1921 que o movimento de mulheres passará a celebrar o Dia Internacional da Mulher. Não que antes não fosse comemorado. Era sim. Só que não tinha uma data unitária em todo o mundo, como é hoje.
A II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, em 1910, decidiu pela realização de um dia internacional dedicado à luta das mulheres. O direito ao voto era a principal luta das mulheres em grande parte dos países no mundo naquele momento. A decisão diz o seguinte: "As mulheres socialistas de todas as nações organizarão um Dia das Mulheres específico, cujo primeiro objetivo será promover o direito de voto das mulheres."
Antes, já era realizado em alguns lugares. Em 3 de maio de 1908, a Federação dos Clubes de Mulheres Socialistas de Chicago realiza um ato pelo Dia da Mulher, num teatro da cidade. No ano seguinte aconteceu em Nova Iorque, em 28 de fevereiro. Em 1910, o Partido Socialista americano organiza, pela segunda vez, o Dia da Mulher, no último domingo de fevereiro, também em Nova Iorque. Foi assim em 1911, 1912 e 1913. Em 1914, foi comemorado em 19 de março.
Na Europa, a primeira celebração do Dia das Mulheres aconteceu em 19 de março de 1911, na Suécia, após a Conferência de Copenhagem. Na Itália começou no mesmo ano. Na França, o começo foi em 1914. Nesse ano pela primeira vez, na Alemanha, o ato é realizado em 8 de março.
Em 1921, Alexandra Kollontai propõe durante a conferência das Mulheres Comunistas, realizada, em Moscou, na URSS, que se adote o dia 8 de março como data unificada do Dia Internacional das Mulheres, em homenagem à greve das tecelãs em 1917. A partir dessa conferência, a data passa a ser espalhada como data das comemorações da luta das mulheres, em todo o mundo. Assim nasceu o 8 de Março.
Na década de 1960, as manifestações pelo Dia Internacional da Mulher ganham grandes proporções. Em 1975, a ONU; e logo depois com a Unesco, em 1977; reconhecem o 8 de Março como Dia Internacional da Mulher.
Referências bibliográficas
. Côté, Renée. La Journée Internationale des Femmes: Les Vrais faits et les Vrais dates des Mystérieuses Origines du 8 Mars Jusqu’ici Montréal: Les Éditions du Remue-Ménage, 1984.
. Monal, Isabel. Clara Zetkin y el Día Internacional de la Mujer. La Habana: Academia de Ciencias de Cuba, 1977.
. Vasconcelos, Naumi A. “¿Existió realmente el 8 de marzo?”. Mujeres en Acción, n° 1, (1995): 58-60.
. SOF – Sempre Viva Organização Feminista, “8 de março em busca da memória perdida”. São Paulo (2001)
. Santiago Claudia, Giannotti Vito, A origem socialista do dia da mulher. NPC-8 edição - 2016
sábado, 13 de novembro de 2021
GRINGOS GO HOME
Nicarágua votou pelo desenvolvimento com inclusão e contra o neoliberalismo
Beto Almeida
Passei 10 dias na Nicarágua, realizando a cobertura das eleições gerais, realizadas no dia 7 de novembro, para a Telesur, e pude comprovar a normalidade e a legalidade do processo eleitoral, com centenas de observadores eleitorais e de jornalistas de várias partes do mundo, inclusive dos EUA e Canadá, mas, sobretudo um povo consciente do significado histórico deste pleito, no qual o candidato da Frente Sandinista de Libertação Nacional. Daniel Ortega, alcançou 75 por cento dos votos válidos. Havia dois projetos em disputa: aprofundar e consolidar um modelo de desenvolvimento com inclusão social, em vigor desde que os sandinistas voltaram ao governo pelo voto, em 2006, ou o projeto dos 5 partidos políticos de oposição, a submissão ao neoliberalismo.
Não se tratava apenas de uma eleição a mais. Isso porque Nicarágua vem sendo cada vez assediada e atacada pelos EUA e seus súditos, tais como Espanha, Canadá, Costa Rica, União Europeia em seu conjunto. Não podem ser considerados normais, pelo o imperialismo, processos eleitorais em que seus adversários são vencedores, como é o caso do sandinista Daniel Ortega, sobretudo pelas políticas que vem implementando no país, opostas ao neoliberalismo, que, já tinha tido a sua oportunidade, quando Violeta Chamorro venceu as eleições em 1990 e destruiu todas as políticas públicas de cunho socialista, implantadass pelo sandinismo, a partir do Triunfo da Revolução Popular, em 19 de julho de 1979.
