segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Luís Carlos Prestes, João Amazonas, Carlos Marighella, Mário Alves, Maurício Grabois, Mário Alves, Pedro Pomar, Joaquim Câmara Ferreira, Gregório Bezerra, David Capistrano, desculpem

Quem são os herdeiros de 1922?
Por Augusto C. Buonicore




 Devo dizer que me espantei com uma Nota Política do PCB de 25 de outubro de 2011. A própria linguagem a desqualifica, mas é seu conteúdo que choca pela agressão que realiza contra a honra e a memória de parte importante do movimento comunista brasileiro e, ainda, por se prestar ao papel de linha auxiliar da reação que há uma quinzena realiza uma verdadeira caçada reacionária ao Partido Comunista do Brasil, PCdoB. Esta “Nota”, por sinal, não tem a cara de alguns de seus valorosos militantes, que conheço e respeito.

O referido texto começa com um parágrafo lapidar: “Se nosso Partido fosse legalista, poderíamos reclamar no Procon, no TSE, na justiça comum, contra a tentativa de sequestro da história do PCB: propaganda enganosa, falsidade ideológica, estelionato político, apropriação indébita”. Assinalamos que o texto já começa com um linguajar de “briga de salão”, que não é adequado a uma discussão teórica e política séria. O fundo da questão é que o atual PCB se considera o verdadeiro e único Partido Comunista do Brasil, fundado em 25 de março de 1922. Assim, ninguém mais poderia reivindicar esta herança. A pena para tal crime seria o achincalhe público e a desqualificação moral. Tese e prática com a qual não concordamos.

O alvo central das críticas – e da pretensão – dos neopecebistas é o PC do Brasil (PCdoB). Afirmam: “Todas as pessoas razoavelmente informadas, todos os intelectuais, historiadores, militantes políticos e sociais sabem que o PCdoB foi fundado em 1962, por uma insignificante minoria do Comitê Central do PCB, após ser fragorosamente derrotada no V Congresso do nosso Partido”.

De fato, grande parte das pessoas acredita que o PCdoB foi fundado em 1962. Contudo, também, não deixa de ser verdade que as “pessoas razoavelmente informadas”, tem a convicção de que o atual PCB foi fundado em 1992, depois que uma “insignificante minoria” – ainda menor do que aquela que “reorganizou” o PCdoB – foi sucessivamente derrotada nos últimos congressos do antigo PCB. Todos sabem que, para o bem ou para o mal, não existe nada mais diferente do velho PCB que o atual PCB.

Pergunto: se o PCdoB foi criado em 1962 e o atual PCB o foi em 1992, qual, então, seria o legítimo herdeiro de 1922? Os “especialistas”, talvez, respondesse “ninguém” e iria rir gostosamente desta discussão um tanto bizantina.

Estranhamente tentando reconstruir a história do seu ponto de vista, o neoPCB acabou distorcendo-a, ajudando a aumentar a confusão que ele se propõe esclarecer. A nota diz que apenas recentemente PCdoB se arvorou como herdeiro do antigo PCB. “Esta tática – de renegar hoje sua própria trajetória para tentar se apropriar da história que rejeitaram em 1962 – vem sendo aplicada em razão de uma realidade que os dirigentes desse partido nunca imaginaram possível: a reconstrução revolucionária do PCB”. Por isso, “precisam fingir que são o PCB, fundado em 1922, confundindo a opinião pública”. E conclui: “Se o verdadeiro comunista João Amazonas estivesse vivo ficaria envergonhado de assistir à manipulação de sua própria história”.

Todas as pessoas “razoavelmente informadas” sabem que essas afirmações não são verdadeiras, parecem saídas de alguém que não conhece minimamente a história do PCdoB e do próprio PCB. Leigos na rica história da esquerda brasileira.

