quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Jornalismo: Raimundo Pereira


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A carta de Miruna Genoíno te faz um desafio. Quer ler?

 Leia, é importante.


A coragem é o que dá sentido à liberdade

Com essa frase, meu pai, José Genoino Neto, cearense, brasileiro, casado, pai de três filhos, avô de dois netos, explicou-me como estava se sentindo em relação à condenação que hoje, dia 9 de outubro, foi confirmada.
Uma frase saída do livro que está lendo atualmente e que me levou por um caminho enorme de recordações e de perguntas que realmente não têm resposta.
foto de Marcelo Soares, 2009
Lembro-me que quando comecei a ser consciente daquilo que meus pais tinham feito e especialmente sofrido, ao enfrentar a ditadura militar, vinha-me uma pergunta à minha mente: será que se eu vivesse algo assim teria essa mesma coragem de colocar a luta política acima do conforto e do bem estar individual? Teria coragem de enfrentar dor e injustiça em nome da democracia?
Eu não tenho essa resposta, mas relembrar essas perguntas me fez pensar em muitas outras que talvez, em meio a toda essa balbúrdia, merecem ser consideradas...
Você seria perseverante o suficiente para andar todos os dias 14 km pelo sertão do Ceará para poder frequentar uma escola? Teria a coragem suficiente de escrever aos seus pais uma carta de despedida e partir para a selva amazônica buscando construir uma forma de resistência a um regime militar? Conseguiria aguentar torturas frequentes e constantes, como pau de arara, queimaduras, choques e afogamentos sem perder a cabeça e partir para a delação? Encontraria forças para presenciar sua futura companheira de vida e de amor ser torturada na sua frente? E seria perseverante o suficiente ao esperar 5 anos dentro de uma prisão até que o regime político de seu país lhe desse a liberdade?
E sigo...
Você seria corajoso o suficiente para enfrentar eleições nacionais sem nenhuma condição financeira? E não se envergonharia de sacrificar as escassas economias familiares para poder adquirir um terno e assim ser possível exercer seu mandato de deputado federal? E teria coragem de ao longo de 20 anos na câmara dos deputados defender os homossexuais, o aborto e os menos favorecidos? E quando todos estivessem desejando estar ao seu lado, e sua posição fosse de destaque, teria a decência e a honra de nunca aceitar nada que não fosse o respeito e o diálogo aberto?
Meu pai teve coragem de fazer tudo isso e muito mais. São mais de 40 anos dedicados à luta política. Nunca, jamais para benefício pessoal. Hoje e sempre, empenhado em defender aquilo que acredita e que eu ouvi de sua boca pela primeira vez aos 8 anos de idade quando reclamava de sua ausência: a única coisa que quero, Mimi, é melhorar a vida das pessoas...
Este seu desejo, que tanto me fez e me faz sentir um enorme orgulho de ser filha de quem sou, não foi o suficiente para que meu pai pudesse ter sua trajetória defendida. Não foi o suficiente para que ganhasse o respeito dos meios de comunicação de nosso Brasil, meios esses que deveriam ser olhados através de outras tantas perguntas...
Você teria coragem de assumir como profissão a manipulação de informações e a especulação? Se sentiria feliz, praticamente em êxtase, em poder noticiar a tragédia de um político honrado? Acharia uma excelente ideia congregar 200 pessoas na porta de uma casa familiar em nome de causar um pânico na televisão? Teria coragem de mandar um fotógrafo às portas de um hospital no dia de um político realizar um procedimento cardíaco? Dedicaria suas energias a colocar-se em dia de eleição a falar, com a boca colada na orelha de uma pessoa, sobre o medo a uma prisão que essa mesma pessoa já vivenciou nos piores anos do Brasil?
Pois os meios de comunicação desse nosso país sim tiveram coragem de fazer isso tudo e muito mais.
Hoje, nesse dia tão triste, pode parecer que ganharam, que seus objetivos foram alcançados. Mas ao encontrar-me com meu pai e sua disposição para lutar e se defender, vejo que apenas deram forças para que esse genuíno homem possa continuar sua história de garra, HONESTIDADE e defesa daquilo que sempre acreditou.
Nossa família entra agora em um período de incertezas. Não sabemos o que virá e para que seja possível aguentar o que vem pela frente pedimos encarecidamente o seu apoio. Seja divulgando esse e/ou outros textos que existem em apoio ao meu pai, seja ajudando no cuidado a duas crianças de 4 e 5 anos que idolatram o avô e que talvez tenham que ficar sem sua presença, seja simplesmente mandando uma palavra de carinho. Nesse momento qualquer atitude, qualquer pequeno gesto nos ajuda, nos fortalece e nos alimenta para ajudar meu pai.
Ele lutará até o fim pela defesa de sua inocência. Não ficará de braços cruzados aceitando aquilo que a mídia e alguns setores da política brasileira querem que todos acreditem e, marca de sua trajetória, está muito bem e muito firme neste propósito, o de defesa de sua INOCÊNCIA e de sua HONESTIDADE. Vocês que aqui nos leem sabem de nossa vida, de nossos princípios e de nossos valores. E sabem que, agora, em um dos momentos mais difíceis de nossa vida, reconhecemos aqui humildemente a ajuda que precisamos de todos, para que possamos seguir em frente.
Com toda minha gratidão, amor e carinho,
Miruna Genoino
09.10.2012

