sexta-feira, 30 de março de 2012

NÃO EM MEU NOME

EM NOME DE QUEM, ESTA MILICADA REPRIME MANIFESTAÇÕES? EM NOME DE QUEM ESSA VIOLÊNCIA ESTA TRUCULÊNCIA HERDADA DA DITADURA?

Na tarde desta quinta-feira, manifestantes protestaram do lado de fora do Clube Militar, no centro do Rio, onde acontecia uma comemoração pelo aniversário do golpe de 1964. A polícia militar, como de costume, fez farta distribuição de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e muita truculência. Ex-militares como o tenente-coronel Lício Maciel, que participou de operações no Araguaia, e o general Nilton Cerqueira, responsável pela execução de Carlos Lamarca, foram escorraçados pelos manifestantes. (Latuff)

Thor e Serra

Gosto dos textos de Paulo Nogueira. Este eu quero compartilhar. Observem a reflexão que ele provoca ou procura provocar sobre um assunto banal, que lemos nos jornais ou vemos ou ouvimos em outros veículos. Devemos nos orgulhar por termos um aspirante a homem mais rico do mundo no Brasil?
Ele fala de Eike, aproveitando o momento em que ele está em evidência por motivos outros do que os negócios: seu filho Thor, com um carro de 3milhões de dólares, atropelou um ciclista.
Recomendo a leitura


Quando Serra e Thor se encontraram

30 março 2012
Paulo Nogueira


Enquanto isso Eike quer ser o homem mais rico do mundo

Serra e Thor se encontraram nas estatísticas do Diário.

O artigo que escrevi sobre o famigerado atentado de bolinha de papel sofrido por Serra na última campanha presidencial se reproduziu pela internet e logo se tornou o campeão de leitura do Diário.
A liderança está prestes a ser ultrapassada agora pelo texto que escrevi sobre o atropelamento cometido por Thor Batista na direção de uma McLaren de quase 3 milhões de reais. Apenas no Facebook, mais de 3 300 pessoas clicaram em cima do sinal que diz que gostaram.

O que isso diz?
Sobre Serra, é simples. Os brasileiros estavam e estão cansados de espertezas farisaicas como a de Serra depois de ser atingido pelo nada, ou pelo quase nada. Uma tomografia para gerar malandramente o impossível – simpatia popular por Serra? Ora.
Expedientes como esse são do mesmo calibre da pregação clandestina da mulher de Serra, felizmente captada por um jornalista. Monica Serra disse a pessoas humildes que Dilma era a favor de “matar criancinhas”.

O Brasil está cansado desse tipo de coisa.
Mas.
Mas eis que Serra está aí, uma espécie rara entre políticos no mundo todo, aquela que se alimenta não das vitórias mas das derrotas, não da fartura mas da escassez de votos.
Quanto a Thor, tenho para mim que o texto estourou no Diário menos por ele e mais por seu pai, Eike.
Uma coisa, em particular, me parece absurda em Eike: suas reiteradas declarações de que deseja ser o homem mais rico do mundo. É muita pobreza mental para tanto dinheiro. Nenhum assessor disse a ele que é o tipo de coisa que não deve ser dita, quanto mais gritada?

Num país de tanta desigualdade, num mundo em que somos confrontados o tempo todo com fotos de miseráveis espalhados por todas as partes, a ambição pecuniária de Eike é simplesmente patética.
O Brasil merece ricos de maior musculatura interior.

Thor foi exposto a aquilo desde o berço. Pobre menino rico.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/?p=7095

quarta-feira, 28 de março de 2012

FNDC reúne com Ministro

FNDC se reúne com ministro das Comunicações

28/03/2012 |

FNDC
Nesta segunda-feira, 26, a coordenação executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) reuniu-se com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. O encontro teve como foco o debate sobre o novo Marco Regulatório das Comunicações. 

O FNDC apresentou ao Ministério o balanço político realizado em sua 16ª Plenária, que apontou como pauta central de atuação para o Fórum a luta para que a proposta de um novo arcabouço legal para as comunicações fosse colocada pelo governo para debate público.

Os integrantes do Fórum reafirmaram a Plataforma dos 20 Pontos para uma Comunicação Democrática, entregue ao ministro em 18 de outubro, e cobraram uma interlocução maior do ministério com a sociedade civil, não apenas no processo de construção da consulta, mas também das políticas de comunicação por meio da constituição de uma mesa de diálogo. Embora reconheça o esforço do Ministério das Comunicações em organizar o funcionamento administrativo e desburocratizar o setor, o FNDC entende que questões fundamentais para ampliar a pluralidade e a diversidade das comunicações e garantir a universalização do acesso à banda larga têm ficado ausentes da agenda.

