quinta-feira, 26 de agosto de 2010

ATÉ O SOL RAIÁ | 'Til Sunrise | Hasta el Nacer del Sol

ATÉ O SOL RAIÁ é um conto de fantasia e de celebração ao imaginário nordestino. Personagens de barro criados por um artesão ganham vida própria e agitam uma pacata vila sertaneja numa noite de festa. Animado em 3D, o curta-metragem funde a tradição do artesanato em barro com o cangaço, numa referência a dois ícones da cultura do Nordeste.



Até o Sol Raiar
/

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Inauguração da TV dos Trabalhadores dá novo vigor à liberdade de imprensa



Presidente Lula assiste a imagens do tempo em que era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC durante inauguração da TV dos Trabalhadores, em São Bernardo do Campo (SP). 

Foto: Domingos Tadeu/PR




Depois de acalentar por 30 anos o sonho de ter uma emisora própria, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SP) enfim vê sua TV no ar – a TV dos Trabalhadores (TVT) foi inaugurada nesta segunda-feira (23/8) em São Bernardo do Campo (SP), com a presença do presidente Lula e primeira-dama, ministros e prefeitos da região. Mas a grande luta começa agora, advertiu Lula: convencer o público a assistir a programação.
“Agora é que começa a prova dos nove, é que temos que provar que valeu à pena a gente brigar por 23 anos para ter uma TV”, disse o presidente, lembrando que mais do que competência para conseguir o canal, os trabalhadores terão agora que mostrar competência para produzir informação relevante que interesse à sociedade como um todo e não apenas a uma pequena parcela dela. “É uma TV para os trabalhadores e também para o povo brasileiro.”
Lula defendeu uma maior participação de sindicatos e movimentos sociais na exploração de concessões públicas de TVs no País, tendo suas próprias emissoras, porque essas concessões são “bens de todos os brasileiros, que devem ser distribuídos de modo a contemplar todos os setores de nossa sociedade”, disse.
Concessões que devem ser exploradas, sim, pelas empresas comerciais, mas também pelas empresas públicas e por entidades da sociedade civil organizada. É isso que reza a nossa Constituição. E é isso que está presente em nossas leis. É com a multiplicidade de vozes, afinal, que se executa o canto da democracia plena. E nesta sinfonia não pode – nunca – faltar a voz dos trabalhadores. A inauguração desta emissora gerida pelos trabalhadores dá novo vigor a algo que é sagrado para todos nós: a liberdade de imprensa.
Ouça aqui a íntegra do discurso do presidente:


O presidente lembrou que a imprensa brasileira tem hoje plena liberdade de publicar e veicular, “sem qualquer tipo de ingerência por parte do governo”, e que essa conquista é também da sociedade. Observou ainda que os brasileiros estão cada vez mais conscientes, sabendo distinguir a informação da distorção de fatos – “o que é bom ou mau jornalismo”, frisou. Isso aconteceu, disse Lula, porque a nossa democracia está madura e também porque as fontes de informação são mais acessíveis e plurais.
Com a Internet, milhões de brasileiros passaram a ter a capacidade não só de acessar novos conteúdos, mas também a de se expressar para toda a sociedade. Setores que antes não se viam representados nos meios de comunicação começaram a ter vez e voz. E muitos que antes não podiam ser ouvidos se tornaram importantes personagens da comunicação, emitindo os mais variados pontos de vista e opiniões. Estou certo de que esta pluralidade crescerá ainda mais no futuro, e de que com ela crescerá também nossa democracia. E a estréia da TV dos Trabalhadores é certamente um dos episódios importantes e simbólicos da história recente da nossa República.

http://blog.planalto.gov.br/inauguracao-da-tv-dos-trabalhadores-da-novo-vigor-a-liberdade-de-imprensa/trackback/

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Declarado inexequível acordo entreguista de controle de bases militares colombianas pelos Estados Unidos

Corte Constitucional declarou inexequível o acordo que entregava o controle de pelo menos sete bases militares colombianas ao exército dos Estados Unidos

Declaração da COALIZÃO NÃO BASES sobre a sentença da Corte Constitucional que declara inexequível o Acordo sobre Bases Militares estadunidenses.

