sábado, 27 de novembro de 2010

Mais do Mesmo


 Certas revistas adotaram o jornalismo de ocasião, o sensacionalismo como opção comercial.
Para manter as assinaturas de quem pode jogar  dinheiro fora ou ainda não percebeu - talvez porque nem leia - que já não há ali uma fonte confiável de informação. Ou para garantir-se como notícia em si mesma. Mais adequado seria indicá-la como folhetim de humor (pouco refinado) e campeã em "pérolas". Mas se repete tanto... 
Recomendo a leitura o artigo de Washington Araújo: 


A reinvenção e o veneno
Por Washington Araújo em 24/11/2010, Observatório da Imprensa
E pensar que o noticiário dos jornais diários mudou completamente em 30 dias! As grandes apostas dos diários em 22/10/2010 eram feitas em cima do caso da bolinha de papel que havia "quicado" na calva de José Serra. O SBT e a Globo travavam sua disputa com os poucos elementos da verdade: foi uma bolinha inofensiva ou esta teria sido apenas o primeiro objeto arremessado contra o então candidato tucano? O trololó da quebra de sigilo fiscal de Verônica Serra e mais 3.999 cidadãos brasileiros ainda reverberava com indícios de que quem estava por trás de tudo era o jornalista mineiro Amaury Junior. A peregrinação de Dilma Rousseff e José Serra por templos religiosos aparecia com menor força. O personagem escaldado Paulo Preto continuava naquele lusco-fusco: merece freqüentar capas de jornais ou não? E o mais que tínhamos eram as pesquisas intenção de voto no segundo turno. Todas dando vantagem de Dilma variando de 10 a 12 pontos sobre Serra.

É impressionante a capacidade de envelhecimento que as notícias têm. Os jornais, porque estou aqui mais focado nestes, parecem clínicas pediátricas que na eternidade de 24 horas se transformam em robustas clínicas geriátricas. Os eventos pautados pela imprensa escrita no mês passado parecem coisas muitas antigas, datadas demais, passadas em excesso, meros esperneios inúteis e toda sorte de energia gasta para manter acesa a chama do jornalismo. E para isso, sem rodeios, se utiliza cada vez mais óleo da pior qualidade.

Dito popular O jornalismo precisa se reinventar todo dia. Buscar forças não se sabe bem onde para continuar avante. Como toda profissão que seja digna a um ser humano, o jornalismo precisa de doses diárias de utopia. Não a utopia representada por "meros devaneios tolos a nos torturar". Nem a utopia que abarca amontoado de piedosas intenções. Penso na utopia de fazermos um jornalismo melhor, veraz, contundente na medida, correto e, também, sem segundas nem terceiras intenções, sem agendas sequestradas de grupos secretos como os Iluminati.

Utopia que se preze é aquela que nunca se realiza. Está sempre pendurada no horizonte. E fica no horizonte para termos certeza de que nunca a alcançaremos. E quanto mais nos aproximamos da utopia mais ela recua. Avançamos quatro passos ela recua quatro passos. Mas ainda assim a utopia tem sua serventia. Ela serve unicamente para nos fazer caminhar.



O jornalismo deve nos fazer crer que é possível viver para além da infâmia, dos escusos jogos de interesse. E nos alertar para quando estivermos prestes a confundir o destino com o tempo presente. Sem a dose de utopia diária fica quase impossível manter essa certeza de que amanhã o mundo pode ser bem diferente do que é hoje. Em uma época marcada pelo "vale quanto pesa", falar em utopia parece ser o absoluto nonsense. É que há que se transformar a utopia em ações esculpidas na realidade nossa de cada dia. E voltamos a pensar sobre o destino de irmãos siameses a atar os fins e os meios.


Estava em meio a tais pensamentos quando, num estalo, pensei sobre as relações dos meios de comunicação com aqueles por ela eleitos como "desafetos". Refiro-me mais recentemente à cruzada da revista Veja para menosprezar, ridicularizar o cantor e compositor Chico Buarque. E tudo por causa de Prêmio Jabuti. E tudo porque a imprensa parece desconhecer o que há muito reza o ditado popular: "Todo mundo sabe que jabuti não sobe em árvore. Se lá está é porque alguém o colocou". Este Observatório publicou excelentes textos sobre o tema (ver "A política dos prêmios literários", "Quem garfou quem" e "É grave mas ninguém dá bola").