Nesse sentido, o Fórum questionou a opção que vem sendo feita pelo Ministério de promover alterações de modo fragmentado, ao aprovar decretos e portarias que incidem sobre questões administrativas mas não mexem nas desigualdades estruturais do setor. Um exemplo é a portaria que modifica a norma de funcionamento das rádios comunitárias, que acabou limitando ainda mais suas condições de funcionamento. Outro é o decreto que alterou o sistema de licitações das concessões, que poderia ter modificado os critérios das outorgas a fim de fortalecer o sistema público e a diversidade do sistema, mas limitou-se a mudanças pontuais. Além de se configurarem como 'oportunidades perdidas', algumas dessas medidas têm sido tomadas sem processos de consulta pública e diálogo com a sociedade civil. Diante das colocações feitas a este respeito, o ministro Paulo Bernardo já orientou que o FNDC fosse consultado sobre o novo decreto das rádios comunitárias que será publicado pelo ministério.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Um caso Inacabado

Reportagem especial de Míriam Leitão e Claudio Renato sobre o caso Rubens Paiva e as novas informações levantadas

Vale a pena ler a matéria e assistir o vídeo

fotografias: http://oglobo.globo.com/in/4120897-cb0-7a7/FT500A/rubens-familia.jpg http://oglobo.globo.com/pais/fotogaleria-rubens-paiva-4120894

domingo, 18 de março de 2012

A Luta Continua

A luta continua
por Leila Jinkings


"Cada paralelepípedo da velha cidade
essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais" [1]

O livro “1968- o ano que não terminou” é uma leitura imprescindível para a compreensão daquele ano que marcou para sempre a vida no mundo. Zuenir Ventura relata os acontecimentos no Brasil, fazendo com que o leitor compreenda a conjuntura, naquele momento, na vida dos brasileiros. Diferente de outros relatos, ele não desce à cozinha, preocupa-se com os fatos mais relevantes para a compreensão de quem lê, com isenção e profissionalismo, sem, contudo, colocar-se fora deles.
Nas passagens iniciais, uma festa de reveillon, há imagens hilárias das loucuras daquele tempo de “É Proibido Proibir”, como a impagável cena de um casal que chega à festa e pede – para começar - dois uísques. Recebe, incrédulo, duas garrafas de legítimo scotch. Assim, segue-se o livro todo: introduzindo o leitor no clima de cada momento que relata, fazendo o leitor sentir-se parte daquilo tudo.
O autor passeia pelos acontecimentos que se desenrolam no mundo, as mudanças que vão se alastrando, o desejo de liberdade, o repúdio ao autoritarismo. Com o foco no Brasil, ele segue introduzindo o leitor no clima de descontração das conversas de boteco ou dos encontros de intelectuais e artistas. Descreve os novos costumes introduzidos, da moda ao comportamento sexual.
Aos poucos o clima vai pesando. Começa-se a perceber a perversidade e a irresponsabilidade das mudanças produzidas no Brasil. Aqui, diferente da Europa ou da América do Norte, vivia-se uma ditadura militar. A extrema direita começava a assumir o controle da ditadura, o que se consolida em uma sexta feira 13 do mês de dezembro daquele ano.
O livro pincela a discussão filosófica e política entre os "reformistas" e os "revolucionários". As lideranças do movimento estudantil, sindical e intelectual, alinhavam-se com uma das posições. Liam Marx, Marcuse, Mao, Ho Chi Min, Althusser, Che Guevara, Debray. As diferenças eram percebidas apenas por quem estava alinhado. Para as massas o importante mesmo era estar contra a repressão e a ditadura.
O teatro e a música, que já vinham muito mal vistos pelos militares desde o golpe de 64, sentem o peso da censura e da repressão. A estupidez da “milicada” era, muitas vezes, uma fonte de inspiração para jornalistas, como ilustra o seguinte texto do Correio da Manhã, de Brasília:
Brasília assistiu a um espetáculo estranho. Viaturas do DOPS postaram-se diante de um teatro (...). Todo aquele aparato se voltava contra o elenco de "Um bonde chamado desejo", de Tennessee Williams, ou seja, contra quatro atrizes e três atores. A peça, depois de exibida à exaustão no Rio, São Paulo, Bahia, Belo Horizonte, sem falar no resto do mundo, ofendeu a sensibilidade de um censor, que exigiu o corte das palavras gorila, vaca e galinha. O censor se chama Leão. Talvez se julgue, portanto, o rei dos animais, com direito a vetar o nome de alguns de seus súditos. Em verdade esse Leão sugere outro animal, de orelhas compridas e zurrante.[2]

sexta-feira, 16 de março de 2012

Fome e especulação


Quase não é noticiado que os preços dos alimentos estão subindo descontroladamente pelo mundo inteiro. Porém, a que se deve?
Carmelo Ruiz Marrero - Jornalista e educador ambiental.
Diretor do Projeto de Biosegurança de Porto Rico


