domingo, 26 de junho de 2011

Passado Inspirador no filme de Wood Allen



Delicioso o último filme de Woody Allen. Divertido, inteligente, como sempre, e, principalmente, surpreendente demais. O protagonista, o alter ego de Allen, é o roteirista de cinema Gil Pender (Owen Wilson). Viaja com a noiva para Paris e encontram uns amigos dela que passam a agendar passeios e visitas a museus.

Gil procura inspiração em Paris para o primeiro romance que está escrevendo e se desvencilia das companhias. Sai sozinho caminhando pelas ruas na noite parisiense. E então envereda pelo lirismo e a fantasia das viagens pelo tempo.

Allen dirije cena com Owen Wilson e Carla Bruni

O filme inteiro faz referências a obras de arte. O casal passeia pelos jardins de Monet e a câmera se posiciona nos ângulos das pinturas que conhecemos. Caminham pelos jardins do museu Rodin e é lá a participação de Carla Bruni.
 Mas é na noite que ele encontra figuras lendárias da música, da literatura, da pintura, do cinema,  como Cole Poter, Scott e Zelda Fitzgerald, Ernest Hemingway , Gertrude Stein, Pablo Picasso, Henri Matisse, T.S. Eliot, Salvador Dalí, Luís Buñel, Paul Gauguin, Degas, Toulouse Lautrec. Josephine Baker.

Corey Stoll interpreta  Ernest Hemingway

Impagável o encontro com os surrealistas Dalí, Man Ray e Buñel em uma mesa de bar. As loucuras encantadoras de Zelda Scoth, a música de Cole Poter, o charme do ator Corey Stoll na interpretação de Hemingway, o Can Can no Molin Rouge, tudo é festa e fantasia.

Não morro de amores por Allen, mas adorei o Meia Noite em Paris. Tem todos os ingredientes do bom Woody Allen: fotografia maravilhosa, questionamentos filosóficos, humor, ótima música, boa direção, roteiro fantástico, romance. É aquele tipo de filme que a gente sai extasiada, achando tudo lindo.


Leila Jinkings, junho de 2001                
 
Assista o Trailer:
Meia Noite em Paris
Direção e Roteiro Woody Allen
2011, EUA, FR ES








sexta-feira, 17 de junho de 2011

Razões de Uma Vitória - vídeo

A Televisão Cubana inciou em abril deste ano a transmissão da série "Razones de una Victoria".  

Através de testemunhos e observações de Cuba e dos EEUU, análises do acontecimento de abril de 1961 na Playa Girón, que conduziram a Primeira Derrota do Imperialismo na América Latina. São cincoenta anos. Assista aqui o primeiro capítulo, Resistir a pie firme.

“Resistir a pie firme”, Capítulo I de las Razones de una Victoria. Razones de Cuba

Parte 1


Parte 2



Link para o original:
“Resistir a pie firme”, Capítulo I de las Razones de una Victoria (+ Video) | Razones de Cuba
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O II Encontro Nacional - II BlogProg - e a Democratização

Pelo Direito Humano de Informar e ser Informado. Democratização da Comunicação Já!

E viva o II Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas do Brasil! Participe do Movimento.
Centro de Convenções da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio
Brasília.

 PROGRAMAÇÃO


Transmissão ao vivo pela Rede Brasil Atual e Rede TVT ao vivo a partir desta sexta-feira (17), direto do auditório da CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio). Ao todo, estarão envolvidos na transmissão cerca de dez profissionais.


17 de junho, sexta-feira

17 horas – Início do credenciamento
19 horas – Palestra  "Os desafios da comunicação no governo Dilma Rousseff", pelo ministro Paulo Bernardo
21 horas – Festa de confraternização.

