terça-feira, 30 de agosto de 2011

XIXI


O vídeo Xixi, editado de uma fita mini vhs resgatada do baú de mamãe. O personagem já está com 20 anos e foi muito tocante vê-lo ainda bebê nessas fitas resgatadas.

O "Xixi" fex sucesso no Youtube. Mas tá mesmo muito engraçadinho.


domingo, 28 de agosto de 2011

Do jeito que a coisa vai indo o Pará e Belém será uma vila de pescadores, ou uma cidade dormitório

por Amarílis Tupiassu

Indigna já só a ideia de reduzir o Pará a Belém e Zona do Salgado. Coisa de político-forasteiro mal-agradecido. O cara chega à casa alheia, que o acolhe com hospitalidade, e se revela um aproveitador. Entra, fuça a geladeira, abanca-se no melhor sofá, escancara as portas dos quartos, e a gente sabe: é um folgado. Chora, estremece por seu estado de nascença, enquanto explora e desdiz do Pará, de que só pensa em chupar tudo, até o Estado inteiro, se deixarmos.
O retalhador do estado (dos outros) chega e se espalha feito água.
Abanca-se, invade a cozinha, destampa, tem o desplante de meter o dedo na panela, antes do dono da casa, lambuza as mãos, lambe os dedos. Como nós, os paraenses somos cordiais, ele confunde cordialidade com liberalidade.
Vem, vai ficando, mergulha de unhas e garras afiadas em terras e política.
Espalhado, o aproveitador, pronto, enriqueceu, encheu a pança. Fez-se
fazendeiro, político de muito papo (balofo), o cara de pau. Alguns não
dispensam trabalho escravo e agora dão de posar de redentores da miséria do
Pará, como se só no Pará houvesse miséria. E cadê? Ih, já nas altas cúpulas,
armando discórdia, querendo porque querendo dividir o estado do Pará, disque
porque é estado imenso e pobre, como se os miniestados brasileiros fossem
paradisíacos reinos de felicidade, nenhum faminto sem teto, nenhum drogado,
saúde e escola nos trinques, nada de tráfico e exploração de menores. Balela
de retalhador! O retalhador (do estado alheio) tem no cérebro sinal de
divisão. Só quer dividir, não seu estado, onde o espertalhão não conseguiu
levantar a crista.
No Pará, não se contenta em ser fazendeirão, explorador de miseráveis. Quero um estado pra mim, Assembléia Legislativa, rumas de assessores, Tribunal de Contas com obsceno auxílio-moradia, mesmo que eu tenha casa própria.
E o retalhador já quer governar o estado (dos outros), quer reino e
magnífica corte própria, algo comum nestas terras brasílicas dominadas por
quadrilhas de políticos cara de pau, porque os dignos, vergonha na cara, os
que lutam a valer por um Brasil de união, ordem e progresso, estes raros
políticos dão uma de éticos e não põem a boca no trombone.
Não, o Pará não é casa de engorda e enriquecimento de esquartejador da terra
dos outros. Mas o pior é que eles se juntam até a certos políticos
paraenses, que, em vez de dizer não decisivo e absoluto à divisão, ficam em
cima do muro. É que os muristas, paraenses também não são flor que se
cheire. Incrível que políticos paraenses admitam o roubo oficial das ricas
terras do Pará. Pendurados no muro, os muristas paraenses só pensam na
engorda de seus vastos currais e não em defesa e união. Sim, quem quer
esfacelar o Pará? Deputados de longe que lambem os beiços por se apoderar do Marajó, do Tapajós, de Carajás. Risíveis os argumentos separatistas: A imensidão do Pará impede seu progresso. Nada! Papo de político! É vasta a miséria dos estados pequenos e do Brasil mal governado.
Dividir vem da omissão de políticos do Pará, eles em ânsias por suas lasquinhas. Separatista daqui e de fora quer é feudo, castelo, mais poder. O mapa do Pará lembra um buldogue. Ele precisa de brio, amor-próprio, rosnar, se quiserem reduzi-lo em retalho. O Pará quer paz e união. Vamos calar os esquartejadores que boiam, do fracasso em seus estados, ao sonho de esfacelar o Pará.
Vamos dizer não a mais essa mutreta de político espertalhão.