São dadas várias explicações, incluindo os desastres meteorológicos -inundações e secas- relacionados à mudança climática, ao boom dos biocombustíveis, à subida do preço do petróleo e ao aumento da demanda de carne e de grãos das crescentes classes médias da China e da Índia. Porém, há outro fato muito mais importante, que é ignorado na maioria das análises: a especulação por parte de investidores, que veem nos alimentos um novo horizonte de lucro.

Segundo a autora e analista catalã Esther Vivas (ver aqui, em espanhol), em meados de 2010, " especulação alimentar golpeava de novo e o preço dos alimentos voltava a subir”, pelo que "os especuladores sentiram-se incentivados a pedir novos empréstimos e a comprar mercadorias que, de maneira previsível, subiriam rapidamente de valor. Os próprios bancos, fundos de alto risco etc. que causaram a crise das hipotecas subprime são, atualmente, os responsáveis pela especulação com as matérias primas e o aumento do preço da comida, aproveitando-se de uns mercados globais de mercadorias profundamente desregularizados”.

"O desmedido fluxo de capitais especulativos distorce os mercados de tal forma que já não servem para a composição de preços dos alimentos”, sustenta a campanha Direito à Alimentação (ver aqui, em espanhol). "Os mercados de futuro não refletem a situação real de oferta e procura nos mercados agrícolas e seus preços não convergem com os do mercado varejista, nem proporcionam uma cobertura efetiva contra as flutuações. A falta de convergência nos preços e a alta volatilidade têm feito com que os mercados de futuro sobre matérias primas agrícolas sejam pouco fiáveis quanto à estimativa dos preços e de pouca utilidade na gestão de risco para produtores e consumidores”.

E, o que é um especulador? É quem nem produz e nem usa a mercadoria; porém, arrisca capital, comprando e vendendo contratos a futuro da mercadoria em questão, com o objetivo de lucrar a partir da variação em seu preço. O contrato a futuro é basicamente uma aposta a que o preço de uma mercadoria determinada subirá ou baixará.

domingo, 4 de março de 2012

DAWSON ISLA 10






Que filme comovente realizou Miguel Littín sobre os acontecimentos após o golpe de estado, em 11 de setembro de 1973. Ele foi diretor da estatal Chile Films de 1971 até o momento do golpe de estado, liderado por Pinochet, que depôs o governo democrático de Salvador Allende no Chile. 


Os ministros de Estado e todo o alto escalão,  sequestrados, são levados para a ilha Dawson, no extremo sul do país, trasformada em campo de concentração da ditadura chilena. Lá os presos políticos são submetidos a violentos interrogatórios, trabalhos forçados além de torturas físicas e psicológicas. 


Baseado no livro de Sergio Bittar, ministro de Minas de Allende, o filme tem momentos emocionantes, comoventes, em alguns momentos muito triste. Mesmo assim encontra espaço para o humor e para momentos singelos de amizade e solidariedade.  Littín mostra as contradições dos oficias de baixa patente ao ver irmãos chilenos serem destroçados pelos generais chilenos e o comando estadunidense.


Miguel Linttín é um ícone vivo do cinema de resistência Latino-americano. Um dos filmes mais conhecidos dele, Acta General de Chile (1988) é fruto de uma corajosa aventura em que, tres anos antes, entrou clandestinamente no Chile para a filmagem, com nome e documentos falsos.
Littín percorreu todo o Chile para realizar este filme que se desdobrou em uma película de quatro horas para a televisão e em outra de duas horas para o cinema. Littin filmou em todo o território chileno, até mesmo dentro do palácio presidencial de La Moneda, a poucos metros do gabinete de Augusto Pinochet.

Li há tempos o livro escrito por Gabriel García Márquez, intitulado “A Aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile”, que relata a aventura apos quatro horas de entrevista com Littín. Maravilhoso.

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BRASIL NUNCA MAIS

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