No desastroso período neoliberal, de três mandatos, os três presidentes apoiados pelos EUA, Chamorro, Alemán e Bolaños, destruíram o sistema de educação pública e gratuita, tendo como efeito imediato a volta do analfabetismo, que havia sido erradicado pela Revolução Sandinista, logo ao início, com a Cruzada contra o Analfabetismo, com a aplicação de metodologia desenvolvida pelo brasileiro Paulo Freire. Houve cortes radicais nos investimentos em educação pública, suspendendo a contratação de professores, favorecendo a escola privada, inclusive as católicas, bem como um freio absoluto no investimentos em saúde pública, cujo resultado foi, para quem podia pagar, havia clínicas privadas, mas para quem não podia, que se virasse nos hospitais públicos que sobraram, sem investimentos, sem contratação de pessoal de saúde adequado. Foi a continuidade da guerra da Contra, por outros meios, pela demolição do setor público e imposição do Estado Mínimo, uma verdadeira guerra contra os direitos do povo. Os indicadores em saúde e educação despencaram. Sem investimentos, junto com o analfabetismo, voltaram o desemprego em massa, a mendicância, doenças que já haviam sido erradicadas.
Alternância de Poder?
Diferentemente de alguns ex-comandantes da Revolução, Daniel Ortega meteu-se de cabeça nas lutas populares, nas mobilizações, nas barricadas populares contra os crimes dos neoliberais. Esse foi o período da alternância de poder, recomendada por alas da esquerda com escasso conhecimento da realidade nicaraguense, com o que, deste modo, prostram-se diante da tragédia neoliberal, trazendo à tona a incontornável conclusão: na Nicarágua, a alternância de poder é entre Sandinismo ou Imperialismo! Façam suas escolhas senhores, pode-se indagar aos que estavam incomodados com a escolha do voto popular em Daniel Ortega desde 2006. Os sandinistas voltaram ao poder pelo voto porque, após a derrota, ao invés de passividade, descrença e decepção nas massas, diante da eleição de presidentes neoliberais, em eleições manipuladas e fraudadas pelos EUA, a FSLN manteve a luta incansável contra o desastre do neoliberalismo colonial que destruía a Nicarágua. Nestas eleições, as massas nicaraguenses responderam aos que sugeriram aos sandinistas acatar a alternância do poder, votando em repúdio às políticas neoliberais e em apoio ao modelo de desenvolvimento com inclusão.
A solidariedade de Cuba e Venezuela: direitos humanos pra valer!
Desde 2007, o país retomou a prioridade nas políticas públicas para, novamente, construir a educação gratuita e universal, a saúde pública e gratuita, contando com o apoio de Cuba, que formou centenas de médicos nicaraguenses na Escola Latino-americana de Medicina, em Havana. O estado mínimo neoliberal havia trazido os apagões por horas a fio em toda a Nicarágua, e neste momento foi decisiva a ajuda solidária da Venezuela Bolivariana, que, por orientação de Hugo Chávez instalou várias plantas de produção de energia elétrica, trazendo normalidade, tirando o país da escuridão promovida pelo neoliberalismo.
Com Daniel Ortega de volta ao poder, em 2006, Nicarágua deu um giro em sua política externa e passa a ser atacada pela OEA, uma espécie de ministério colonial dos EUA. Sem abandonar a OEA, onde sustenta posição soberana e anti-imperialista, Nicarágua se soma à Alba, à Celac, à Telesur, desenvolve amplas relações com vários países do mundo, não apenas com Venezuela e Cuba, mas também com Rússia, com quem mantém excelente relacionamento em vários campos, inclusive na Defesa. Desta vez pudemos observar 200 ônibus novos que a Rússia doou a Nicarágua, circulando pelo pela capital Manágua.
O modelo inclusivo
Os investimentos do estado, sob o sandinismo, priorizam políticas públicas que resultem em elevação das condições concretas de vida dos nicaraguenses, via expansão de atividades produtivas. Houve investimentos pesados em eletrificação, cuja cobertura hoje alcança a 98 por cento do território do país. Será que o Brasil e Argentina, os dois países mais industrializados da América Latina têm isto? Além do que, foi empreendida uma diversificação da produção energética, hoje uma combinação de hidroeletricidade, petróleo, biomassa, energia geotérmica (captada dos vulcões ainda ativos) e energia solar e eólica. Democratizado o acesso à energia, com o barateamento das tarifas, e implantação de tarifas sociais, a economia do país recebe forte impulso, sobretudo a economia rural, com elevação da produção de alimentos, fazendo com a Nicarágua alcançasse, 2017, a auto suficiência na produção alimentar, transformando-se em grande exportadora para a Centro América, para Venezuela e também para os EUA, que compram carne, café e ouro dos nicaraguenses. Biden ataca duramente a Nicarágua, mas os analistas mais experientes destacam que ele não fala nunca em romper relações, nem há, nos estatutos do CAFCA, mecanismos que possibilitem a expulsão unilateral de um de seus membros.