Bogotá, 17 de agosto de 2010

FALHO DA CORTE SOBRE BASES MILITARES É SOMENTE O COMEÇO DO FRACASSO NAS PRETENSÕES ENTREGUISTAS.

No dia 13 de outubro de 2009, o Conselho de Estado emitiu um conceito no qual recomendou ao governo nacional renegociar o chamado Acordo Complementar para a Cooperação e Assistência Técnica em Defesa e Seguridade, por considerar que tinha implicações reais sobre a soberania nacional, ao mesmo tempo em que recomendou adiantar o trâmite ante as "instâncias ordinárias de controle democrático", isto é, ante o Congresso da República. Ainda assim, o governo de Uribe Vélez assinou o acordo no dia 30 de outubro, desconhecendo o Conselho de Estado e pretendendo passar por cima da Constituição colombiana.

Hoje, como tinha que acontecer, a Corte Constitucional declarou inexequível o acordo que entregava o controle de pelo menos sete bases militares colombianas ao exército dos Estados Unidos e obriga ao governo a realizar o trâmite através do Congresso. É importante mencionar que o falho da Corte não reconhece o Acordo assinado. Portanto, este não poderá ser executado sem surtir o trâmite da aprovação. Caso já esteja sendo executado, as tropas os equipamentos estadunidenses deverão ser retiradas e das Bases militares colombianas.

Dessa forma, comprova-se que tinham fundamento os questionamentos que amplos setores democráticos da população colombiana e estadunidense vinham fazendo sobre o Acordo militar e sobre a forma mansa através da qual o governo de Uribe, com seu Ministro de Defesa e hoje presidente, Juan Manuel Santos, pretendia renunciar à soberania nacional.

Essa sentença, que é a primeira prova de fogo de Santos na política internacional, abre uma oportunidade para que as forças vivas da nação, do empresariado, dos trabalhadores, da intelectualidade, das organizações de direitos humanos, setores políticos e sociais de diversas tendências impeçamos que esse Acordo seja aprovado no Congresso colombiano. Nos dá a oportunidade de exigir a todos os senadores e representantes que rechacem tal despropósito e que, como consequência, a sociedade colombiana possa tomar ciência sobre quem vota a favor de que a Colômbia seja uma colônia estadunidense e aceite o exército que invadiu o Afeganistão e o Iraque e quem vota para defender a independência conseguida há 200 anos por nossos libertadores.

* A Coalizão Colômbia Não Bases nasceu no dia 8 de abril de 2010, conformada por mais de 150 organizações sociais. A Coalizão é de caráter amplo e democrático e tem como objetivo trabalhar para impedir a instalação de bases militares estrangeiras em território colombiano.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=50267
.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Lula X FHC: TV Vermelho compara o que mudou para o Brasil



Duas eras, dois mandatos, dois presidentes com biografias distintas. A TV Vermelho comparou, em diversos temas, os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) com os oito anos do governo Luís Inácio Lula da Silva (PT). Veja o que cada um fez pelo Brasil.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O caso Dr Wouter Basson

África do Sul. Antigo laboratório secreto de terrorismo biológico: uma arma de extermínio etnicamente seletiva.

O caso Dr Wouter Basson

Centro de Saúde, na África do Sul da era do apartheid




.
África do Sul, antigo  laboratório secreto de terrorismo biológico de alguns países "democráticos"

Na década de 80, estava ameaçado o sistema de apartheid na África do Sul. O regime lançou um programa secreto de pesquisas biológicas e químicas chamado Projeto Costa. Seu objetivo era a produção de substâncias mortais que poderiam ser étnicamente  seletivas e destrutivas, para  reduzir a população negra.

