Que beleza. Ainda podemos recuperar o Rio Doce! Bola dentro, Presidenta Dilma.
Próximo passo: recuperar a Vale.
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Dilma e Sebastião Salgado |
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Presidente Dilma Rousseff durante encontro de trabalho
em Governador Valadares, Minas Gerais |
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Dilma conversa com o
fotógrafo Sebastião Salgado sobre projeto de recuperação do Rio
Doce
A Presidenta Dilma Rousseff recebeu o fotógrafo Sebastião Salgado
nesta sexta-feira (13), no Palácio da Alvorada. Durante o encontro
conversaram sobre o projeto Olhos D´Água, que tem como meta revitalizar o
Rio Doce a partir da proteção de nascentes.
Dilma recebeu proposta sobre o projeto do governador do Espírito
Santo, Paulo Hartung, na quinta-feira (12), durante reunião de trabalho
em Colatina sobre danos ambientais causados ao Rio Doce pela lama de
rejeitos proveniente do rompimento de barragens em Mariana (MG). Na
ocasião foram discutidas estratégias para recuperação do rio.
“Eu acho fundamental, a gente ser capaz de revitalizar, recuperar o
Rio Doce. Fazer, com essa ação, que a gente consiga transformar um
momento de dificuldade, de crise hídrica, em uma forma de recuperar o
rio”, declarou a presidenta.
O projeto Olhos D’Água é conduzido pelo Instituto Terra, organização
civil sem fins lucrativos fundada em 1988 por iniciativa de Salgado e
sua mulher, Lélia Deluiz Wanick Salgado. Atua na região do Vale do Rio
Doce, entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, região que
vivencia as consequências do desmatamento e do uso desordenado dos
recursos naturais.
As principais ações do projeto envolvem a restauração ecossistêmica,
produção de mudas de Mata Atlântica, extensão ambiental, educação
ambiental e pesquisa científica aplicada. Como resultado das ações, mais
de 7 mil hectares de áreas degradadas estão em processo de recuperação
na região e mais de 4 milhões de mudas de espécies de Mata Atlântica já
foram produzidas em viveiro para abastecer plantios de restauração.
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Fotógrafo tem trabalhado para viabilizar um fundo de
revitalização do Rio Doce: “Nós vamos recuperar o rio. Não tenho dúvida
disso”, afirmou em entrevista. Para Salgado, custos têm que ser arcados
pelas empresas responsáveis pelo desastre em Mariana (MG)
Por Redação
Nos últimos dias, o fotógrafo Sebastião Salgado tem trabalhado para
viabilizar um fundo de revitalização do Rio Doce, intensamente atingido
pela enxurrada de lama liberada pelo rompimento de duas barragens de
rejeitos da mineradora Samarco – controlada pela brasileira Vale e pela
anglo-australiana BHP Billiton – em Mariana (MG). “Nós vamos recuperar o
rio. Não tenho dúvida disso”, afirmou, em
entrevista ao portal G1.
“O Rio Doce é minha vida. Nasci e cresci
nas suas margens, e acompanhei a degradação desse ecossistema. Eu estou
dedicando uma parte da minha vida, a minha esposa está dedicando uma
parte da vida dela, o conselho diretor do Instituto Terra [do qual é proprietário] está dedicando uma parte da vida deles para salvar o rio”, declarou Salgado.
“O que está acontecendo agora, com o rio,
é o que acontece com um corpo que levou uma punhalada. A mancha que vem
descendo e cobrindo o fundo do rio está esterilizando toda sua vida
biológica. Os ovos dos peixes estão sendo soterrados. Não vão nascer
mais tartarugas, rãs, sapos e todas as plantas aquáticas vão deixar de
existir. Por onde passa, essa lama esteriliza tudo. É o maior acidente
ecológico que já aconteceu nesse rio. Talvez o maior do Brasil”,
adicionou. “É a morte ecológica do Rio Doce. O rio terminou. O
fundo desse rio vai ficar encoberto por muito tempo. Foi eliminada toda a
vida do rio”, constatou, em outro depoimento, dessa vez ao jornal O Tempo.
Na manhã da última sexta-feira (13), Salgado se reuniu em
Brasília com a presidenta Dilma Rousseff para discutir as medidas a
serem tomadas em relação à catástrofe. “A nossa proposta é que as
empresas donas da Samarco, a BHP e a Vale, constituam um megafundo com
todos os recursos necessários para recuperar todas as nascentes do Vale
Rio Doce. Esse fundo vai fazer com que o rio passe de um desastre
terrível a um Vale que, a médio e longo prazo, seja um modelo para o
Brasil. E que seja um projeto piloto”, explicou ao G1. Segundo o
fotógrafo, “a presidenta Dilma assumiu a liderança das negociações com
as empresas. Ela se comprometeu a obter essa reparação”.
Em suas falas à imprensa, Salgado tem destacado que a
responsabilidade pela tragédia em Mariana é da Vale e da BHP Billiton, e
que ambas, sobretudo a primeira, devem arcar com os prejuízos. “São as
duas maiores mineradoras do mundo, e o volume dessas empresas comporta
perfeitamente [com o fundo de revitalização do rio]. Acho que é
a oportunidade, principalmente a Vale, que é da região, de habilitar o
vale que deu nome a ela. Até pouco tempo ela se chamava Vale do Rio
Doce. A Vale é o maior empregador da região. É responsável e vai ter que
levar essa responsabilidade até o fim e assumir isso. Custos têm que
ser arcados pelas empresas.”
(Foto: Ricardo Giusti/PMPA)
http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/11/e-a-morte-ecologica-do-rio-doce-diz-sebastiao-salgado/