Para que a agricultura pudesse dar um salto - Nicarágua é país de escasso peso industrial - também era necessário construir infraestrutura logística para o escoamento da produção. Os investimentos estatais levaram o país a ter a maior e mais qualificada rede de rodovias de toda a América Central, um total de 25 mil km de vias asfaltadas, e, em muitos casos duplicadas e até iluminadas, como a estrada que liga Manágua a Leon, uma das grandes cidades nicas, centro universitário. Estradas asfaltadas e modernas interligam quase 100 por cento os 143 municípios do país
Outro grande esforço prioritário do modelo de inclusão sandinista é democratizar o acesso à água potável, o que já alcança a 97 por cento das localidades do País, incluindo a Costa Caribe, que, inaugurou, recentemente, uma estação de tratamento de água para a cidade de Bluefilds. Aliás, outro grande obstáculo superado pelo sandinismo é a interligação da Costa Pacífico com a Costa Caribe, que ficava totalmente isolada do país, acessível apenas por via aérea, pois não havia estradas como as que foram construídas, permitindo que em poucas horas o país seja cruzado por automóvel, do Caribe ao Pacífico. Trata-se de região com outra configuração social e cultural, onde se fala um inglês creole, ademais das línguas dos povos originários ali residentes, entre eles os miskitos. A água potável , já praticamente universalizada na Nicarágua, é também uma resposta sandinista aos que acusam o país de violar direitos humanos. Sem água potável, como se falar em direitos humanos, indaga o deputado sandinista Carlos Emílio Lopez, cobrando concretude ao debate sobre esta temática. Na polêmica, cabe recordar que o Brasil tem 35 milhões de Brasileiros sem acesso a água potável, além do que apenas 48 por cento de uma das maiores economias do mundo possui saneamento básico.
Protagonismo feminino
Nicarágua é reconhecida por estar entre as 5 nações de todo o mundo que registram maior equidade entre mulheres e homens. Aliás, nestas últimas eleições, uma lei obrigava que houvesse 50% de candidaturas femininas e 50% masculinas, sendo que a nominata das candidaturas femininas vinha em primeiro lugar nas boletas de votação, para aparecerem em destaque. Na Assembleia Nacional, o parlamento do país, há muito já existe uma paridade entre homens e mulheres, bem como na composição dos cargos ministeriais, levando a um comentário muito reproduzido “ aqui na Nicarágua , nos governam as mulheres”. Os partidos de esquerda no Brasil podem examinar seu próprio cenário e tirem suas conclusões em comparação com o protagonismo feminino na Nicarágua. Nas políticas de incentivo à participação protagonista das mulheres na economia, especialmente no cooperativismo, há direcionamento consciente e criterioso dos financiamentos estatais para projetos liderados por mulheres, uma forma concreta de combate ao patriarcalismo, herança colonial, combatida pelo sandinismo, que contou com a participação efetiva das mulheres na Revolução. Nestas eleições, todos os 6 partidos concorrentes, apresentaram metade de candidaturas femininas, inclusive para os cargos de presidente e vice presidente. Algumas alas da esquerda brasileira, se buscassem informações concretas sobre o que realmente ocorre na Nicarágua, talvez pensassem melhor antes de compartilhar suas opiniões com as críticas promovidas pelo imperialismo contra o sandinismo.
O golpe derrotado em 2018
Prevendo que os efeitos do modelo de desenvolvimento inclusivo ia manter em alto a popularidade da Frente Sandinista, como de fato ocorreu, os EUA, por meio de suas agências de mudança de regime, de ingerência, de promoção de violência e desestabilizações dos governos que não lhes são subservientes, desatou em Nicarágua uma tentativa de golpe, com o uso de um roteiro já utilizado na Venezuela, onde também foi derrotado, recorrendo às “guarimbas“, ações violentas de rua, com tranque de avenidas, de estradas, de incêndio a instalações estatais mais utilizadas pela população.
Foi assim que, a partir de abril, utilizando-se de um pretexto qualquer, jovens financiados do exterior, lançaram-se a bloquear avenidas e estradas, manifestações às quais compareciam armados, não sem instalar franco atiradores em regiões próximas para alvejar seja membros da polícia sandinista, seja populares indistintamente, sempre colocando a culpa no governo sandinista. Imediatamente, logo ao início das manifestações, já havia jovens das universidades privadas, especialmente nos bairros mais ricos de Manágua, La Rotonda, participando do tranque de ruas, surgindo do nada, quase que automaticamente, a bandeira que pedia a Renúncia de Daniel Ortega, enquanto o presidente buscava instalar mesas de negociação para encontrar uma saída para uma crise que levou mais de 3 meses de duração, com mais de uma centena de mortos, entre eles policiais sandinistas atacados por grupos armados ilegalmente.