Quando o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) começou a se reivindicar herdeiro de 1922? Será que foi durante o governo Lula ou devido à autointitulada “reconstrução revolucionária” do neoPCB, como afirmam? É obvio que não. Este debate surgiu logo no início da década de 1960 e foi uma das razões centrais para o racha dos comunistas brasileiros. Vamos aos fatos:

Quando em agosto de 1961, a direção do P C do Brasil (então PCB) decidiu apresentar um novo Estatuto e Programa ao Tribunal Superior Eleitoral, mudando o nome da organização para Partido Comunista Brasileiro e tirando as referências ao internacionalismo e ao comunismo, um grupo de expressivos militantes protestou e, numa carta, exigiu a convocação de um novo congresso para deliberar sobre aquelas mudanças. Ao serem expulsos, convocaram o que chamaram de V Conferência Nacional extraordinária com o objetivo de reorganizar o antigo Partido Comunista do Brasil, mantendo o nome e o Estatuto.

Os delegados reunidos ali reivindicaram para si – e para o Partido Comunista do Brasil reorganizado – a continuidade do antigo Partido e não o rejeitaram como diz o texto desinformado do atual PCB. Foi exatamente neste momento que o nosso país passou a ter dois partidos comunistas, reivindicando o mesmo passado, a mesma herança.

Só este estupendo desconhecimento da nossa história comum, beirando mesmo à má-fé, justificaria a afirmação que o verdadeiro comunista João Amazonas ficaria chocado se soubesse que o PCdoB estava reivindicando a história do PCB, antes de 1962. Existem dezenas de artigos nos quais Amazonas reivindica essa continuidade histórica, destaco apenas o documento 50 anos de Luta (1972) (e não dez anos), escrito em plena selva do Araguaia, em parceria com outro grande comunista, Maurício Grabois. Se estavam errados é outro problema, mas ninguém pode tirar-lhes o sagrado direito de reivindicar a herança, especialmente os neopecebistas.

Atualmente, seria perfeitamente defensável afirmarmos que a frondosa árvore nascida em 25 de março de 1922 deu vários galhos e frutos – uns morreram pelo caminho, outros cresceram e se desenvolveram, e um deles pelo menos, o PCdoB, se transformou num partido comunista que não para de crescer, com uma massa de militantes e com influência política e social. Um partido revolucionário e contemporâneo, fiel a sua identidade e aos seus princípios. Outros não tiveram a mesma sorte. Entre os galhos e frutos desta árvore estão Luís Carlos Prestes, João Amazonas, Carlos Marighella, Mário Alves, Maurício Grabois, Mário Alves, Pedro Pomar, Joaquim Câmara Ferreira, Gregório Bezerra, David Capistrano, Nestor Veras etc. Uma lista infindável.

Penso que, aos poucos, vamos superando a falsa ideia de que só poderia haver um único partido comunista em cada país. O restante, portanto, seriam necessariamente forças políticas pequeno-burguesas ou burguesas, adversários (ou inimigos) a serem derrotados. Tese que levava a um eterno processo de exclusões e anátemas, que prejudicavam a unidade das forças mais avançadas da sociedade. Ressuscitar este velho espírito em pleno século XXI é prestar um grande desserviço à causa dos trabalhadores e do socialismo.

Calúnias sob o manto de debate programático

Para o neoPCB um partido só é verdadeiramente comunista se não participar de governos, não tiver expressão política de massas e for uma organização exclusivamente de quadros, preferencialmente uma seita de puros. Nada mais avesso às concepções marxistas e leninistas de partido. Transportam modelos de partidos feitos para atuar na clandestinidade para momentos históricos marcados pela existência de uma democracia ampliada, ainda que burguesa.

O atual PCB entra inclusive no mérito do programa de TV do PC do B. Critica-o por exibir “um programa eleitoral voltado para as eleições de 2012!”. Continua a acusação: “com efeitos especiais, exibiram cinco atuais parlamentares que já estão em campanha para prefeituras, uma manobra comum a todos os partidos eleitoreiros”. Assim, continua ele, “ganham de qualquer forma. Vencendo as eleições, se tornam prefeitos. Se as perdem, antecipam em dois anos a campanha para sua reeleição ao parlamento”.