"Cansaço e irritação" Comecemos pelo começo, já nos ensinava Heidegger. Chico Buarque é tímido e sempre foi tímido. Assume que não tem medo de público. Ao contrário, sente pânico. E de onde vem esse mal-estar logo que o artista sobe ao palco? É que Chico sabe que ali, naquele buraco negro que é a boca de cena, estará à frente de centenas, milhares de pessoas. E sofre com isso. Em suas palavras: "A gente é visto sem ver. Terrível".

Para um tímido de carteirinha, com crachá e tudo, deve ser no mínimo desagradável ficar sabendo que a revista da Abril não lhe perdoa o sucesso. Como dizia Tom Jobim, velho amigo e grande parceiro de Chico, "se existe uma coisa que o brasileiro não perdoa, esta é o sucesso". Afinal, em que grama a imagem, a obra e a vida de Chico Buarque seria aumentada – ou diminuída – por haver sido contemplado com o Prêmio Jabuti? Longe de ser privilegiado ao receber um prêmio, seja de música ou de literatura, outra constatação evidente é que é bem mais plausível que Chico agregue valor ao prêmio que o contrário.

Não seria obrigação de jornalistas minimamente informados beber do senso comum e dar conta de que Chico é hiperfacetado, pode ser apreciado como cantor, compositor, roteirista e teatrólogo ou então como escritor e pensador? Chico nem reivindica qualquer aprovação, selo de qualidade ou beneplácito dessa ou de outra imprensa. A timidez buarquiana deixa evidente que se existe algo que ele recusa é o tal rótulo da unanimidade. Não precisa ser unanimidade – até porque a palavra ficou amaldiçoada depois de andar de braços dados com a burrice, segundo a verve de Nelson Rodrigues.

A verdade é que o irmão de Raízes do Brasil – sim, porque falam que livro é como filho e seu pai Sérgio Buarque de Hollanda simplesmente brindou nossa cultura com esta obra – trafega na cultura brasileira com passe livre, 24 horas ao dia, 365 dias ao ano, sendo festejado nos papos da Zona Sul carioca e também nas quadras das escolas de samba dos morros dessa cidade. Não à toa foi referido por Dona Zica como "Chico Buarque de Mangueira". Sua vida, sua música, seus livros, suas peças, tudo isso foi tema do samba enredo da Estação Primeira de Mangueira em 1998.

domingo, 21 de novembro de 2010

A FOLHA DEU UM TIRO NO PÉ



José Flávio Abelha*

A grande novidade que O Globo exibiu hoje não pode ser considerada um 'furo jornalístico', no jargão midiático. Quando muito, o carro-chefe dos Marinhos fez um buraco, e que estrago, na débil credibilidade de uns tantos periódicos e hebdomadários e, indo mais longe, na banda podre da mídia brasileira.

Quando a Folha insistiu em abrir o que ela pensava ser a caixa-preta da candidata Dilma e o STM negou, um pensamento me perseguiu até hoje, dia 19 de novembro de 2010: a insistência da Folha é um TIRO NO PÉ.
Elementar, meu caro Watson, preste a atenção na linguagem silenciosa dos detalhes!