Universidade públicas foram queimadas, mas as universidades privadas não. Postos de saúde e hospitais públicos foram queimados e depredados, estoques de medicamentos que são lá distribuídos gratuitamente, foram destruídos, incendiados, funcionários públicos foram alvo de violência, de torturas por estes grupos mercenários, que no melhor estilo terrorista aplicado na Síria, na Líbia, na Venezuela, buscaram alastrar o terror, enquanto a mídia capitalista, mundialmente, fazia sua parte, acusando o governo sandinista de ditadura.
Daniel insistia na negociação, houve até um sensível debate interno sobre isto no sandinismo. A participação da Igreja Católica, neste episódio, foi lamentável, com a eclesiásticos permitindo o uso de instalações católicas, inclusive torres de igreja e colégios, para o apoio a grupos armados, como base para suas ações contra as massas sandinistas. Há vídeos documentando igrejas com armas, com diálogos gravados em que bispos e padres insuflavam e apoiavam a tentativa de golpe da direita, visando exatamente que não se realizassem as eleições de novembro de 2021. Pouco a pouco, com cuidado, as manifestações sandinistas foram se impondo, deixando claro sua posição de maioria, sem que o governo tivesse lançado mão do Exército às ruas. Pouco tempo depois, o Papa Francisco, informado da situação, removeu 4 dos bispos mais implicados no apoio da Igreja aos mercenários golpistas, medida bem reveladora.
O golpe de 2018 foi derrotado, mas permaneceu a tensão no ar. A conspiração da direita empresarial vinculada aos EUA continuou em alta, se avolumou, os ataques internacionais aos sandinistas se multiplicaram, e até mesmo segmentos progressistas expuseram seus tremendos equívocos, como o ex-presidente uruguaio, Pepe Mujica, que já havia demonstrado sua confusão ideológica ao indicar o nefasto Almagro, seu ex-chanceler, para Secretário Geral da OEA, quando o diplomático se revelou completamente teleguiado pela Casa Branca, chegando ao cúmulo de ser ator protagonista do golpe de direita na Bolívia contra o MAS, participação esta que está completamente revelada hoje. Mujica teria reconhecido seu erro, mas o preço pago por países alvo da OEA é elevadíssimo, e amargo. Igualmente lamentável foi a participação do Conselho Interamericano de Direitos Humanos, chefiado pelo brasileiro Paulo Abrão, que, seguindo o roteiro traçado em Washington, em sintonia com Almagro, emitiu posições totalmente favoráveis aos golpistas nicaraguenses, com os quais foi solidário, condenando os sandinistas, vítimas de uma operação de Regime Change patrocinada pelos EUA.
Passividade versus defesa da legalidade
Na Nicarágua não houve passividade, como em outros lados, ante as conspirações organizadas pela Casa Branca. Passividade que ocorreu no Brasil, quando a Presidente Dilma Rousseff, não fez uso da prerrogativa legal de que dispunha para convocar uma cadeia de rádio e televisão, na qual chamaria o povo a defender o mandato presidencial que ele pertencia, tal como fez Leonel Brizola em 1961, com a Rede de Rádios da Legalidade, que começou contando com apenas uma radiozinha de Porto Alegre. Passividade é uma palavra que não faz parte do dicionário sandinista, a começar pelo próprio exemplo de Augusto César Sandino, pai da Revolução Sandinista e inspirador das políticas de justiça social praticadas pelo Governo de Daniel Ortega, por meio do cumprimento rigoroso e corajoso de sua legislação, que considera a soberania um bem estratégico dos nicaraguenses, em cuja defesa nenhum cidadão tem o direito de violar. Ao invés de afastamento, a Frente Sandinista reforçou sua relação direta com o povo, mobilizando-o, promovendo intenso debate de educação política, seja por TV (há 3 canais estatais), por rádio (há uma rádio comunitária de alcance nacional, La Primeiríssima), modesta mas audaciosa e elevada audiência, e pelos meios impressos e digitais,
Assim foi quando, há poucos meses, a Embaixada dos EUA distribuiu financiamentos para líderes opositores, que chegaram a formar um batalhão armado de 900 mercenários, para barbarizar às vésperas das eleições, com o intuito de impedir sua realização, operação que teria ampla cobertura dos meios de comunicação empresariais, dentro e fora da Nicarágua. Como os sandinistas não são passivos, estavam infiltrados nesta força mercenária, documentaram toda a distribuição de dinheiro, a logística que precederia os atos de sabotagem, o recrutamento de provocadores profissionais, e abortaram todo o empreendimento golpista, em perfeita sintonia com a legislação nicaraguense, que considera crime contra a Pátria receber dinheiro de país estrangeiro para finalidades políticas.