Para os neocomunistas passou a ser crime projetar lideranças, através do seu espaço na TV, um ano antes da campanha eleitoral. Pela nova cartilha estaria proibido aos deputados e senadores comunistas se lançarem candidatos às prefeituras de suas cidades e, especialmente, conseguirem ser eleitos. Os políticos de direita, que se utilizam diariamente da grande mídia, gostariam que a esquerda seguisse estes conselhos extremamente revolucionários. Somente uma seita sectária – sem nenhuma expressão política e social – seria capaz de propor algo deste tipo.

Continua a crítica dos neocomunistas: “Em 10 minutos de programa, não houve menção alguma ao imperialismo e ao capitalismo. Parece que, para esse partido, nem o imperialismo está inventando guerras contra os povos nem os trabalhadores do mundo estão lutando contra as retiradas de seus direitos, em meio à crise sistêmica do capitalismo”. Eles reduzem seu campo de visão aos 10 míseros minutos do programa de TV, no qual o PCdoB teve que, excepcionalmente, passar a maior parte do tempo se defendendo de ataques da direita.

Parece que eles não viram nenhum dos programas anteriores, não leram a imprensa do PCdoB, as resoluções de seus congressos ou seu programa socialista. Não acompanharam – nem acompanham – as lutas travadas pelas entidades nas quais os comunistas (do B) têm alguma influência. Se tivessem feito isso, teriam uma visão muito diferente e mais próxima da realidade. Não é sem motivo que é uma dirigente do PCdoB, Socorro Gomes, a atual presidente do Conselho Mundial da Paz e a primeira reunião dos Partidos Comunistas em nosso continente tenha sido no Brasil, tendo o PCdoB como anfitrião. Sinal de reconhecimento do seu papel na luta anti-imperialista por parte dos demais partidos operários e comunistas. Isso não é pouco.

Por fim, cabe nos referir à parte mais deplorável do documento – engrossando o coro da mídia burguesa contra o PCdoB. Afinal, esta tem sido a prática histórica de certas correntes esquerdistas no Brasil e no mundo. O texto começa de uma maneira um tanto malandra: “Aliás, por falar em dinheiro público, o PCB, na crítica política e ideológica que faz ao PCdoB, não centrará suas divergências nas recentes denúncias contra o Ministro dos Esportes. Ficamos com o benefício da dúvida, aguardando os desdobramentos do caso e a apuração das denúncias”.

Passa então a descrever detalhadamente as acusações contra o referido ministério, todas plantadas pela mídia conservadora, e chega mesmo a supor que estas denúncias seriam “a principal motivação da candidatura do deputado Aldo Rabelo a Ministro do TCU”. E, contrariando o nobre direito da dúvida, anunciado anteriormente, afirmou, sentenciando: “Independente dos resultados da apuração das denúncias (sic), um fato já é cristalino: integrado ao sistema, o PCdoB, durante os nove anos em que dirige o Ministério dos Esportes e outros espaços de poder, se enredou na promiscuidade com esquemas, públicos e privados, e com delinquentes”. Fala, inclusive, que o PCdoB teria “voracidade por recursos não contabilizados”. Conclui, sem medo do ridículo: “Mas, como dissemos, nossa discussão é no campo político, na tática e na estratégia que devem adotar os que se reivindicam comunistas”. Aqui, num passe de mágica, calúnia sem prova virou crítica política e ideológica. Para o atual PCB o fato já é cristalino, não precisa de apuração, que passa ser uma formalidade jurídica. Os “neocomunistas” adotam as calúnias da revista Veja, e com base nelas fazem coro com o campo político mais reacionário do país.

