quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Sobre Liberdade de Imprensa e Regulação dos meios de comunicação


A repercussão do livro A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr, proporcional à importância das denuncias que ele revela, trouxe à tona o debate mais temido pelos meios de comunicação alinhados com o poder dominante: a urgente necessidade de marcos regulatórios para a comunicação. Destaco aqui dois recentes artigos e, logo abaixo, comentários de Bob Fernandes, editor do Terra magazine, no Jornal Gazeta. O livro de venício de Lima aqui em resenha trás argumentações didáticas sobre as razões que tornam urgente uma regulamentação; mais abaixo, artigo de Ricardo Kotscho, sobre liberdade de imprensa.
Não deixe de ler.


    
Uma relação perigosa / Um modelo em transição  Programa nº 1698
Uma relação perigosa
O ruidoso silêncio dos jornais de circulação nacional em torno do livro A privataria tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., diz muito sobre o que tem sido, nos últimos anos, o viés político da imprensa brasileira. Mas deixa ainda mais obscuros os escaninhos da relação entre o ex-governador, ex-ministro, ex-prefeito e ex-senador José Serra com a cúpula das empresas de comunicação dos principais centros do país.
Repórteres que acompanham a carreira desse político paulista se habituaram há muito tempo a aceitar como normal sua ascendência sobre as cabeças coroadas da imprensa tradicional.
Nunca ocorreu a ninguém – ou se ocorreu, nunca antes qualquer profissional havia enfrentado essa tarefa – vasculhar os segredos dessa estranha relação.
O livro de Ribeiro Jr.,  pelo menos nos trechos já divulgados em entrevistas que circulam pela internet e reproduzidos por blogs, levanta hipóteses que podem conduzir a conclusões perigosas demais para serem tratadas com leviandade.
Talvez seja essa exatamente a razão pela qual os grandes jornais ainda não se dispuseram a entrar no assunto com a dedicação que ele merece.
Se é verdade metade do que já se disse sobre a investigação de Ribeiro Jr., deve haver motivos para preocupações em muitas casas de boa reputação.
Mais alguns dias e os primeiros compradores terão completado a leitura das 334 páginas do livro, e então o silêncio da chamada grande imprensa será de pouca valia.
Argumentando-se que é apenas a cautela do jornalismo responsável o motivo de tamanha retração – pois seria leviano conceder o aval da imprensa ao livro e seu autor sem uma leitura cuidadosa da obra – ainda assim não se pode escapar de uma comparação com outros livros sobre políticos publicados recentemente.
Não é mistério para as pessoas afeitas ao mister do jornalismo que muitas das resenhas publicadas pela nossa imprensa são produzidas por osmose, sem que os redatores de cadernos de cultura tenham que se dar o trabalho de ler inteiramente a obra analisada.
O método é descrito deliciosa e ironicamente pelo escritor Ronaldo Antonelli, ex-redator do jornalismo cultural, em seu romance O crepúsculo das letras.
Foi assim, claramente, que alguns livros sobre políticos ganharam destaque recentemente.
Principalmente aqueles escritos por seus desafetos, como foram os casos dequeles que têm como personagem o ex-presidente Lula da Silva.
Se o caso é de esperar que algum bom resenhista termine sua leitura, louvado seja o silêncio da imprensa em torno do livro-bomba de Amaury Ribeiro Jr.
(continua no final da postagem)


Em busca do equilíbrio

Por Rodrigo Braz, no Observatório da Imprensa, edição 671
Resenha de Regulação das comunicações: história, poder e direitos, de Venício Arthur de Lima, Editora Paulus, São Paulo, 2011; reproduzido da Revista Brasileira de Políticas de Comunicação nº 1, do Laboratório de Políticas de Comunicação (LaPCom) da Universidade de Brasília; título e intertítulos do OI