25 de mayo de 2005, De París (França)

Na década de 80, estava ameaçado o sistema de apartheid na África do Sul. O regime lançou um programa secreto de pesquisas biológicas e químicas chamado Projeto Costa. Seu objetivo era a produção de substâncias mortais que poderiam ser étnicamente  seletivas e destrutivas, para  reduzir a população negra.
Dr. Wouter Basson (primeiro da esquerda) no Tribunal de Justiça 
em Pretória (África do Sul), 24 de janeiro de 2000, com o seu advogado
(centro) e um agente da inteligência sul-Africano. 
 Foto Tristan Mendes-France.
Ignora-se o número de pessoas mortas nesses experimentos: calcula-se que vários milhares. O diretor do projeto, Dr. Wouter Basson, foi liberado em 12 de abril de 2002 após um estranhíssimo processo.

Na atualidade,  o escândalo compromete a Suíça, que haveria colaborado na pesquisa de "Doutor Morte".
Parece que para evitar a proliferação de tratados de armas de destruição em massa, o regime do apartheid subcontratou várias “democracias” para realizar suas pesquisas.

Alguns o chamam de "Dr. Morte" e o termo não é demasiado forte.

Aos 52 anos, filho de um cantor, químico brilhante, trabalhando em um dos mais assustadores projetos político-militar do pós guerra.

Estamos em 1984 e o governo racista do apartheid, em uma guerra latente com os seus vizinhos e especialmente com Angola, sabe que sua propaganda anti-comunista não ganhará apoio internacional. Sob o pretexto de medo de um ataque químico ou biológico, as autoridades militares decidiram desenvolver uma unidade especial da guerra química e biológica (
Chemical and Biological Warfare - CBW). Nome em código:  Projeto Costa.
O atual presidente da Frente da Liberdade, o general Viljoen, parlamentar próximo do político racista francês da extrema-direita Le Pen, a quem impregnou com a chama frondista, ainda se orgulha de ter ratificado politicamente o projeto  quando ele liderou a Defesa Sul Africana na década de 80 .

Este  general foi quem encarregou o doutor sulafricano Wouter Basson, que ficaria conhecido como "Dr. Morte" após o desenvolvimento do projeto.

Os anos 80 anunciam a chegada de Mandela e a democracia. As autoridades políticas percebem o quão desfavorável é a demografia para eles, com o slogan de um voto uma voz, a comunidade afrikaners (brancos de ascendência européia, geralmente Inglês ou Países Baixos) em breve não teria nenhum peso político.

Essa constatação levou Dr. Basson a fazer uma análise simples: quanto menos negros, menos votos negros haveria.

Mas a equação custa dinheiro.

Assim, o governo racista que utilizava a política do apartheid destinou milhões de francos pouco antes dos anos 90 para criar um laboratório militar tecnologicamente bem equipado nos arredores de Pretória,  Roodeplaat.
A partir desse momento foram realizadas intensas pesquisas para desenvolver uma molécula mortal, sensível à melanina que pigmenta a pele dos negros. Em outras palavras, uma arma etnicamente orientada de extermínio seletivo.

Além disso, o laboratório militar do Dr. Basson estuda, com base em amostras, a chance de propagação de epidemias graves entre as populações Africanas. Além disso, outra parte do Projeto Costa se interessa no método científico mais adequado para a esterilização em massa das mulheres negras.

As esferas militares estrangeiras especializadas em guerra química e biológica de bom grado vão contribuir para este esforço de pesquisa: Inglaterra, Estados Unidos, Suíça, França, mas também o Iraque e a Líbia figuram entre os colaboradores generosos e ocasionais.



E tudo isto apesar da assinatura de vários tratados de não proliferação químico-biológico ou apesar do embargo internacional decretado pela Organização das Nações Unidas para o regime do apartheid ...

O laboratório chamado Roodeplaat havia se tornado uma verdadeira farmácia macabra: botulinum, tálio, Antrax, Aids, cólera, em números surpreendentes ... Uma tecnologia letal, sob a autoridade de um homem, Dr. Basson, com um único objetivo: a população negra.