Inês Etiene Romeu, irmã da minha saudosa amiga Beth, foi declarada desaparecida mas estava enterrada viva em um sítio nas cercanias de Petrópolis, onde ficou mais de 1 ano, tirante o antes, nas mãos carinhosas do famigerado delegado Fleury. Washington Alves, sua filha Jessy Jane e demais familiares foram presos, torturados, trocados por embaixadores e asilados na Suécia. Walkyria Afonso Costa, desapareceu nas margens do Rio Araguaia, até hoje insepulta. Em um edifício do Conjunto Santos Dumont, em Belo Horizonte, morava um senhor paraplégico, preso a uma cadeira de rodas e sem fala, tal qual foi entregue à família depois de meses de tortura. Era bancário, jovem, atuante no seu sindicato e participante dos movimentos de protestos contra a ditadura implantada no dia 1º de abril de 1964. E muitas outras vítimas do torturador Daniel Antonio Mitrioni e americanizado Dan Anthony Mitrioni ou Dan Mitrioni, que a CIA mandou para o o Brasil e Uruguai como "assessor agrícola" cuja função era ensinar a interrogar presos políticos, tão importante para os militares que mereceu nome de rua em Belo Horizonte, quando os Tupamaros o fuzilaram no dia 10 de agosto de 1970 no Uruguai, grupo esse chefiado pelo guerrilheiro José "Pepe" Mujica, hoje Presidente da República.

Por essa gota de informação, pode-se ver que uma assassina, assaltante e mais adjetivos que recebeu a candidata Dilma durante a recente campanha eleitoral, depois de torturada, não ficaria menos de três anos na prisão. Com o negro quadro biográfico que a oposição apresentou, a candidata seria hoje, tão somente, uma lembrança amarga para a família Rousseff, um nome numa lápide, se cadáver houvesse, haja vista que, atualmente, ainda existem cerca de 460 desaparecidos.

TIRO NO PÉ que a Folha deu, abrindo as portas do STM às várias famílias que desejam saber o que consta nos processos de seus entes, presos, torturados, desaparecidos.

Vamos saber agora porque o inesquecível Presidente Juscelino, depois de cada interrogatório no Forte Imbuí, urinava sangue e tomou um tiro no pé ao responder à idiota e humilhante pergunta: trabalhava? o que fazia?, ao que JK literalmente respondeu: entre outras coisas promovi você a coronel, seu filho-da-puta.

TIRO NO PÉ que a Folha deu, ao se ler palavras emblemáticas contidas no "secretíssimo" processo da assassina e assaltante Dilma Rousseff, que ponho em relêvo no texto abaixo:

1. Joana d'Arc da subversão. A padroeira da França também foi uma subversiva cujo castigo foi ser queimada viva. Passados mais de 400 anos, canonizada pelo Vaticano. Hoje é Santa Joana d'Arc.

2. Não se pôde COMPROVAR que tenha participado diretamente em nenhuma ação armada. Segundo os arquivos.

3. É uma figura feminina de expressão tristemente notável, mas com uma dotação intelectual bastante apreciável. (Dizem os arquivos que O Globo teve acesso). Sem parti pris, isso é um elogio e, convenhamos, "expressão notável" e "dotação intelectual bastante apreciável" não deixam de ser atributos positivos para uma pessoa que almeja ser Presidente.

4. Os grupos de inteligência das Forças Armadas não confirmaram sua participação direta em NENHUMA AÇÃO ARMADA, de acordo com os arquivos do Ministério Público Militar. Uma opinião pessoal: pode ser Presidenta ou seja lá o que for, neste episódio não se pode cogitar de uma "anistia", um deixa-pra-lá, um esquece, e sim, de um processo para que a tão decantada LIBERDADE DE OPINIÃO seja colocada nos trilhos. Uma coisa é Liberdade, outra, essa que vimos é Libertinagem.

5. Documentos que POUCO FALAM sobre vínculos de Dilma às guerrilhas urbanas contra a ditadura.
Concluindo, UM TIRO NO PÉ é pouco. Melhor dizendo, a Folha arrancou o próprio pé. Agora, o melhor a ser feito e meter a viola no saco e demitir o rapaz que serve o cafezinho na redação, autor das inverdades, mentiras assacadas contra a candidata Dilma. E os canalhocratas que repetiam tais afirmativas, naturalmente desejando implantar no Brasil uma canalhocracia finjam-se de morto, tirem umas férias, mandem a empregada dizer qualquer coisa, uma sugestão, férias em Paris. Pega bem, FHC deve estar lá tomando a sua champanhota.

Quando falam que a mentira tem pernas curtas, muitos não acreditam. Desta vez, a Folha pagou para ver. O STM mostrou. A Folha viu!!! O Brasil está vendo.