Concluo com uma frase lapidar daquele documento que se diz comunista: “só é abatido na luta pelo poder no Estado burguês quem tem telhado de vidro”. Que o digam os parlamentares comunistas cassados em 1948, Jango e Allende, abatidos por um golpe militar. Apesar do desejo da direita e dos setores a ela aliados, o PCdoB não foi e nem será abatido tão facilmente, pois além de não ter telhado de vidro, possui história, grandes amigos e uma militância aguerrida que o fez transpor situações muito mais difíceis.

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Historiador e secretário-geral da Fundação Maurício Grabois

sábado, 29 de outubro de 2011

Noam Chomsky: As 10 estratégias de manipulação nos meios de comunicação



O linguista Noam Chomsky elaborou a lista das "10 Estratégias de Manipulação”através da mídia.

1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado "problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma "situação” prevista para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4. A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como "dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Aí alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas”)”.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Poder e Concentração da Mídia derruba Ministros.

A análise/alerta de Miro, muito boa, irrepreensível, ilustra o engajamento deste blog na luta por um novo marco regulatório.

Queda do ministro serve de alerta

Por Altamiro Borges

O lamentável episódio da queda do ministro Orlando Silva deveria servir de alerta às forças democráticas da sociedade brasileira – que lutaram contra as torturas e assassinatos na ditadura militar e que, hoje, precisam encarar como estratégica a luta contra a ditadura midiática, em defesa da verdadeira liberdade de expressão e da efetiva ampliação da democracia no Brasil.

A mídia hegemônica hoje tem um poder tão descomunal que ela “investiga”, sempre de forma seletiva (blindando seus capachos); tortura (seviciando, inclusive, as famílias das vítimas); usa testemunhas “bandidas” (como um policial preso por corrupção, enriquecimento ilícito e suspeito de assassinato); julga (sem dar espaço aos “acusados”); condena (como nos tribunais nazistas); e fuzila!



Um pragmatismo covarde e suicida

Ninguém está imune ao poder ditatorial da mídia, controlada por sete famílias – Marinho (Globo), Macedo (Record), Saad (Band), Abravanel (SBT), Civita (Abril), Frias (Folha) e Mesquita (Estadão). Como o império Murdoch, hoje investigado por seus subornos e escutas ilegais, a mídia nativa é criminosa, mafiosa, sádica e abjeta. Ela manipula informações e deforma comportamentos.

Não dá mais para aceitar passivamente seu poder altamente concentrado, que, como disse o governador Tarso Genro – pena que não tenha agido com esta visão quando ministro da Justiça –, ruma para um “fascismo pós-moderno”. Essa ditadura amedronta e acovarda políticos sem vértebra, pauta a agenda política, difunde os dogmas do “deus-mercado” e criminaliza as lutas sociais.

Três desafios diante da ditadura midiática

Esta ditadura é cruel, sem qualquer escrúpulo ou compaixão. Ela utiliza seus jagunços bem pagos, sob o invólucro de “colunista” e “comentaristas”, para fazer o trabalho sujo. Muitos são agentes do “deus-mercado”, lucram com seus negócios rentistas; outros são adeptos da “massa cheirosa”, das elites arrogantes e burras. Eles fingem ser “neutros”, mas são adoradores da direita fascistóide.

Enquanto não se enfrentar esta ditadura midiática, não haverá avanços na democracia brasileira, na luta dos trabalhadores ou na superação das barbáries capitalistas. Neste enfrentamento, três desafios estão colocados:

1- Não ter qualquer ilusão com a mídia hegemônica; chega de babaquice e servilismo diante da chamada “grande imprensa”;

2- Investir em instrumentos próprios de comunicação. A luta de idéias não é “gasto”, é investimento estratégico;

3- Lutar pela regulação da mídia e por políticas públicas na comunicação, que coíbam o poder fascista do império midiático.

Chega de covardia diante dos fascistas midiáticos

O criminoso episódio da tentativa de invasão do apartamento do ex-ministro José Dirceu num hotel em Brasília parece que serviu de sinal de alerta ao PT. Em seu encontro nacional, o partido aprovou a urgência de um novo marco regulatório da comunicação. Um seminário está previsto para final de novembro. Já no caso da queda Orlando Silva, o clima é de total indignação e revolta.