As atividades desse doutor só se revelaram em 1998, durante as muito especiais audiências da Comissão de Verdade e Reconciliação sulafricana (CVR). Mas há três anos  é considerado um homem livre, sob a fiança simbólica do Alto Tribunal de Justiça em Pretória.
 
A causa principal de ser levado à justiça foi por fraude ao Tesouro e à produção massiva de drogas, e só foi acusado, de forma muito secundária, por estarem entre os sessenta assassinatos ou tentativas altas personalidades como o ex-presidente Nelson Mandela eo reverendo Frank Chikane (agora conselheiro do presidente Mbeki). 


Dito isso, as audições da Comissão de Verdade e Reconciliação demonstraram que era razoável pensar que milhares de negros haviam desaparecido nas experiências ou assassinatos políticos realizados pelos laboratórios sob seu comando. Hoje, o Dr. Basson vive em um encantador bairro de Pretória. Como cardiologista, conta inclusive com um cargo no Hospital de Ensino da cidade, o que não constitui segurança para sua clientela, a maioria negra.

Isso também significa que segue sendo funcionário do Estado Sul Africano, à qual se acrescenta o fato de que Basson também é atualmente um membro do Exército do Sul Africano. Esta situação, no mínimo surpreendente, foi denunciada por magistrados da Comissão de Verdade e Reconciliação que exigem a criação de um tribunal internacional para julgar finalmente crimes contra a humanidade perpetrados por Basson e os seus. 




O processo que foi instaurado contra ele no início de 1999 não revelou todas as suas atividades criminosas, especialmente quando o juiz muito conservador e extremamente controverso Willie Hartzenberg (irmão do presidente do Partido Conservador e nomeado durante o apartheid), demonstrou ser muito parcial e reduzia a pó as acusações em cada audiência.

Durante o processo de investigação inclusive desapareceram os três CD do doutor. A compilação foi feita às pressas antes de sua prisão e reunia todos os resultados dos diversos experimentos.

O processo foi encerrado em 12 de abril de 2002, com a absolvição do Dr. Basson. No momento em que se criava o Tribunal Penal Internacional ... Imediatamente, o procurador anunciou que iria recorrer e o respeitado  e reconhecido religioso Arcebispo Desmond Tutu, em uma mensagem à opinião pública, chamou esse dia de "um dia sombrio para a África do Sul".





Muitas perguntas e poucas respostas, mas algumas certezas: o arsenal químico desenvolvido não foi perdido para todos, e seu principal instigador ainda é um militar que depende do Ministério da Defesa, pago pelo contribuinte Sul Africano.

Outra verdade:

os tratados de não proliferação químico- biológico assinados pelos  países ocidentais não impediram o comércio deste sinistro conhecimento e não é inverossímel que, sem a nossa cooperação, o "Dr. Morte" nunca tivesse existido.

No momento do terrorismo químico-biológico, é urgente criar uma comissão internacional independente para identificar todos aqueles que colaboraram com o programa Coast, e localizar a reserva de armas  químico- biológicas.
- - - - - -
Colaboração Suíça nas experiências do Dr. Basson

No início de junho de 2002, é criada uma delegação parlamentar suíça (chamada Comissão de Gestão ou Del CdeG) para examinar em que medida  a Suíça e seus serviços colaboraram com o programa de guerra biológica e química sul africano, o Projeto Costa, dirigido pelo Dr. Wouter Basson.

Mas o trabalho da CdG, que deveria apresentar seu relatório formalmente na primavera de 2003 parece ter sido interrompido. Enquanto isso, o DDPS (Departamento Federal de Defesa) tomou a iniciativa de questionar diretamente Wouter Basson, em Pretória, sob a forma de um questionário escrito no papel, com carimbo oficial do governo suíço.

A iniciativa da DDPS corresponde a um ato oficial de um cidadão estrangeiro residente no exterior, o que proíbe formalmente a Convenção de Genebra, sem a aprovação expressa do país interessado, neste caso a África do Sul, que transmitiu o caso aos meios de comunicação.









