sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Um pouco de História



Reproduzo aqui artigo de Augusto Buonicore - publicado no Vermelho -  em que relata um episódio fundamental da História recente do País e da trajetória do comunismo.

 

A Conferência de Fevereiro de 1962 e a reorganização do PCdoB

No dia 18 de fevereiro de 1962 teve lugar na rua do Manifesto, bairro do Ipiranga, na cidade operária de São Paulo uma conferência extraordinária do Partido Comunista do Brasil.

Por Augusto C. Buonicore (Artigo publicado no Portal Vermelho em 18 de fevereiro de 2004)


Participaram dela delegados de vários Estados. Entre eles estavam dirigentes históricos do Partido como João Amazonas, Maurício Grabois, Pedro Pomar, Kalil Chade, Lincoln Oest, Carlos Danielli, Ângelo Arroyo, Elza Monnerat, entre outros.

O evento aparentemente modesto revestiu-se de uma grande importância histórica para o povo e os trabalhadores brasileiros. Tratava-se naquela ocasião de reorganizar o Partido Comunista do Brasil que estava sendo ameaçado em sua existência por um surto revisionista de direita. Poucos ainda tinham consciência da importância daquele "ato fundador".

Para muitos, aquela parecia obra de alguns poucos sonhadores, sem grande futuro. Passados 42 anos da sua realização podemos dar conta da grandeza daqueles homens e mulheres comunistas e do ato que realizaram. Por isto gritamos em alto e bom som: Viva o 18 de fevereiro!

O 20º Congresso e o pomo da discórdia

Em fevereiro de 1956 realizou-se o 20º Congresso do PCUS, no qual Krushev apresentou um "relatório secreto" denunciando o "culto à personalidade" e os crimes de Stálin. Mais do que isto o 20º Congresso abriu uma nova fase na política do PCUS na qual predominaria o reformismo. As notícias deste Congresso chegaram ao país através da imprensa burguesa e inicialmente foram negadas pela direção comunista — acusadas de serem falsificações promovidas pelo serviço de inteligência norte-americano.

Depois de vários meses o líder da delegação brasileira, Diógenes Arruda, presente naquele congresso voltou ao Brasil trazendo a informação oficial e somente no final de agosto conseguiu se reunir o Comitê Central para discutir a questão. Abriu-se uma crise profunda no interior do Partido. Surge uma forte corrente liquidacionista, encabeçada por Agildo Barata.

Em outubro foi aberto à revelia da direção partidária um debate através da imprensa comunista, num claro desrespeito ao centralismo-democrático. Em nome da liberdade de opinião tudo era permitido. Ocorreu uma forte resistência aos desvios direitistas. A imprensa partidária sofreu intervenção e o próprio Agildo Barata foi expulso. Com ele saíram vários intelectuais. Alguns deles formam um grupo nacionalista não proletário, intitulado Corrente Renovadora do Marxismo Nacional.

Diógenes de Arruda Câmara publicou o artigo "Renovar o Partido e Derrotar o Antipartido".

Derrotado o liquidacionismo e as correntes de direita no interior do Partido, iniciou-se uma nova luta interna. Esta seria ainda mais acirrada e teria conseqüências maiores e mais duradouras. Duas concepções iam se consolidando no partido: uma reformista e outra revolucionária.

A luta interna se desequilibra com a adesão de Prestes às teses reformistas do XX Congresso e sua tentativa de aplicá-la acriticamente ao Brasil. Em agosto de 1957, por suas posições contrárias às teses reformistas que ganhavam corpo no interior da direção do Partido, João Amazonas, Maurício Grabois, Diógenes Arruda, Sérgio Holmos foram destituídos da comissão executiva e do secretariado do Comitê Central. Os seus lugares foram ocupados por Giocondo Dias, Mário Alves, Carlos Marighela e Calil Chade. Na mesma reunião foi aprovado o documento A Atividade antipartidária de Agildo Barata. Assim o Comitê Central, sob o comando de Prestes, dava uma no cravo e outra na ferradura: expulsava os liquidacionistas de direita e isolava a esquerda partidária.

Duas concepções, duas orientações políticas — a grande cisão comunista

O afastamento da esquerda do secretariado e da comissão executiva foi necessário para que Prestes conseguisse uma tranqüila maioria, o que lhe permitiu aprovar as teses reformistas e mudar o rumo político do Partido.

No início de 1958, numa reunião do Comitê Central, João Amazonas e Maurício Grabois foram os únicos a votar contra o documento que ficaria conhecido como Declaração de Março e que fora elaborado por uma comissão "ultra-secreta", criada pelo próprio secretário geral. Este documento consolidou a guinada à direita do PCB. Entre outras coisas ele apregoava a possibilidade da transição pacífica do capitalismo ao socialismo no Brasil.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Samba da tucanalha saudosista