Tolerância zero com a conspiração golpista
Não há nenhuma surpresa quando Joe Biden ordena a OEA a desatar uma campanha visando deslegitimar a eleição presidencial da nicaraguense. Surpresa há quando esta campanha midiática contra um país de apenas 6,3 milhões de habitantes, invadido várias vezes pelos EUA, inclusive para organizar eleições no passado, com militares norte-americanos no comando do processo eleitoral, encontra eco em fileiras progressistas.
Por acaso teriam se esquecido da campanha do “Mensalão”, uma guerra midiática visando derrubar o governo Lula? Teriam se esquecido que aqueles meios de propaganda que rotularam Lula de corrupto são os mesmos que agora chamam Daniel Ortega de ditador? Os que organizaram a operação de ingerência externa chamada Lava Jato, para derrubar Dilma, prender Lula e destruir a engenharia nacional, não são os mesmos que invadiram a Líbia, destruíram toda a infraestrutura lá construída por empresas brasileiras, substituindo-as por empresas dos EUA, e que agora se lançam contra a Nicarágua, por não aceitarem sua soberania, sua independência, e seu modelo de inclusão social? Não são estes mesmos meios organizadores de Guerra midiática, como a revista Forbes, que acusava Fidel Castro de ser bilionário, os que agora se lançam contra Nicolás Maduro, e Daniel Ortega?
É realmente surpreendente que setores progressistas de países que estão perdendo suas estatais, seus direitos trabalhistas, sua previdência pública, se animem a criticar os sandinistas, cujo modelo de desenvolvimento social inclusivo preserva políticas públicas, a previdência social, a saúde pública e gratuita, a educação gratuita, os direitos do trabalhadores, além de avançar na transformação agrária, e tendo um controle efetivo sobre a Pandemia Covid 19, com cerca de 230 por falecidos e apenas 15 mil contaminados. Graças a um sistema de saúde comunitário, participativo e em moldes socialistas. Houve intensa mobilização popular, as famílias foram convocadas, e atenderam ao chamado do Ministério de Saúde para a prevenção.
Na Nicarágua, o voto não é obrigatório!
A vitória do povo da Nicarágua, que realizou uma festa cívica no dia 7 de novembro, sem tumultos, com uma preparação logística invejável, com 230 mil procuradores e policiais eleitorais que foram selecionados por meio de provas, nas quais deveriam comprovar conhecimento da História da Nicarágua, da Constituição, da Legislação Eleitoral, para o exercício do cargo.
Ao final de tudo, cidadãos estadunidenses e canadenses, lançaram uma carta pública contestando Joe Biden por suas declarações sem provas, emitidas antes mesmo do encerramento do processo eleitoral. Declarações agressivas, desrespeitosas e com ameaças contra Nicarágua. Os observadores dos EUA e Canadá acompanharam a eleição, visitaram as juntas de votação, conversaram com cidadãos de todas as tonalidades, conversaram com os partidos de oposição, e puderam comprovar a lisura do pleito, a tremenda participação popular em ordem e tranquilidade, vencendo o medo das ameaças, muitos usando barcos ou cabalos, outros caminhando longos percursos no campo para exercerem o voto consciente!
Não houve surpresa em relação à vitória sandinista, com 75 % dos votos válidos e um comparecimento de 65% do eleitorado apto a votar, onde o voto não é obrigatório e, além de tudo, houve uma campanha dos EUA pela abstenção, muito embora a direita tenha se dividido e uma parte dela tenha descarregado voto nos partidos conservadores, sendo o mais votado o Partido Liberal Constitucionalista, uma agremiação conservadora, existente há décadas, e que fez parte dos governos neoliberais que demoliram, transitoriamente, as conquistas da Revolução Sandinista.
Surpresa é ver um PSOE desconhecer a legitimidade da eleição de Daniel Ortega, mas não condenar Jair Bolsonaro,
Certamente, os partidos membros do Foro de São Paulo, entre eles o PT, que já firmaram, recentemente, declarações em defesa da Nicarágua Sandinista, terão oportunidade para realizarem um debate mais severo sobre o caráter democrático e progressista das transformações sociais que se operam naquele país centro-americano, que não engrossa as caravanas de refugiados que se dirigem aos EUA, ao contrário, com regularidade recebe a visita de cidadãos hondurenhos e panamenhos, que fretam ônibus para irem a território nicaraguense para usufruir de seu sistema de saúde nicaraguense e também para terem acesso a medicamentos , que, em seus países, registram preços nas alturas.