Esta desrespeitosa  forma  de passar por cima do estabelecido foi revelada pelo jornal suíço Welt Woche da semana de 20 de outubro de 2002. A Del CdeG, em seguida, se dignou a fazer uma nota em 24 de outubro de 2002. Coloca o ónus da responsabilidade para o DDPS afirmando que não se pronunciaria até a apresentação de seu relatório.

Quanto ao DDPS, admite ter cometido um "erro" em suas transmissões e afirma que "o CDG é responsável por seus atos perante o Parlamento."

Acontece que a Suíça está agora em uma situação delicada em relação à  África do Sul  e pode não seguir cooperando com a investigação. Uma forma original de enterrar uma questão que incomoda.
 
Livro e documentário  (
Libro & documental)






Dr la Muerte, Investigación sobre el terrorismo biológico de Estado en Sudáfrica por Tristan Mendès-France
Passé sous silence - Docteur La Mort Documental escrito por Tristan Mendès-France y realizado por Jean Pierre Prévost. Francia 3, jueves 31 de octubre de 2002, 23:55 (50 min) Informes
La maîtrise des armements chimiques et biologiques, informe de la Asamblea Parlamentaria de la Unión de Europa Occidental (UEO), 5 de diciembre de 2001. Ver sobre todo la introducción del informe y el capítulo «Les difficultés d'application de la CAB»
Les rapports entretenus par les services de renseignements suisses avec l'Afrique du Sud, informe de la Delegación de las Comisiones de Gestión de las Cámaras Federales sobre el papel de los servicios de información suizos en el marco de las relaciones entre Suiza y Sudáfrica.
Ver sobre todo, en el capítulo 2, la parte «Pretendida participación del Laboratorio AC de Spiez en los proyectos sudafricanos de desarrollo de armas biológicas y químicas».


domingo, 15 de agosto de 2010

Capitalismo, o que é. ¿Qué es el Capitalismo?



Capitalismo ilustrado Diario de un Globalizador: reflexiones acerca de quien hoy en día es el delincuente y genocida no procesado más arraigado a sus intereses personales por encima de los políticos.

Aquel que, basado en su basto material bélico y nuclear de avanzada tecnología, ha sembrado el horror en miles de familias en el mundo, devastando pueblos enteros, declarando la Guerra a los países subdesarrollados (tercermundistas), lo cual se considera como el acto más "inteligente" durante su labor, ya que con ello puede promocionar su llamada "Liberación de los Pueblos". George Walker Bush.

Compatriotas venezolanos y latinoamericanos...!. Reciban un cordial saludo revolucionario... para que este proceso tenga mella positiva en el país, es necesario el compromiso y la entrega que dio Bolívar en sus andanzas por estas maravillosas y sagradas tierras del continente americano.

A íntegra aqui

Uma Noite em 67 - O trailer oficial e a crítica



Leia a crítica:
“Uma Noite em 67”: Ecos de rebeldia
Cloves Geraldo *
Documentário de Renato Terra e Ricardo Calil põe na tela o dia 21 de outubro de 67, final do III Festival da Musica Popular Brasileira da TV Record, e relembra o poder dos festivais realizados durante a ditadura militar

Nada mais emblemático dos anos 60, no Brasil, do que os festivais de música popular. Eles canalizavam as reprimidas manifestações políticas, permitindo aos músicos e ao público externar suas frustrações e protestar contra a ditadura dos generais. Com músicas que refletiam as angústias da população, lotavam o auditório da TV Record e ampliavam o clamor de liberdade da maioria silenciosa. Clima que os diretores Renato Terra e Ricardo Calil passam ao espectador através de entrevistas com músicos e jurados em 67 e hoje em seu filme “Uma Noite em 67”.

Às vezes dá para sentir que havia algo mais do que competição musical nos festivais. Impressão não descartada por seu produtor, Solano Ribeiro, ao dizer que eles, com o tempo, ganharam clamor político. Este aparece na “polêmica” sobre o uso da guitarra nos arranjos e apresentações dos concorrentes, motivo de passeata e discussão entre os próprios músicos e jurados. Alguns; casos de Caetano Veloso e do crítico, compositor e jornalista Nelson Mota, achavam (e continuam a achar) que o debate era inócuo, secundário, pois se tratava apenas de um instrumento musical. Destituído, portanto, de uso político-ideológico.