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Celeste Vidal - 1° de abril


Notícias da prisão de Celeste Vidal, poeta e integrante das Ligas camponesas.
No jornal Última Hora, 1964


Livro A História de um jornal que morreu. Sobre o assassinato de Ultima Hora pelos gorilas.
(obrigada, Marcelo Mário)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Guerra e Paz. Uma questão para o diálogo


RESUMEN LATINOAMERICANO entrevistou em Havana as FARC
Lideranças das FARCS em negociações de Paz
em 3 de outubro de 2012

“Sempre é perigoso dialogar sob fogo. Tentar falar sob as balas e os bombardeios é um risco muito grande”.

Por Carlos Aznárez, diretor do jornal Resumen Latinoamericano, de Havana


A muito poucos dias das conversações de paz entre o governo colombiano
e as FARC, o integrante da direção dessa organização guerrilheira,
Comandante Ricardo Téllez [Rodrigo Granda] assinalou que “o
convencimento do governo de Juan Manuel Santos de que não podiam
ganhar a guerra em forma rápida os levou a dialogar”.

Téllez, a quem também se conhece como o “Chanceler das FARC”, atua na
insurgência desde 1980, e muito antes já havia passado à
clandestinidade por sua miliância no Partico Comunista de seu país.
Confessou que um momento muito difícil das conversações exploratórias
que começaram em 2010 se deu quando primeiro foi assassinado o
comandante Jorge Briceño [Mono Jojoy], e logo após o mesmo ocorreu
quando caiu em combate o máximo referente das FARC Alfonso Cano. “Ali,
nos vimos obrigados a avaliar se tomávamos a decisão de seguir ou
chutávamos o tabuleiro. No entanto, nos demos conta que o objetivo era
a paz, como sempre o havia definido nosso Comandante Manuel Marulanda
Vélez, e decidimos seguir tentando-o”. Téllez não tem a menor dúvida,
e assim o expressou em Havana, que, se se dão avanços no diálogo,
desta vez poderiam abrir-se definitivamente as portas da pacificação.

Farc discordam de presidente da Colômbia sobre caminhos para a paz
Alfonso Cano, morto em novembro de 2012 (Foto: © Eliana Aponte / Reuters)
 
- Foi muito difícil chegar a este momento atual? Como foram as
primeiras conversações exploratórias?

- Este caminho não foi simples, porque viemos de uma guerra bastante
dura, de oito anos do senhor Uribe e dois anos de Juan Manuel Santos.
Uma vez que o presidente Santos assumiu o mandato, enviou uma carta ao
Secretariado das FARC, dizendo que o que nós propúnhamos na agenda da
Nova Colômbia bolivariana podia ser discutido, porém que o que fazia
mal ao país eram as formas de luta que nós utilizávamos. De todas as
maneiras, ele reconhecia que em Colômbia havia um conflito, que era
algo que Uribe não aceitava.

A partir dali começou um intercâmbio epistolar, que concluiu numa
reunião que se fez em Colômbia, à qual lhe seguiram alguns encontros
em outros terrritórios não colombianos, para depois terminar em Cuba,
em reuniões que denominamos “discretas e secretas” durante seis meses,
até chegar ao atual momento.