“Regulação” é um conceito imprescindível para a vida humana, pois, ainda que seja um substantivo abstrato, tem uma dimensão prática que está impregnada na vida cotidiana do ser humano, tanto em sua dimensão biológica como na social. A água, por exemplo, é uma composição química essencial a sobrevivência do homem, porque, entre outras coisas, permite a regulação da temperatura corporal. Assim, quando o nosso corpo está superaquecido, as glândulas sudoríparas eliminam suor para que, ao evaporar, ele retire calor do corpo, fazendo-o voltar ou se reaproximar da temperatura ideal. Quando alguém está com problemas intestinais, o médico sempre recomenda ingerir alimentos e/ou medicamento que regulam as atividades do intestino, fazendo com que ele volte a funcionar harmoniosamente. Portanto, regular alguma coisa significa colocar em equilíbrio ou em ordem determinados fatores ou aspectos que estão envolvidos no funcionamento dessa coisa. O termo “regulação” no latim está associado à palavra regularis, que significa barra, régua ou vara reta, objetos que permitem fazer a medição das coisas, permitindo que tenhamos somente aquilo ou a quantidade que necessitamos. Não por acaso, regulação está também associada ao verbo regere, que corresponde a colocar em ordem ou em controle. Nesse caso, o controle não pode ser excessivo ao ponto de levar ao desequilíbrio ou a desarmonia do sistema.

No âmbito da vida em sociedade, igualmente, a regulação é um fator indispensável, pois garante o equilíbrio entre os poderes e as forças políticas. Nas democracias capitalistas ocidentais, o Estado assume, idealmente, a função de mediar e equilibrar as relações de poder dentro de preceitos democráticos. Todo e qualquer direito, seja ele civil, político ou social, só é possível por meio da regulação, pautada em normas e leis. Os direitos sociais, por exemplo, vão ser implementados na primeira metade do século XX para se contrapor as enormes desigualdades sociais geradas pelos princípios liberais.

sábado, 10 de dezembro de 2011

As tramas e falcatruas tucanas em livro, fartamente documentadas


  


"Na edição que chega às bancas nesta sexta-feira 9, CartaCapital traz um relato exclusivo e minucioso do conteúdo do livro de 343 páginas publicado pela Geração Editorial e uma entrevista com autor (reproduzida abaixo). A obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização.

Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização" ( Chega às livrarias ‘A Privataria tucana’, de Amaury Ribeiro Jr. CartaCapital relata o que há no livro  mais entrevista com o autor)

O que Serra tanto temia 
por Leandro Forte, na CartaCapital

Largado contra a vontade na exata fronteira entre uma guerra por poder no comitê da campanha de Dilma Rousseff e a sofreguidão sem limites da mídia em encontrar uma maneira de derrotar a candidata de Lula à Presidência, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. tornou-se um protagonista da corrida eleitoral de 2010 pelos motivos errados.

Foi acusado de integrar uma patranha cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de integrantes do PSDB e parentes do então candidato oposicionista José Serra. Acabou indiciado pela Polícia Federal e virou álibi de uma das frequentes distorções da realidade operadas pelo serrismo: o político que mais se vale do método de produzir dossiês contra adversários assume normalmente o papel de vítima desse tipo de vilania.

Pouco mais de um ano depois, Ribeiro Jr., repórter de longa e bem-sucedida carreira, vencedor dos principais prêmios de jornalismo do País, terá finalmente a chance de recolocar as coisas no devido lugar. A começar por um fato: ele não havia sido contratado para produzir um dossiê anti-Serra. Trabalhava em um livro sobre as privatizações na era Fernando Henrique Cardoso, fruto de 12 anos de trabalho.

E mais: a documentação a embasar as denúncias desfiadas em mais de 330 páginas foi obtida de forma absolutamente legal em diversas fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado, que foi concluída de forma canhestra após um acordo entre o PT e o PSDB e lançou aos porões da República as provas do maior esquema de lavagem de dinheiro já detectado no Brasil.

Do livro, que chegou às livrarias na sexta-feira 9, emerge um personagem central, Serra. Tudo gira em torno do ex-governador paulista e candidato presidencial derrotado em 2010. É um ex-tesoureiro de sua campanha, Ricardo Sérgio de Oliveira, o mentor da “tecnologia financeira” que iria movimentar milhões, ou melhor, bilhões de dólares durante os anos dourados das privatizações e do domínio do PSDB em Brasília.
Valeram-se de tal engenharia a filha e o genro de Serra, Verônica e Alexandre Bourgeois, além de Gregório Marin Preciado, casado com uma prima do tucano.