Que estes trágicos casos sirvam para mostrar que, de fato, a luta pela democratização da comunicação é uma questão estratégica. Não dá mais para se acovardar diante da ditadura da mídia. O governo Dilma precisa ficar esperto. Hoje são ministros depostos; amanhã será o sangramento e a derrota da própria presidenta e do seu projeto, moderado, de mudanças no Brasil.

Superar a choradeira e a defensiva

A esquerda política e social precisa rapidamente definir um plano de ação unitário de enfrentamento à ditadura midiática. As centrais sindicais e os movimentos populares, tão criminalizados em suas lutas, precisam sair da defensiva e da choradeira. Os partidos progressistas também precisam superar seu pragmatismo acovardado. A conjuntura exige respostas altivas e corajosas!

É urgente pressionar o governo Dilma Rousseff, pautado e refém da mídia, a mudar de atitude. Do contrário, não sobrará que defenda a continuidade deste projeto, moderado, de mudanças no Brasil. A direita retornará ao poder, alavancada pela mídia! Aécio Neves, o chefe de censura em Minas Gerais, será presidente! E ACM Neto, o herói da degola de Orlando Silva, será o chefe da Casa Civil!
 
Transcrito de http://altamiroborges.blogspot.com/

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PRÊMIO MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO - World Food Prize

World Food Prize (Prêmio Mundial da Alimentação): "Lutar pela vida e não pela morte. Porque a Fome é a arma de destruição de massas mais poderosa e mais perigosa que qualquer outra arma no mundo. A Fome mata crianças. Esta é a guerra que os governantes de todos os países deveriam declarar."





"A Fome não faz revolução. A fome provoca submissão"

O ex-presidente Lula é um dos ganhadores do prêmio "World Food Prize" por criar políticas públicas de combate à fome e à miséria no país.O ex-presidente de Gana John Kufuor é o outro vencedor. O prêmio existe desde 1994 e nomeia, anualmente, personalidades que investiram em segurança alimentar.

sábado, 1 de outubro de 2011

EBC: a boa diferença e o bom Conselho


Hoje, no 5º Encontro Estadual de Jornalistas em Assessorias de Comunicação, promovido pelo Sinjope, falávamos da importância do Conselho Curador da EBC. O prof. Lalo e  a jornalista Ana Veloso, a nossa representante de Pernambuco no Conselho Curador,  foram os debatedores que abriram o encontro.
Questionamos sobre o fato da TV Pública favorecer as duas religiões mais poderosas em detrimento da participação de outras matrizes da religião, considerando a diversidade existente em nosso País. 
Estamos revoltados com a falta de respeito da direção da TV para com o conselho. Dos deputados e senadores não esperamos nada. Afinal, é como a raposa cuidar do galinheiro (até a regulamentação da televisão no Brasil). O que queremos, exigimos, é a independência desse Conselho democraticamente eleito pela sociedade por meio das entidades de cada segmento.  
A TV PÚBLICA É NOSSA, TIREM ESSAS MÃOS SUJAS DA EBC!

Desde que foi criada a TV Brasil, pertencente à EBC, vem pagando efetivamente a enorme dívida audiovisual acumulada neste país contra o direito do povo brasileiro de ser ver por inteiro nas telas. Isto não é irrelevante num país que registra apenas 8% dos municípios com salas de cinema. A TV Brasil, embora jovem, vem tirando o cinema brasileiro da clandestinidade. E nesta caminhada, vem exibindo temas, em volume e qualidade, jamais vistos nas telas nacionais. A TV Brasil acaba de lançar também o seu canal internacional, alcançando inicialmente 49 países africanos. 