Guerra midiática
A guerra midiática contra a Nicarágua não dá tréguas. Muito embora a oposição conservadora tenha seus meios de comunicação funcionando, acusam os sandinistas de ditadores, do mesmo modo que o fazem na Venezuela. O surpreendente é que tais manipulações, grosseiras e sistemáticas, chegam a influenciar jornalistas do campo progressistas, que passam a tomar como referências as linhas editoriais dos grandes conglomerados de mídia empresarial dos EUA, como CNN, New York Times ou o espanhol El País, nos obrigando a um debate de ideias intenso e cuidadoso no campo progressista. Os governos populares, em qualquer lugar, são alvos de implacáveis campanha de desinformação. Os governos populares aqui no Brasil também o foram, mas, mesmo assim, apesar da amarga experiência que vivemos hoje, alguns segmentos da mídia progressista, ainda se deixam influenciar por certos ex-sandinistas, que há muito abandonaram o sonho de Sandino, e aderiram aos programas da Usaid e NED, com o que encontram espaço fácil na comunicação empresarial internacional, desde que seja para atacar uma Nicarágua que resiste, que preserva suas políticas públicas, suas conquistas, sua soberania e, surpreende o mundo com um modelo econômico que, segundo agências internacionais, deve registrar um crescimento de 8,5 % do PIB em 2021, recuperando –se dos efeitos do golpe de 2018, quando a economia foi paralisada por três meses. Qual país latino-americano registra tal desempenho econômico?
Apesar de não romper relações com a Nicarágua, as ameaças de Joe Biden são reais, e destinam-se também a Cuba e Venezuela, mas também ao Brasil, apesar das ilusões de certos círculos progressistas que chegam a defender uma aproximação com mandatário da Casa Branca, apesar de sua efetiva participação no Golpe de 2016 no Brasil.
A mensagem enviada ao mundo pelas massas sandinistas, por meio do voto consciente, muito contribui para estimular as forças de esquerda e, também, para colocar o debate nas esquerdas, no Brasil e no mundo, em termos mais concretos sobre tarefas indispensáveis para promover e assegurar conquistas dos governos populares.
Beto Almeida, jornalista
#imperialismo #nicaragua #eeuuterrorista
#nicaraguasoberana #americalatina
domingo, 16 de maio de 2021
Raimundo Jinkings - verbete
JINKINGS, Raimundo Antonio da Costa (Santa Helena, estado do Maranhão, Brasil, 5/09/1927 – Belém do Pará, estado de Pará, Brasil, 5/10/1995).
Foi um editor, livreiro, jornalista, sindicalista e dirigente comunista brasileiro.
Nascido em 5 de setembro de 1927 no município de Santa Helena (área rural do Maranhão), proveniente de uma família de origem humilde, Jinkings passou a infância em seu vilarejo natal, onde ajudava o pai cuidando do rebanho de bois e cabras. Além disso, também levava mercadorias para a mercearia do progenitor em Pinheiro, localidade próxima onde viviam duas tias que pouco depois o acolheram em casa no início da adolescência. Lá estudou e trabalhou como ajudante de alfaiate e de sapateiro. Aos 17 anos, mudou-se para a capital do estado, São Luís, cidade em que exerceu a atividade de vendedor numa loja de tecidos, ao mesmo tempo em que dava continuidade aos seus estudos numa escola noturna.
Decidiu viver em Belém (Pará) em 1945, aos 18 anos de idade, alistando-se na Força Aérea Brasileira (FAB). Com o término do serviço militar, já com a patente de cabo, trabalhou como enfermeiro no hospital da Aeronáutica. Em 1950, passou no concurso para o Banco de Crédito da Amazônia, que mais tarde mudaria de nome para Banco da Amazônia, também conhecido como BASA (no qual ingressou como escriturário em 1951), formou-se no ginasial e foi eleito secretário-geral do Partido Socialista Brasileiro (PSB) no Pará (ele foi um dos fundadores daquela agremiação no estado, junto com jornalista, professor e advogado trabalhista Cleo Bernardo de Macambira Braga). O passo seguinte foi entrar para o tradicional “Colégio Estadual Paes de Carvalho”, com o objetivo de cursar o secundário.
O ano de 1952 foi importante para o jovem dirigente socialista, já que teve atuação destacada na luta dos bancários; como organizador do I Congresso Regional Norte de Defesa do Petróleo (vinculado à campanha “O petróleo é nosso”); e como periodista, escrevendo matérias polêmicas em publicações como Folha do Norte, Flash e Estado do Pará (Jinkings foi o primeiro jornalista condenado por crime de imprensa no Pará, por denunciar a corrupção do delegado geral do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) no estado, Moacir Santiago; após apelação, foi absolvido por unanimidade, saindo do julgamento carregado pelos amigos). Era comum vê-lo fazendo discursos em praça pública e em portas de fábrica naquela época. Casou-se com Maria Isa Tavares em 1953, a quem conhecera quatro anos antes.