18 de junho, sábado
9 horas – A luta por um novo marco regulatório da comunicação
- Deputada Luiza Erundina (PSB) – coordenadora da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão;
- Jurista Fábio Konder Comparato – autor da Ação de Omissão (ADO) do Congresso Nacional na regulamentação da comunicação;
- Professor Venício Lima – autor do livro recém-lançado “Regulação das comunicações”.
14 horas – Oficinas autogestionadas e simultâneas
1 – Os partidos e a luta pela democratização da comunicação.
- José Dirceu (PT), João Arruda (PMDB), Brizola Neto (PDT), Renato Rabelo (PC do B), Randolfe Rodrigues (PSOL) – mediação: José Augusto Valente;
2 – O sindicalismo na era da internet
- Artur Henrique (CUT), Luis Carlos Mota (Foraça Sindical), Nivaldo Santana (CTB), Ricardo Patah (UGT), Ubiraci Dantas (CGTB) e Antônio Augusto de Queiroz (Diap) – mediação: Rita Casaro;
3 – A política da internet, tecnologias e a neutralidade na rede
- Sérgio Amadeu, Marcelo Branco, Ricardo Poppi, José Carlos Caribé, Tatiane Pires – mediação: Diego Casaes;
4 – Arte, humor, militância e compromisso: agora por nós mesmos. Compartilhando experiências
- Mediação: Sérgio Teles e Paula Marcondes;
5 – Reforma agrária e as perspectivas na comunicação
- Gilmar Mauro, Rodrigo Vianna, Letícia Silva, Sergio Sauer – mediação: Igor Felippe;
6 – Mulheres na blogosfera
- Luka da Rosa, Amanda Vieira, Mayara Melo – mediação: Niara de Oliveira;
7 – Perseguição e censura contra a blogosfera
- Paulo Henrique Amorim, Esmael Morais e Lino Bocchini – mediação: Altamiro Borges.
8 – A militância digital e as redes sociais
- Eduardo Guimarães, Luis Carlos Azenha, Conceição Oliveira (Maria Frô) – mediação: Conceição Lemes.
9 – Lan houses e a internet na periferia
- Mediação: Mario Brandão.
10 – A economia da outra comunicação: os caminhos e desafios da sustentabilidade da blogosfera
- Ladislau Dawbor, Marcio Pochmann, Clayton Mello – mediação: Renato Rovai.
• Oficina sobre ferramentas do blog – mesa: Marcos Lemos;

19 de junho, domingo
9 horas – reuniões em grupo: troca de experiência, balanço e desafios da blogosfera progressista;
14 horas – Plenária final: aprovação da carta dos blogueiros e constituição da nova comissão nacional organizadora.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Valeu, Tiago


A novela Amor e Revolução vai sofrer mudanças. A causa: a mercadoria que interessa, a audiência.

Já ouço coros: sabia que ia dar nisso, o que há por trás, etc etc etc

Não se pode, no entanto, tirar o mérito do acontecimento. A iniciativa do SBT e do autor Tiago Santiago, a novela sobre os anos de chumbo, provocou um debate impensável, reacendeu velhas cinzas. Não é pouco. 

Lamentável a interferência, mas já estava demorando. A visão de Sílvio está ficando ainda mais curta. Acha que, conquistado um status, ele pode mexer e remexer e as pessoas vão deixar por menos.

Caberia ao autor recusar. A novela já tem um lugar garantido na História. Será objeto de estudos na academia, será referência mundial em matéria de literatura e de manifestação artística sobre os assassinatos e torturas, ainda hoje, sob o véu do silêncio e da impunidade. Se parasse hoje seria melhor do que se render às imposições do patrão. 

Na novela falta dramaturgia, tem muito clichê, a direção deixa a desejar. Mas a História é muito boa e a causa maior ainda. O depoimento de gente que não tinha antes sua voz repercutindo na esfera pública colocada ao final de cada capítulo é algo impagável.

A temática LGBT foi contemplada sem falsos pudores, sem importar-se de estar ofendendo ou chocando os setores conservadores e/ou homofóbicos enrustidos. Isso foi, sim, um avanço. "Só quem sente essa opressão é que pode mensurar", disse-me uma amiga lésbica, entusiasmada pela novidade.

Tem pastelão, tem. Vai haver mais a mando do patrão. Mas não gosto de ver críticas mono angulares. Não vejo muita gente escrever com tanta gana sobre as baboseiras de pastelões nocivos - cheios de preconceitos ditos e implícitos - capitaneados pela Globo.

Eu prefiro dizer: valeu, Tiago. Foi bom enquanto durou. 

Leila Jinkings , Recife, 16 de junho de 2011

domingo, 12 de junho de 2011

A GRANDE FARSA


Sebastião Nery, em sua coluna publicada em diversos veículos nacionais e no Diário de Pernambuco do dia 11 de junho, a que deu o título de “A Farsa Italiana”, dá oportunidade à fruição do velho e bom jornalismo, objeto um tanto raro na atualidade. Com a sabedoria que os bons acumulam no exercício da função, Nery faz um resumo didático das implicações políticas quando se trata de Itália. Ele viveu na Itália que poucos se preocupam de conhecer minimamente, o período das lutas populares contra o fascismo e a corrupção. Dá informação privilegiada sobre as conexões da máfia italiana e as instituições políticas e administrativas daquele país, com direito à resgate histórico.
Considero a leitura imprescindível, motivo pelo qual disponibilizo na íntegra, já que o jornal restringe o acesso:

Diário de Pernanbuco – Política 11. Recife, sábado, 11 de junho de 2011
A FARSA ITALIANA -
Sebastião Nery


Rio - Em junho de 1982, foi encontrado estrangulado em Londres, embaixo da Blackfriars Bridge (a Ponte dos Irmãos Negros), o banqueiro italiano Roberto Calvi, presidente do Banco Ambrosiano, que acabava de quebrar, e tinha como diretores o arcebispo Marcinkus, o conde Umberto Ortolani e o chefe da P-2 italiana (maçonaria), Lício Gelli.