*Mineiro, autor de A MINEIRICE e outros livretes, reside na Restinga de Piratininga/Niterói, onde é Inspector of Ecology da empresa Soares Marinho Ltd. Quando o serviço permite o autor fica na janela vendo a banda passar.

Leia mais no Blog da Dilma: BLOG DA DILMA 13: A FOLHA DEU UM TIRO NO PÉ

Fonte: Blog da Dilma

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Falha x Folha - Um atentado à Liberdade. Democratas, uní-vos! Façam manifestos!

3 novembro
2010
Desculpe o post maior e menos bem-humorado do que o habitual, mas é importante. Como você sabe, fomos censurados pela Folha de S.Paulo. Além da liminar que tirou nosso site do ar sob ameaça de multa de R$ 1000 por dia, eles jogaram um processo de 88 páginas nas nossas costas, pedindo indenização por danos morais por conta de nosso ex-blog de paródia, o Falha de S.Paulo. A alegação? Uso indevido da marca (ã-hã). Abaixo, os principais pontos de nossa defesa, protocolada no Fórum João Mendes. E à direita, se quiser, você faz o download da íntegra do processo deles e da nossa resposta.
Resolvemos escancarar tudo por acreditarmos que qualquer pessoa de bom senso, ao analisar o caso com calma, chega rapidinho à conclusão de que essa história de uso indevido de marca é uma tremenda desculpa esfarrapada. Trata-se de uma censura das brabas, inaceitável. E atacar dessa forma brutal um pequeno blog independente está pegando mal. Ainda mais porque estamos falando do autoproclamado “Jornal do Futuro” (sic), que publica um editorial atrás do outro defendendo liberdade de imprensa. Se defender judicialmente tá dando um beeelo trabalho, mas vamos até o final. Até porque, se perdermos, vamos morrer com uma bolada que não temos para pagar a tal “indenização por danos morais” –o valor exato seria definido pelo juiz.
Na boa, não estamos conformados com essa barbaridade. Não achamos exagero dizer que o jornal está dando não só um tapa na nossa cara, mas na cara de todos os blogueiros do Brasil e de todos os que defendem a liberdade que a Folha tanto cobra. E, segundo os advogados que estamos ouvindo, não vai ser nada fácil ganhar a batalha na Justiça contra o gigante, e só o que podemos fazer agora é barulho. Se você também não concorda com isso, por favor nos ajude a denunciar essa palhaçada e a queimar o filme da Folha. Muito obrigado!
Bom, já falamos muito. Veja abaixo os principais pontos da nossa defesa, comentados (a íntegra tem 29 páginas. Se quiser ler tudo, é só fazer o download à direita).

A defesa começa relembrando os argumentos que a Folha usou

Temos que reafirmar o óbvio em vários momentos

Alguém manda um dicionário de presente pro jurídico da Folha, por favor

Novamente a reafirmação do que nos parecia óbvio

Esperamos sinceramente que continue assim

Nunca se sabe...

Para quem não conhece, vale o Google

Se o Lula fosse processar cada um que imita ele...

O óbvio again

Dá uma olhadinha onde ficam o "A" e o "O" no seu teclado

Pelo contrário. Estamos gastando dinheiro para nos defender da Folha

Por favor...
Enfim, se você concorda com a Folha, mil desculpas pelo tempo perdido. Mas se você também acha isso um absurdo, por gentileza nos ajude a divulgar essa agressão ao maior número possível de pessoas. Obrigado!

A ex-prefeita paulistana se diverte com Josiane Tucanhêde e Otavinho Vader. "Vocês tão com inveja", brincou Erundina com a plateia ao receber os pôsters exclusivos da Falha de S.Paulo

terça-feira, 2 de novembro de 2010

BRASIL - O POVO FAZ A HISTÓRIA


Crianças felizes e saudáveis lêem, em 2015, sobre a História que nós fazemos hoje.

BRASIL NUNCA MAIS

BRASIL NUNCA MAIS
clique para baixar. Íntegra ou tomos