Leia mais na edição 676 de CartaCapital, já nas bancas, ou na  CartaCapital on line

Recomendo ler também sobre o assunto:   Blog do Miro  e Rodrigo Viana em Ricardo Sérgio: “o começo, o fim e o meio

serviço:

  A privataria tucana
  Autor: Amaury Ribeiro Jr.
  Formato: 16 x 23 cm.
  Páginas: 344
  Categoria: Reportagem-denúncia
  ISBN: 978-85-61501-98-3
  Cod. de Barras: 978-85-61501-98-3
  Geração Editora
"Um dos principais méritos do livro é descrever toda a trajetória que o dinheiro ilícito faz, das “offshores” a empresas de fachadas no Brasil, e da subsequente “internação” desse dinheiro nas fortunas pessoais dos envolvidos. Neste ponto, o livro de Ribeiro Jr., embora não tenha nada de fictício, segue a trilha de livros policiais e thrillers sobre corrupção e bastidores da política, já que o leitor pode acompanhar o emaranhado e sentir-se recompensado pelo entendimento. O livro, aliás, tem um início que de cara convida o leitor a uma grande jornada de leitura informativa e empolgante, revelando como Ribeiro Jr., ao fazer uma reportagem sobre o narcotráfico na periferia de Brasília, a serviço do “Correio Braziliense”, sofreu um atentado que quase o matou e, descansando desse atentado, voltou tempos depois a um jornal do mesmo grupo, “O Estado de Minas”, para ser incumbido de investigar a rede de espionagem estimulada por Serra, mencionada no início. É o ponto de partida para tudo."
On line para baixar é aqui: http://www.livrosdehumanas.org/2011/12/13/livro-a-privataria-tucana/
 

Leia mais:
Verônica Serra, “a mulher mais importante da internet brasileira”, segundo a revista IstoÉ Dinheiro. Amaury revela que Verônica foi indiciada… justamente por quebrar o sigilo fiscal alheio (acusação feita contra Amaury em 2010). O livro diz que a empresária mentiu sobre a Decidir.com, empresa em que foi sócia de outra Verônica, a Dantas. Num dos trechos mais saborosos, Amaury explica como o banqueiro Daniel Dantas usou a revista e Verônica para mandar um recado a José Serra. No Luiz Azenha, blog Vi o Mundo.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A empáfia de Ferreira Gullar

A empáfia do poeta Gullar,
por Luiz Silva (Cuti), blog PeleNegra

Por  conta da publicação,  em quatro volumes,  da Literatura  e Afrodescendência no Brasil: antologia crítica, organizada pelos professores Eduardo de Assis Duarte e Maria Nazareth Fonseca, seja pela apresentação gráfica sofisticada da obra, seja pelo seu aporte crítico envolvendo profissionais de diversas universidades brasileiras e estrangeiras, a questão de ser ou não ser negra a vertente da literatura brasileira que compõe seu conteúdo tem trazido à tona manifestações que vão desde respeitosas e aprofundadas abordagens até esdrúxulos pitacos de quem demonstra sua completa ignorância do assunto, má vontade e racismo crônico. Neste último caso está o que publicou Ferreira Gullar, com o título “Preconceito cultural”, no caderno Folha Ilustrada, do jornal Folha de São Paulo, de 04/12/2011.

O autor do Poema Sujo, no qual compara um urubu a um negro de fraque, deve estar estranhando (estranheza é a palavra que ele emprega) que o negro não é uma simples idéia desprezível, mas um imenso número de pessoas, cuja maior parte, hoje, não come carniça, e que aqueles ainda submetidos à miséria mais miserável jamais quiseram fazer o trabalho daquela ave, e que se a “a vasta maioria dos escravos nem se quer aprendia a ler”, como diz ele, não é porque não queria. Era proibida. Há vários dispositivos legais e normas que comprovam isso. Havia uma vontade contrária. Há e sempre houve um querer coletivo negro de revolta contra a opressão racista.