- Vocês, durante um longo tempo, insistiram, diferentemente do ELN,
que as conversações tinham que ser em Colômbia. Que os fez mudar de
opinião?

- Veja que, desde tempos atrás, no governo de Gaviria, dialogamos em
Caracas, e em seguida no México. Para nós, o lugar nunca foi uma
questão de princípios, senão que o importante é ter a fundamentação e
a confiança para encarar os diálogos.

- Quanto tempo deliberarão em Oslo?

- O de Oslo é somente a instalação da mesa, lá deliberaremos dois ou
três dias no máximo, e logo após o importante se discutirá em Havana.
Também acordamos que também se poderão realizar reuniões em outros
países [n. r.: Não se descarta que uma desses sedes possa ser
Argentina ou Brasil] de acordo como se irão dando as discussões.

- Quais são as razões que os levam a pensar que o estabelecimento
colombiano tem necessidade de encarar a paz precisamente neste
momento?

- Eles levaram adiante com todas as suas forças o Plano Colômbia. A
ideia era exterminar-nos em quatro anos, em forma física. Quer dizer,
demonstrar ao mundo que a guerrilha poderia ser derrotada por essa via
militar. Esses primeiros quatro anos do senhor Uribe não frutificaram
no que ele pretendia. Conseguiu outros quatro anos com sua reeleição,
e nesse período se investiram mais de 12 bilhões de dólares na guerra
em Colômbia. Está a presença norte-americana, há pessoal israelense e
do Reino Unido e de outras potências, metidas na guerra contra o povo
colombiano. Eles haviam falado do pós- conflito e resulta que isso que
pretendiam não se vê por nenhum lado. Temos uma guerrilha forte, bem
equipada, que obviamente sofreu alguns golpes duros, porém que soube
adaptar-se, com muita facilidade, às novas formas que assume a guerra
em Colômbia.

Esse aspecto de não poder ganhar a guerra em forma rápida, levou ao
convencimento do senhor Santos e a seus patrocinadores, os EEUU, de
que era melhor dialogar. Nós somos porta-bandeiras da paz e do
diálogo. E nos alçamos em armas precisamente porque se nos haviam
fechado esses caminhos. Agora, bem, o estabelecimento colombiano pensa
incrementar ao máximo todas as políticas neoliberais, já que têm 52
tratados de livre comércio firmados com diferentes países do mundo,
uma boa quantidade de projetos agroindustriais e mineiros, mais
projetos energéticos multimilionários. Não nos esqueçamos que Colômbia
é um dos países mais ricos do continente: nós temos ouro, prata,
esmeraldas, ao que há que somar costas nos dois mares, e a selva
amazônica. Todos estes projetos que as transnacionais impulsionam se
chocam contra uma resistência armada. A partir dali, nossos inimigos
deduzem que é melhor solucionar este conflito pela via dialogada.
Ademais, em função da crise que vive o mundo, e especialmente Europa,
temem que suas consequências poderiam gerar um caldo de cultura para
que, a partir da experiência que têm as FARC, surjam outras guerrilhas
no continente.

sábado, 6 de outubro de 2012

Por Amor ao Recife


Por amor ao Recife
Amigas e amigos
Eu gostaria de compartilhar a alegria de encontrar uma candidata diferenciada, especial. Cida Pedrosa pertence ao mundo da arte e da fraternidade. Cida é poeta, é artista. Tem uma trajetória de superação, de muita luta, que não tiveram a capacidade de lhe tirar a ternura, a alma e os sentimentos bons. Ela, como eu, pensa que podemos construir um mundo melhor.
Meus amigos, nós podemos mudar a cara da câmara municipal. Promover mudanças, colocando cabeças, corações, mentes e emoção na política.  Somos nós que vamos fazer mudar, ninguém mais.
Eu peço a você o voto para a minha candidata. Vote na Cida Pedrosa, de n°65613 — Cida Pedrosa 65613.
Confio e espero em Cida um mandato criativo e profícuo. Como ela costuma dizer:
“UM MANDATO QUE QUER SER DECENTE E HUMANO, ONDE POLÍTICA, POVO E POESIA ANDEM JUNTOS, SEM RECEIO, PARA CONSTRUIR UMA RECIFE CRIATIVA”.
Obrigada,
Leila Jinkings

BRASIL NUNCA MAIS

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