Nesse período, matriculou-se na escola técnica “Fênix Caixeiral Paraense” e liderou, junto com Cléo Bernardo, a campanha “Marcha da Fome”, lançada por seu partido e reprimida duramente pelas autoridades policiais. Por causa disso, foi preso e processado pelo DOPS.
Em 1955 voltou ao Maranhão a trabalho, transferido para uma agência de seu banco na capital, onde assumiu a gerência (uma mudança imposta pelo presidente licenciado do BASA, Gabriel Hermes, como punição, por Jinkings tê-lo denunciado, num artigo de muita repercussão, por crime eleitoral). Como o PSB não estava instalado naquele estado, ingressou no mesmo ano no Partido Comunista do Brasil (PCB). Sua casa seria usada na época como “aparelho” para militantes que realizavam viagens a São Luís por motivos políticos.
O XX Congresso do PCUS, em 1956, certamente não passou despercebido por Raimundo Jinkings, que, mesmo estando ciente das acusações contra o legado de Joseph Stálin e o “culto à personalidade” avaliou que a atitude de Nikita Kruschev teria favorecido o imperialismo em sua tentativa de atacar o Movimento Comunista Internacional. Ele reconhecia todas as conquistas sociais soviéticas e achava que elas, certamente, poderiam ser aperfeiçoadas, mas acreditava que jamais se deveria permitir a destruição da URSS (em 1991, ele ficaria profundamente abalado com a dissolução do país).
Em 1959, retornou a Belém. Aquele ano foi emblemático, já que marcou o triunfo da revolução cubana. Como milhares de jovens latino-americanos, Jinkings também se encantou com a epopeia dos barbudos do Movimento 26 de Julho e admirou dirigentes como Fidel Castro e Che Guevara (ele criaria, posteriormente, o grupo “Amigos de Cuba”, para prestar solidariedade à ilha e também defenderia as lutas de libertação nacional na África e a revolução dos cravos em Portugal). No Brasil, por sua vez, durante o processo eleitoral que culminou com a vitória de Jânio Quadros, apoiou o general Henrique Teixeira Lott para presidente e João Goulart para vice. Jinkings se tornou presidente do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) e secretário sindical do PCB.
Depois do golpe militar em 1964, Raimundo Jinkings (considerado pela ditadura como “o cabeça da subversão no Pará”) foi obrigado a se esconder durante um mês em residências de parentes, até negociar os termos de sua entrega à polícia, sendo imediatamente levado à prisão. Durante os “anos de chumbo” foi encarcerado em diferentes ocasiões, respondeu a diversos Inquéritos Policiais Militares (IPMs) e teve seus direitos políticos cassados (por causa de dificuldades financeiras, ele chegou, inclusive, a trabalhar como feirante na Praça Batista Campos, em Belém).
Dentro do partido, esteve próximo do grupo de dirigentes que contava com nomes como Horácio Macedo, Ivan Pinheiro e Juliano Siqueira. Ainda que admirasse a experiência cubana, posicionava-se contra a luta armada no Brasil (a linha oficial de seu partido), o que não impedia que sentisse profundo respeito pelo futuro fundador da Ação Libertadora Nacional (ALN) Carlos Marighella e de ser amigo de vários guerrilheiros naquele período (também foi admirador de Francisco Julião e das Ligas Camponesas, demonstrando contínuo apoio à luta pela reforma agrária).
Jinkings destacar-se-ia, ainda, como livreiro. A relação com os livros vinha da infância e adolescência. Aos 14 anos, leu As dores do mundo, do filósofo alemão Arthur Schopenhauer, obra que o marcou profundamente. Ao longo dos anos, passou a apreciar autores brasileiros como Lima Barreto, Graciliano Ramos, Monteiro Lobato, Raquel de Queiróz e Jorge Amado, assim como estrangeiros, como Máximo Górki, León Tolstói, Vladimir Maiakovski, Jean-Paul Sartre, Karl Marx, Friedrich Engels e V. I. Lênin (destes três últimos possuía as obras completas). No final da vida, a biblioteca pessoal de Jinkings contava com aproximadamente 10 mil exemplares.
Sua relação com editoras do Sul do país (como Brasiliense, Fulgor e Civilização Brasileira), assim como sua amizade com homens de letras, militantes e publishers da envergadura de Caio Prado Júnior e seu filho Caio Graco, certamente o impulsionou na nova atividade, fazendo com que inaugurasse em 1965, ao lado de Isa, a icônica Livraria Jinkings, que logo se transformou em um dos mais importantes centros de cultura e debates de Belém, além de possivelmente a principal livraria da região Norte do país. Diversos escritores conhecidos lançaram obras lá, entre os quais, Ziraldo, Milton Hatoum, Lígia Bojunga, Alfredo Oliveira, Rui Barata, Salomão Laredo e Max Martins. Isso não impediu que o local fosse recorrentemente visado pela ditadura e que chegasse a sofrer atentados (a fachada da livraria foi, inclusive, metralhada em certa ocasião). Ela se tornou um ponto de encontro da intelectualidade progressista da região e local onde, mais tarde, se realizariam reuniões da Frente Democrática de Oposição (FDO), fundada por ele em 1982, e da Sociedade Paraense dos Direitos Humanos (SPDH), os principais grupos que articulavam a luta pelas “Diretas já” naquele estado (época em que Jinkings era o editor do jornal Resistência).