Nos dias seguintes, na Itália e na Inglaterra, apareceram assassinados vários outros ligados a Calvi. Não é só na Santo André do ABC petista que se “limpa a área”.
No meio da confusão estava o conde papal Umberto Ortolani, um dos quatro Cavaleiros do Apocalipse italiano.
O conde

Quando, a partir de 1990, a Operação Mãos Limpas chegou perto deles, o conde Ortolani, banqueiro do Vaticano e diretor do Corriere de La Sera, depois de mais um magnífico almoço com Brunello di Montalcino, mostrava-me Roma lá de cima de sua mansão no Gianiccolo e me dizia:
– Isso não vai acabar bem.
Depende o que é acabar bem. Para ele e seus aliados acabou péssimo. Mas para a Itália acabou melhor do que se imaginava. O Ministério Público e a Justiça italiana enfrentaram a disfarçada e criminosa aliança, que vinha desde a década de 1950 entre a Democracia Cristã e seus aliados e a máfia.
Houve centenas de prisões, suicídios. Nunca antes a máfia tinha sido tão encurralada e atingida. Responderam com atentados e bombas, detonando carros e assassinando procuradores, juízes e a esquerda radical.
Fortes poderes

Os grandes partidos (a Democracia Cristã, o Socialista, o Liberal) explodiram. O Partido Comunista, conivente, desintegrou-se. E meu velho amigo conde, condenado a 19 anos, morreu em 2002, aos 90 anos. O banqueiro, o maçom, o arcebispo e o conde eram uma história exemplar do satânico poder dos banqueiros, mesmo quando, como ele, um banqueiro de Deus, vice-presidente do banco Ambrosiano do arcebispo Marcinkus, que fugiu para os Estados Unidos, asilou-se e nunca saiu de lá.
Os que criticaram, sem conhecer os fatos, o ex-ministro Tarso Genro e Lula por terem dado asilo político ao italiano Cesare Battisti, deviam ler um livro imperdível: Poteri forti (Fortes poderes, o escândalo do Banco Ambrosiano), do jornalista italiano Ferrúccio Pinotti, abrindo as entranhas do poder de corrupção do sistema financeiro italiano, de braços dados com governos, partidos, empresários, maçonaria e máfia.
Mãos Limpas

A Operação Mãos Limpas não teria havido se um punhado de bravos jovens, valentes e alucinados, das Brigadas Vermelhas e dos Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), não tivesse enfrentado o Estado mafioso, naquela época totalmente dominado pela máfia.
O governo, desmoralizado, usava a máfia para eliminá-los. Eles reagiam, houve mortos de lado a lado e prisões dos principais líderes intelectuais, como o filósofo De Negri (hoje professor em Paris) e o escritor Cesare Battisti, depois asilado na França e agora asilado no Brasil pelo STF.
Eu morava lá, vi tudo, escrevi muito. Quando cheguei a Roma em 1990, como adido cultural, a luta ainda continuava, sangrenta, devastadora. Foram eles, os jovens rebeldes das décadas de 1970 e 1980, que começaram a salvar a Itália. Se não se tivessem levantado de armas na mão, a aliança Democracia Cristã, Partido Socialista, Liberais e máfia estaria lá até hoje.
Berlusconi

Berlusconi é o feto podre que restou e um dia será extirpado. O ex-presidente da França, Jacques Chirac, corrupto com atestado público, a pedido de Berlusconi retirou o asilo político de Battisti e o Brasil lhe deu. Tarso Genro e Lula estavam certos. O problema foi, era e continua político.
O primeiro-ministro fascista Berlusconi e o desfrutável presidente, o ex-comunista Giorgio Napolitano, esconderam-se quando o juiz Falcone foi assassinado e o procurador Pietro comandou a Operação Mãos Limpas. Agora ameaçam levar o Brasil à Corte Internacional de Haia. Uns pândegos.
Battisti

Por que a Itália não devolveu Caciolla, o batedor de carteira do Banco Central, quando o Brasil pediu? As Salomés de lá e de cá queriam entregar à máfia a cabeça de Battisti, que não conheço, nunca vi e nunca li.
Mas, por acompanhar de perto as lutas do último meio século da Itália, posso assegurar que a diferença entre Battisti e Dilma é que Dilma chegou ao poder e Battisti só chegou às livrarias. A luta política que os dois fizeram era a mesma. As organizações a que pertenceram tinham os mesmos objetivos. O que os diferencia é que Dilma nunca participou de ação armada e Battisti sim. Se tivessem surgido as mesmas situações que Battisti enfrentou, as armas de Dilma não eram para matar passarinho.

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http://www.diariodepernambuco.com.br/2011/06/11/politica11_0.asp

BRASIL NUNCA MAIS

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