Quanto a existir ou não literatura negro-brasileira, deixemos de hipocrisia. No mundo da cultura só existe o que uma vontade coletiva, ou mesmo individual, diz que sim e consegue vencer aqueles que dizem não. Foi assim com a própria literatura brasileira e os tantos ismos que por aqui deixaram seus rastros. Características, traços estilísticos, vocabulário etc, que demarcam a possibilidade de se rotular um corpus literário, no tocante à produção literária negra,  já vem sendo estudados.  Basta lembrar três antologias de ensaios:  Poéticas afro-brasileiras, de 2002,  com 259 páginas; A mente afro-brasileira (em três idiomas), de 2007, com 577 páginas; Um tigre na floresta dos signos, de 2010, com 748 páginas, além de outras reuniões de textos, estudos, dissertações e teses. Por outro lado, se Cruz e Sousa e Machado de Assis, como argumenta Gullar “foram herdeiros de tendências literárias européias”, e, portanto, “não se pode afirmar que faziam literatura negra”, o que dizer de Lépold Senghor e Aimé Césaire, principais criadores do Movimento da Negritude, embora herdeiros da tradição literária francesa? A literatura não é só resultado de si mesma. Só uma perspectiva genética tacanha desconheceria outras influências do texto literário, tais como a experiência existencial do autor, sua formação política e ideológica, o contexto social, entre tantas mais. Nenhum escritor é obrigado a reproduzir suas influências.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Libya and Imperialism: Dan Glazebrook, Lizzie Phelan, Harpal Brar (EN, FR, PT)

A jornalista conta o que viveu, o que viu, o que sentiu. Ela cobriu fatos que eram ignorados pela mídia. Os satélites russos provam que o ocidente mente quando diz que ataques aéreos ameaçavam a vida de civis. 
O analista político e o escritor fazem uma análise detalhada dos motores invisíveis a olho nu e revelam fatos desconhecidos pelo mundo ocidental. Quantas mentiras em prol do imperialismo assassino. Não seria a Otan o verdadeiro terrorista? Assista, reflita, reaja. 
 UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL. 

Assista O vídeo "Líbia e Imperialismo": depoimentos do analista político Dan Glazebrook, da jornalista Lizzie Phelan e do escritor Harpal Brar, legendas em espanhol,francês e português.


Dan Glazebrook (independent analyst), Lizzie Phelan (journalist), and Harpal Brar (politician and writer) provide much-needed analysis, counterpropaganda and polemic on 'Libya, Africa and Imperialism' in a public meeting convened by Oxford's Stop the War Coalition. Phelan and Brar recently returned from Libya and provide substantial firsthand insight.
Dan Glazebrook: starts 0:11; continues 1:13:26. Lizzie Phelan: starts 16:48; continues 1:06:07. Harpal Brar: starts 28:42.

fonte: http://tvbrasil.org.br/caminhosdareportagem/videos/
Leia também:
Pra Discutir o Brasil: Líbia: Depois do bombardeio que a Al Jazeera inven...: Do vi o mundo December 01, 2011 Enquanto os ‘guerreiros humanitários’ vibram… A questão-chave sobre a guerra na Líbia por DIANA JOHNSTONE, ...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Marcel, Idrissa e a amizade


Marcel, Idrissa e a amizade
Leila Jinkings

 A vasta filmografia de Aki Kaurismaki é pouco conhecida do público, no Brasil. O cinema que ele faz é mais frequentador dos festivais e das salas de arte. No telão assisti "O Homem sem Passado" (2002), no Festival Internacional de Cinema, no cine Academia de Brasília; no cine Rosa e Silva, no Recife, o - mais hermético - "Luzes na Escuridão" (2006).  São maravilhosos. O Cinema da Fundação, na mostra "Expectativa 2012/Retrospectiva2011", trouxe "O Porto (Le Havre)", a mais recente realização. Lindo! Um filme terno, que conta a história de um pequeno imigrante ilegal africano, com sensibilidade e generosidade. Busca o sentimento de amizade e a solidariedade da vizinhança, quando todos se unem para ajudar o garoto, exceção de um vizinho delator.

Marcel Marx sobrevive como engraxate na pequena cidade portuária Le Havre, depois de uma vida boêmia em Paris. Passa o dia pelas ruas da cidade procurando quem queira engraxar os sapatos e, no fim do dia, volta para casa, onde a mulher Arletty (Kati Outinen) cuida dele com devoção. Antes, passa na padaria e no verdureiro; depois, no bar da esquina. Arletty é internada com uma doença grave, com pouca esperança de cura. Marcel se vê só com a cadela Laika. É quando o caminho de Marcel e o do menino Idrissa (Blondin Miguel) se cruzam.