Transcrito do Caderno Mulher de 'O liberal' - 13/12/09

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sobre a hipocrisia e opções ante criações do homem

Reproduzo aqui o artigo de Fernando Antônio Gonçalves, como um convite à reflexão sobre a sociedade que queremos para nós, para nossos filhos, para nossos netos.

Bofetada na hipocrisia
Fernando Antônio Gonçalves

Um amigo-irmão muito amado, já plenitude da eternidade, muito imitado mas jamais igualado, dizia vez por outra, para seus colaboradores mais chegados, que o Vaticano era a coisa mais antievangélica que ele conhecia. Vez que estava recheado de hipocrisias e salamaleques que nada tinham a ver com a mensagem salvífica do Homão da Galileia, aquele que nunca fundou religião alguma e que apenas buscava evolucionar as relações entre os seres humanos, ampliando solidariedades sem discriminação de qualquer natureza. Concordando integralmente com o amigo-irmão, ampliei minha antipatia pelo Vaticano quando li Oscar Romero e a comunhão dos Santos, de Scott Wright, editora Paulus, tornado público este ano.

Para quem ainda não se antenou, dom Oscar Romero foi arcebispo de San Salvador, tendo sido assassinado por um atirador de elite do exército salvadorenho treinado na Escola das Américas, nos Estados Unidos, em 24 de março de 1980, quando celebrava missa na capela do Hospital da Divina Providência.

Em 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o dia 24 de março como o Dia Internacional pelo Direito à Verdade acerca das Graves Violações dos Direitos Humanos e à Dignidade das Vítimas, em reconhecimento à atuação de dom Oscar Romero em defesa dos direitos humanos. E na Galeria dos Mártires do Século 20 da Abadia de Westminster, Inglaterra, estão solenemente reverenciados a madre Elisabeth da Rússia, o reverendo Martin Luther King, o pastor Dietrich Bonhoeffer e o arcebispo Oscar Romero.

O livro de Scott Wright, na sua introdução, narra a caminhada de milhares, todos os anos em novembro, conduzindo cruzes que são levantadas à medida que o nome de cada um dos mártires da América Latina é pronunciado. E a procissão se concentra diante da School of the Americas, Fort Benning, Geórgia (EUA), manifestando-se contrariamente aos treinamentos militares dos exércitos latino-americanos responsáveis pelas mortes dos mártires citados. Em 16 de novembro de 2008, no décimo nono aniversário do assassinato de seis jesuítas, da governanta e da sua filha, a Pax Christi USA, promotora do evento, convidou o jesuíta Jon Sobrino para participar da vigília de encerramento, na ocasião concedendo-lhe prêmio pelo seu livro No salvation outside the poor, editado pela Paulinas sob título Fora dos pobres não há salvação. Na ocasião, os participantes proclamaram a força do testemunho das milhares de vítimas, numa procissão de três horas de duração pelos portões da base militar.

A leitura do livro do Scott Wright revigora têmperas neste atual momento histórico, onde inúmeros cristãos ainda ignoram "a glória de Deus é a pessoa pobre viva" e a história de um arcebispo convertido pelos alicerces fincados do Concílio Vaticano II. Um arcebispo que fora de militância conservadora mas que ampliou sua enxergância a partir dos contato com os excluídos, que lutam por reais mudanças da ordem dominante, buscando demolir as hipócritas camadas "democráticas" dos sistemas políticos e religiosos. E que proclamava: "Sabemos muito bem qual é a sorte dos pobres em El Salvador: ser capturados, torturados, encarcerados e ser encontrados mortos. E o cristão que não deseja viver esse compromisso de solidariedade com os pobres não é digno de ser chamado cristão". Um recado muito oportuno para o muito purpurado grandão. Metido a bento.