Samba Enredo da TRP

Autoria: Carlos Melo e Laert Sarrumor
Álbum: Como é Bom Ser Punk

TRP pede passagem, pra mostrar sua bateria
E seu passado de coragem, defendendo a Monarquia
Salve Pinus Zorreira Zorrileira, precursor da linha-dura
Grande baluarte da ditadura
Legislador da Inquisição, implacável justiceiro
Homem de grande erudição, lia Mein Kampf no banheiro
No tribunal de Nuremberg, defendeu o Mussolini
Sob os auspícios do Lindenberg
E hoje ele se preocupa com a infiltração comunista
No clero progressista (e o Lefebvre)
Lefebvre, fiel companheiro incomparável amigo,
Irrepreensível mentor
Exerce completo fascínio e vai incutindo em Plinus
O gênio conservador
Digno de um poema do Ezra Pound, quer que o
Brasil se transforme num imenso Play Ground
No carnaval a escola comemora nascimento de Nossa Senhora
E a defesa da tradição, cantando esse refrão:
Anauê, Anauê, Anauá, TRP acabou de chegar (repete)
E hoje sou fascista na avenida, minha escola é a mais querida
Dos reaça nacional (repete)
Plim, plim, plim, plim, plim, plim, plim, plim, plim,
Era assim que a vovó seu Plinus chamava

http://www.linguadetrapo.com.br/

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Conferindo o passo





esquentando com as músicas tradicioais do Carnaval de Recife e Olinda
http://www.programacaocarnavalrecife.com.br/fique-por-dentro-dos-frevos-e-marchinhas-do-carnaval/

CARNAVAL RECIFE OLINDA 2012

Fique por dentro das músicas do Carnaval de Recife e Olinda:

Para quem deseja estar com todos os hits e marchinhas que são sucesso por aqui na ponta na língua, segue agora algumas musicas que são hinos e que não podem faltar na folia de Recife e Olinda

Encabeçando o top, para não fazer feio na multidão, conhecer o ‘Voltei Recife’, uma composição de Luís Bandeira, te ajudará para se integrar na hora da folia. “Voltei Recife, foi a saudade que me trouxe pelo braço…” ao ouvir apenas essa frase a multidão se agita em meio aos blocos e troças que animam a folia

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Punição perto de se tornar real - entrevista e reportagem com Mª do Rosário.



Apurações da Comissão da Verdade poderão levar a
processos contra agentes que cometeram abusos na ditadura
Punição perto de se tornar real
Júnia Gama      (politica.df@dabr.com.br)

Maria do Rosário: acesso a documentos será assegurado. 
Imagem: PAULO DE ARAÚJO/CB/D.A PRESS entrevista


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O governo modificou o tom cauteloso do discurso adotado em meados de 2011, quando ainda tentava aprovar a lei que cria a Comissão da Verdade. Naquele momento, prevalecia a tese de que o colegiado teria efeitos tão etéreos quanto a “efetivação do direito à memória”, o que gerou resistências de setores ligados aos direitos humanos e de familiares de vítimas. Agora, passados três meses desde a sanção presidencial que criou o colegiado, começa a ser desenhada a perspectiva de punição real para aqueles que tenham cometido crimes durante o período da ditadura militar.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse que as informações reunidas pela comissão poderão dar origem a processos de condenações semelhantes aos que ocorreram em países vizinhos. Ela observa que, na América Latina, a iniciativa de revisão dos atos governamentais praticados durante períodos autoritários não tiveram início com um caráter punitivo. No entanto, o clamor social fez com que resultassem em amplos processos de condenação, como o que ainda ocorre na Argentina, onde mais de 200 agentes repressores já foram punidos. “Reconhecemos legítimo quando a sociedade propõe e luta no sentido da responsabilização criminal”, diz a ministra.
Para Gilda Carvalho, procuradora federal dos Diretos do Cidadão, o Ministério Público deve encaminhar denúncias a partir de informações levantadas pela comissão que contenham fatos criminosos. Ela sustenta, inclusive, que a Lei de Anistia não será empecilho para futuras condenações aos repressores. “Nós somos signatários de uma convenção internacional sobre direitos humanos que, hierarquicamente, está acima dessa legislação ordinária. Os tribunais brasileiros não podem dar a última interpretação sobre tratados firmados pelo país em âmbito internacional.”
Entrevista
Reporter - Quais serão os resultados práticos da Comissão da Verdade?
Rosário - Ela não terá papel jurisdicional ou punitivo. Mas as informações que ela vai buscar e organizar, inclusive sobre as circunstâncias de mortes, de tortura e de responsáveis, efetivamente poderão ser utilizadas para movimentar procedimentos de natureza jurídica pelo Ministério Público.
Reporter - A confirmação da Lei de Anistia pelo STF pode ser um empecilho para isso?
Rosário - Não. Esse é um debate que vai ter que ser travado entre o MP, a sociedade e o Poder Judiciário. Para fazermos avançar a Comissão da Verdade, tivemos que fazer uma opção política. Se tivéssemos centrado a construção da comissão na responsabilização criminal, não teríamos avançado.
Reporter - O Brasil pode chegar a um processo de condenações, como em países vizinhos?
Rosário - Perfeitamente. Nenhum país entre os quase 40 que tiveram uma comissão da verdade teve em sua primeira agenda a responsabilidade criminal. Na Argentina, começou pela busca de informações. E, depois, a sociedade, indignada, reagiu àquilo, exigindo mais.


Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/2012/02/12/politica9_0.asp

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ana Paula e o Pinheirinho

Ana Paula, uma jovem de 23 anos, morava no Pinheirinho com seus dois filhinhos e sustentava a casa com o salário de faxineira (salário mínimo). A truculência, a perversidade e a mesquinharia da sociedade e a impunidade tornam possível esse tipo de violência e de injustiça. É a isso que certos vermes chamam de liberdade. Liberdade de uma classe destruir os sonhos de quem ousa buscá-los. A burguesia fede, já dizia Cazuza.
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BRASIL NUNCA MAIS

BRASIL NUNCA MAIS
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