Em 1974, a convite do PCC, ele e a esposa foram a Cuba (na década seguinte, Jinkings viajou novamente a Havana, desta vez para participar de uma conferência internacional sobre a dívida externa, um evento no qual teve destaque a presença de Luiz Carlos Prestes); em 1987, Raimundo esteve na União Soviética acompanhado de Isa (onde permaneceram por três semanas), ambos agraciados pelo PCB por terem sido campeões de venda de assinaturas do jornal Voz da Unidade em todo o país; e em 1994, ele recebeu o prêmio “Livreiro do Ano” (outorgado pela Associação Nacional do Livro), como reconhecimento da importância de seu trabalho. Jinkings também criou, com os colegas Carlos Sampaio e Amado Tupiassu, a primeira Editora Boitempo, que lançou livros de dirigentes e intelectuais marxistas como Mao Tsé-tung e Ho Chi Minh. A editora, por diferentes motivos, teria curta duração.
No início dos anos 1990, combateu o grupo “liquidacionista” encabeçado por Roberto Freire, que pretendia dissolver o PCB, apropriar-se de seu símbolo e de sua bandeira, assim como mudar seu nome para Partido Popular Socialista (PPS). Jinkings foi um dos que lutaram para a preservação da sigla e apoiou o início de sua reconstrução.
Raimundo Jinkings faleceu em 1995, aos 68 anos de idade. Ivana Jinkings (a caçula de cinco filhos), naquele mesmo ano, fundaria a nova Boitempo, que se tornaria uma das mais importantes editoras de Ciências Humanas do país.
Cómo citar esta entrada: Pericás, Luiz Bernardo (2021), “Jinkings, Raimundo”, en Diccionario biográfico de las izquierdas latinoamericanas. Disponible en http://diccionario.cedinci.org
http://diccionario.cedinci.org/jinkings-raimundo/
terça-feira, 7 de julho de 2020
As Pegadas da Máfia parte 2
Hoje um acontecimento significativo dessa história faz necessário abrir uma segunda postagem a partir da postada em junho de 2016, onde fazemos um rápido recorrido sobre a MÁFIA POLÍTICA JURÍDICA MIDIÁTICA que enlameia o País.
Vale a pena ler e informar-se sobre como se dão as tramas que levam o País para o abismo desde muitos anos. Teias que se formam e são encobertas por interesses de classe e muita prevaricação. dava para fazer uma série de várias temporadas.
Para entender, leia também a parte 1 (A Máfia Política Jurídica Midiática)
DCM entrevistou o advogado da família da modelo assassinada (assista o vídeo):
Leia a íntegra da reportagem do DCM :
Prisão do assassino da modelo em MG não encerra o caso: Quem são os mandantes? Por Dino Miraglia
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/prisao-do-assassino-da-modelo-em-mg-nao-encerra-o-caso-quem-sao-os-mandantes-por-dino-miraglia/outros links:
G1: Foragido há oito anos, ex-detetive condenado pela morte da modelo Cristiana Ferreira é preso na Grande BH
Pragmatismo Político: Assassino da modelo Cristiana Ferreira é preso, mas mandante segue em liberdade
https://www.pragmatismopolitico.com.br/2020/07/assassino-modelo-cristiana-ferreira-reinaldo.html
Mais sobre a máfia mineira:
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Importante exposição: a pobreza é criada pela política
Tereza Campelo foi Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
terça-feira, 13 de novembro de 2018
Entenda a falcatrua via internet contra a Democracia
Aqui o The Intercept Brasil explica bem explicadinho como funciona:
sábado, 3 de novembro de 2018
Raymundinho
Raymundo no ar |
Soube apenas agora da morte de Raymundinho, no dia 25 de outubro passado. O jornalista Raymundo Costa, uma pessoa querida e meu parceiro em muitas reportagens nos tempos de Veja e de Isto É. A pessoa é no trabalho o que é nas relações pessoais. E Raymundinho era assim, amável, divertido, sincero. Tenho a sorte de carregar na lembrança muitas histórias que vivemos juntos, algumas divertidas para lembrar e até sorrir.
fonte: https://www.valor.com.br/brasil/5947631/um-reporter-do-poder-e-suas-fontes