O artigo é de Beto Almeida, Agência Carta Maior, jun/2010
1 - A Empresa Brasil de Comunicação, que abriga a TV Brasil, registra entre tantas diferenças em relação às demais empresas de comunicação privadas do país, a boa diferença de ser a única de alcance federal a possuir um Conselho Curador, composto pelos mais variados segmentos sociais, inclusive com representante de segmento da população negra, responsável por decidir pelos rumos da instituição pública. Uma inquestionável vantagem democrática, superioridade social comunicativa, sintonia com a Constituição Brasileira.
2 - E esta empresa pública de comunicação nasce de reivindicação antiga do movimento pela democratização da comunicação, consolidada Carta Final no Seminário Nacional “A imaginação a serviço do Brasil”, de julho de 2002, entregue ao então candidato Lula. Em 2007, da caneta de Lula, nasce a EBC, aprovada pelo Congresso Nacional. Não nasce como outras empresas de mídia, na ilegalidade da ditadura, ou por meio de ações orientadas pelo capital externo que patrocinou o golpe militar de 64. Nasce com lastro democrático, plenamente previsto no artigo 223 da Constituição, aprovada pelo Congresso e embasada por anos e anos de lutas sociais E já nasce com um Conselho Curador.
3 - Apesar desta inegável vantagem democrática, recente escolha também feita pelo presidente Lula para a composição daquele Conselho, nele incorporando lutadores sociais com trajetória comprovada de uma vida inteira à serviço das melhores causas desta nação - como o jornalista Jakobskind , representante da ABI de densa história e o engenheiro Takashi, do CPQD - foi recebida com um controvertida restrição em artigo publicado no Observatório da Imprensa.
4 - O artigo coloca em dúvidas os critérios utilizados por Lula para o preenchimento dos cargos vagos. E sugere que a melhor opção seria a indicação de duas ou de uma das integrantes de entidades negras deixando transparecer que só assim, ou seja, só por meio de mulheres negras no Conselho, as causas da luta contra o racismo institucional podem ser efetivamente combatidas. É o artigo que suscita dúvidas - sobre si próprio - não a escolha de Lula.
TV Brasil e a dívida informativo-cultural
5 - Desde que foi criada a TV Brasil, pertencente à EBC, nascida da caneta de Lula e das lutas sociais, vem pagando efetivamente a enorme dívida audiovisual acumulada neste país contra o direito do povo brasileiro de ser ver por inteiro nas telas. Isto não é irrelevante num país que registra apenas 8% dos municípios com salas de cinema. A TV Brasil, embora jovem, vem tirando o cinema brasileiro da clandestinidade. E nesta caminhada, vem exibindo em volume e qualidade jamais vistos nas telas nacionais, documentários e temáticas referentes à odisséia quilombola, às causas da cultura negra, documentários denunciando o racismo, combatendo efetivamente a invisibilidade a que foi relegada a população negra na televisão brasileira comercial.
6 - Mais que isto, a TV Brasil acaba de lançar, por sugestão de Lula, o seu canal internacional alcançando inicialmente 49 países africanos - o que demonstra um indubitável critério - sendo ainda a primeira emissora televisiva brasileira a possuir um correspondente em território da Mama África. O pagamento da dívida informativo-cultural vai além quando exibe a belíssima série Nova África, conduzida pelo talentoso jornalista Luiz Carlos Azenha, revelando um tesouro de cores e segredos da alma e da cultura africanas para a população brasileira. Aliás, seguindo uma orientação da política externa de Lula, o presidente da república que mais vezes visitou a África e que afirmou que temos uma dívida histórica a ser paga com os povos africanos que sob fogo e chicote construíram esta nação do lado de cá do Atlântico. Esta política externa brasileira, tão criticada pelos que preferem uma outra diplomacia, vassala aos EUA, como no passado, nasce sim dos critérios e da mesma caneta com que Lula nomeou os conselheiros que integram um Conselho diversificado e plural, inexistente nas outras emissoras privadas, onde o departamento comercial é o principal órgão de decisão editorial.

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