Fernando Antônio Gonçalves é professor universitário e pesquisador social
Artigo publicado na edição de 10/08/2011, no Jornal do Commercio, Pernambuco, página Opinião. (ARTIGOS - OPINIÃO JC)

domingo, 7 de agosto de 2011

Os Últimos Soldados da Guerra fria







 
 
 
A Revista Bravo de agosto trás reportagem sobre Fernando Moraes e o livro em que conta a história do antiterrorismo de heróis cubanos. 
Na década de 1990, espiões foram recrutados pelo governo de Cuba para se infiltrar em grupos anticastristas com base nos Estados Unidos. Essas organizações financiavam ataques terroristas contra a indústria turística da ilha caribenha e planejavam matar o então presidente Fidel Castro.
As histórias dos 15 agentes secretos escolhidos está contada em forma de aventura e ação, no livro-reportagem de Fernando Morais

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

IMPUNIDADE




Mulher marcada para morrer recebe apoio de artistas




O nome da trabalhadora rural Joelma Dias da Costa está na lista de pessoas ameaçadas de morte por pistoleiros no Pará. Atores e atrizes vão a Brasília protestar contra a violência no campo. A reportagem é de Marcelo Canellas para o Fantástico.



A Revista O Globo, encarte dos domingos, traz sempre uma página “Dois cafés e a conta...” (por Mauro Ventura), com os bacanetes e outros supostos notáveis falando sobre tudo. No domingo passado (1º de Maio), a revista fez um gol de placa entrevistando Joelma Dias da Costa. Ela é sindicalista do Pará e está ameaçada de morte. Seu marido, também sindicalista, já foi assassinado.

A Agência pede licença e publica a matéria.

Dois cafés e a conta...
Por Mauro Ventura
...com Joelma Dias da Costa
Aos 48 anos, faz parte de uma lista de 18 pessoas do Sul do Pará publicamente marcadas para morrer – religiosos, sindicalistas, trabalhadores rurais. No livro “Crônica de uma morte anunciada”, de Gabriel García Marques, todo o vilarejo sabe que Santiago vai morrer, menos ele. Na cidade de Rondon do Pará, é diferente. Todos, inclusive as vítimas, sabem que estão com a cabeça a prêmio. Nos anos 80 e 90, havia outra lista, em Rio Maria, com 14 nomes – sete deles morreram, incluindo o marido de Joelma, José Dutra Costa, o Dezinho.

Os nomes das vítimas e dos mandantes correm de boca em boca, pelas vendas, bares, gabinetes oficiais. A história está no documentário “Esse homem vai morrer – Um faroeste caboclo”, de Emilio Gallo, que estreia dia 13 no Cine Glória. O DVD já está nas lojas. O filme tem música de Otto e será exibido depois pelo Canal Brasil.

Na produção, Dira Paes interpreta uma professora que denuncia inutilmente o problema. A história é costurada pelo padre Ricardo Rezende – sobrevivente da lista original. Em 2006, Joelma recebeu de Lula o prêmio Defensora dos Direitos Humanos. Da lista atual, quatro foram mortos. Joelma seria a quinta, mas Letícia Sabatella e Camila Pitanga chegaram a ir a Rondon do Pará denunciar as ameaças.

Revista: A senhora está na lista atual dos jurados de morte. Seu marido estava na primeira lista...

Joelma Dias da Costa: Ele foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rondon do Pará e passou oito anos sendo ameaçado. Recebia telefonemas e bilhetes anônimos. Vinha gente avisá-lo: “Você pode morrer a qualquer hora”. Ele passou seis meses escondido. O irmão de um pistoleiro avisou: “Tenha cuidado porque a fala que tem na cidade é que tu não vai passar o Natal com tua família”. Esse pistoleiro falhou na missão de matar meu marido e após 15 dias foi morto.