Um dos belos momentos do filme é a revelação da amizade e da solidariedade na vizinhança. A implacável política de imigração caça o menino em situações entre emocionantes, criativas e cômicas. O ótimo Jean-Pierre Darroussin faz o detetive encarregado pelo prefeito da cidade de encontrar o menino para aplacar a sanha da imprensa. Há poucos diálogos, como o diretor gosta. Ele deixa as entrelinhas para o espectador decifrar. O que não é dito, ele diz através de silêncio, por meio de sinais e, principalmente da música.

Uma característica marcante nos filmes de Aki Kaurismaki é o destaque à Música. A música tem espaço próprio, é protagonista. Funciona como forte elemento climático na maioria das vezes. Outras vezes ela põe a música a nos provocar sensações mais físicas, com o balanço de Bob Little, antigo roqueiro francês. Ouvem-se, no decorrer do filme, baladas, tangos e rock and roll. É Little Bob quem faz o papel dele mesmo e o Little Bob Concert é eletrizante, envolvente. Chama a dançar, difícil segurar o pezinho.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Conselho da Mídia

Entre os vários maravilhosos estudiosos das manipulações da mídia, cito o linguista Noam Chomsky, que  elaborou a lista das "10 Estratégias de Manipulação” através da mídia.
Avalien os dois ítens que remetem ao caso do Conselho de ética :

O ítem 2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado "problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma "situação” prevista para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.
E o item 1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

Se a Presidente Dilma permitir que mais um ministro caia por causa de denúncias sem provas feitas pelo PIG, então estaremos às portas do impeachment de Dilma.
Enquanto a sociedade discute se o ministro pegou ou não pegou carona no avião e se foi ético ou não foi ético pegar a suposta carona no avião, os partidos de direita (PSDB, Dem, PSD) estão roubando bilhões (com b mesmo) dos cofres públicos e do povo brasileiro através de escândalos como o da Alstom, da linha lilás, merenda escolar, Controlar, etc, etc.
Os sindicatos e movimentos sociais deveriam fazer um movimento pelo impeachment de Kassab e Alckmin. Aliás, como saiu no Nassif, esse escândalo de inspeção veicular já chegou às portas do ex-governardor Aécio Neves (também conhecido como Aébrio Neves), que já é questionado pelo pote de ouro no fim da sua rádio Arco=Íris.
Cristina Kirchner, venha ser presidenta do Brasil! Urgente!

O comentário de Roberto está no artigo abaixo:

http://www.blogcidadania.com.br/2011/12/dilma-tem-motivos-para-ignorar-a-comissao-de-etica-da-presidencia/

Entenda como a mídia impede a liberdade de expressão




Vídeo fundamental para entender de uma vez por todas como a oligarquia midiática destrói um dos nossos direitos fundamentais, que é o direito à comunicação.
Didático, a matéria mostra que a concentração dos grandes veículos de comunicação na mão de poucas famílias beira a monarquia, já que o poder é transmitido de pai para filho.

Em pleno século XXI, é vergonhoso para o Brasil que a pornográfica distribuição de concessões de rádios e TVs feitas por (e para) políticos e empresários picaretas no século passado ainda renda esse atraso monstruoso da mídia que, a despeito da sua milionária estrutura física e técnica, faz jorrar todos os dias uma programação de péssima qualidade para os brasileiros. E quando alguém ousa "competir" com esse poder midiático (montando, por exemplo, uma rádio comunitária), eis que todo o poder constituído se une (oligarcas da mídia, políticos, governos, ANATEL, polícia, Justiça etc.) para confiscar, prender, multar e processar aquele que cometeu o crime de tentar - como faz a poderosa mídia - se comunicar de forma eficaz com os seus iguais.

E como mudar tal estrutura se a maioria dos políticos e empresários tem interesse direto ou indireto em deixar tudo do jeito que está? Digo "direto" porque muitos políticos são privilegiados donos de rádios e TVs - e foi exatamente por causa disto que conseguiram se eleger; e digo "indireto" porque a outra parcela de políticos (os que não são donos de veículos de comunicação), certamente recebem apoio daqueles que detém o "poder midiático".

Este vídeo foi postado originalmente com o nome "Levante a Sua Voz". Eis o crédito do mesmo:

BRASIL NUNCA MAIS

BRASIL NUNCA MAIS
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