E como seu marido acabou morto, em 2000?
Apareceu lá em casa um jovem pedindo humildemente ajuda. Ele disse que o avô tinha falecido e queria encaminhar a pensão para a avó. Falou que sabia que o Dezinho gostava de ajudar as pessoas. Parecia realmente necessitado. Mandei minha filha caçula chamar meu marido, que estava na casa do vizinho. Deixei-os conversando na porta e, pouco depois, ouvi três tiros. Mesmo baleado, ele lutou. Os dois rolaram no chão e caíram numa vala. O pistoleiro, Wellington de Jesus Silva, foi preso em flagrante e condenado a 29 anos. Dois anos depois de preso, ganhou o benefício de passar o Natal com a família e não voltou.

A irmã Dorothy Stang, morta em 2005, estava na mesma lista que a senhora. Como está a situação na região?
Tive o privilégio de conhecê-la. Encontrava com ela em eventos, era uma pessoa meiga e boa. Você se sentia acolhida de conversar com ela. Tem muita terra no Sul do Pára. Mas o que acontece com frequencia é o fazendeiro comprar cem alqueires e se apossar ilegalmente de mil. Com isso, uma área que poderia assentar 300 famílias fica nas mãos de uma só pessoa. Os trabalhadores rurais ocupam essa terra que foi apossada, e os fazendeiros, que não têm o título de propriedade, a querem de volta. É uma queda de braço.

Um personagem do filme, também ameaçado de morte, diz: “A gente teme a qualquer momento receber um telefonema: ‘Mataram a Joelma’”. Como é sua vida?
Sou da coordenação geral da Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura (Fetagri), regional sudeste, e coordeno 19 Sindicatos na região. Ando com dois policiais e não frequento ambientes muito abertos, como a festa de aniversário da cidade. Recebo as mesmas ameaças de meu marido: chamadas anônimas, perseguições, emboscadas. Certa vez, um pistoleiro foi ao Sindicato me matar, mas havia um policial e ele desistiu. Outra vez, em 2007, um pistoleiro chegou lá e me disse: “Vim para te matar. Eu sei que você é uma pessoa boa. Mas fui contratado. Se não matá-la, vou morrer.” Ele havia recebido R$ 2 mil, mas falou que se eu desse R$ 300 ele fugia da cidade. Expliquei que não tinha o dinheiro, mas que ia arrumar. Denunciei à delegada e, no dia seguinte, o pistoleiro foi detido. Ele ficou quatro meses preso e, um ano e pouco depois, apareceu morto. Antes da prisão, me disse quem era o mandante: o mesmo fazendeiro que mandou matar meu marido, e que só passou 12 dias preso.

Como é viver sob constante ameaça?
É triste, dá revolta. Você batalha por justiça, faz denúncias, expõe a vida da família, e a impunidade continua. Não quero isso para ninguém. Mas Dezinho era meu companheiro, eu admirava e acompanhava sua luta pela reforma agrária, contra os maus tratos, o trabalho escravo, o trabalho infantil. Então, tenho que mostrar que seu trabalho não foi em vão. Meus filhos (três mulheres e um homem, a mais velha com 27, a caçula com 22) já chegaram a me pedir que desistisse, mas me apoiam. É perigoso? É. Medo quem é que não tem? A gente se pergunta: “Será que vou terminar o dia viva?”. Mas não teria sentido toda essa luta se não acreditasse que vou continuar vivendo.
Eu digo sim à vida e não à morte.

Blog do colunista: www.oglobo.globo.com/rio/ancelmo/dizventura
Twitter: twitter.com/dizventura
Email: mventura@oglobo.com.br

http://www.agenciasindical.com.br/Site2011/Noticias/4547-marcadaparamorrer.html

BRASIL NUNCA MAIS

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