No entanto, o jornalista Chico Assis vê a instrumentalização da guitarra como necessária ao combate aos EUA, que apoiava a Ditadura Militar. Uma forma, portanto, de chamar atenção para o imperialismo cultural, que usava seu “lixo musical” para invadir o mercado fonográfico nacional. Uma visão que mostra a carência de espaço para manifestação político-ideológica durante o regime militar. Naqueles anos, de forte repressão, perseguição às esquerdas e à oposição, qualquer manifestação era logo sufocada e os participantes mandados para os porões dos serviços de inteligência.

Podiam ter sido outros
símbolos do imperialismo

Então, não importava se fosse chapéu de cowboy, Coca-Cola ou guitarra o instrumento usado pelos artistas e a esquerda para protestar contra a censura, o imperialismo ianque, cassação de mandatos políticos e a ausência de liberdades democráticas no país. A guitarra era a forma de luta válida para as esquerdas não se acomodarem à mordaça dos generais. Até mesmo o violão de Sérgio Ricardo, atirado ao público, que o impediu de cantar sua “Beto Bom de Bola”, reflete a tensão do momento. Tão significativo quanto o apelo de Geraldo Vandré, que penou para levar adiante a apresentação de sua “Pra não dizer que não falei de flores”, no Festival de 68, e cunhou a emblemática frase: “A vida não se resume em festivais”.

Havia, entretanto, inquietação no teatro: José Celso Martinez Correia (“Roda Viva”); no cinema: Glauber Rocha (“Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”), e em outras artes, embora “Uma Noite em 67” se concentre só na final do III Festival. Apenas o espectador mais velho pode antever nas letras das músicas fragmentos dessas manifestações. Edu Lobo clamando por liberdade: “Quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar, em “Ponteio””; Chico Buarque denunciando a falta de “voz ativa”, em “Roda Viva”; Gilberto Gil levando “José/João” para o redemoinho de uma vida que lhe escapa em “Domingo no Parque”; e, por fim, Caetano Veloso, na cinematográfica “Alegria/Alegria”, destoa dos demais ao fazer uma ode aos beatniks, ao roadmovie, à Coca-Cola, símbolo maior do consumismo ianque, e à então musa da Nouvelle Vague, Brigitte Bardot, que depois se revelou racista e conservadora.

A inquietação de Gil e Caetano levou-os adiante. Ao Tropicalismo. Retomada do “Manifesto Pau Brasil”, de Osvald de Andrade, dos ritmos nordestinos (forró, coco, maxixe), do circo mambembe, fundidos ao rock dos Beatles, Jefferson Airplane, Rolling Stones, ao psicodelismo, movimento hippie e concretismo, cujo ecletismo chacoalhou a música, o teatro e o cinema (“Macunaíma”, de Joaquim Pedro de Andrade). E foi pisoteado pelas botas dos generais, que exilou seus líderes: Velloso e Gil. Dele restou o inquieto e criativo Tom Zé e crias tardias, como Titãs.

“Uma Noite em 67”, no entanto, não utiliza a estética de ruptura da época. É por demais comportado. Tem o formato de um documentário de TV, com entrevistas e cenas de arquivo do festival e sequências de entrevistas estáticas. Centrado na noite de 21 de outubro de 67, seu olhar só deixa os músicos e a platéia para passear pelos bastidores. É quando oferece momentos engraçados com os entrevistadores Randal Juliano e Cidinha Campos, descontraídos, relaxando os concorrentes, dando espaço aos músicos. Mostram a faceta bem humorada do Roberto Carlos, líder da “Jovem Guarda”, programa musical cor de rosa da TV, que não incomodava os generais.

É, assim, filme de acomodação de opiniões, cheias de retoques, bem ao estilo do conservadorismo atual, que foge a qualquer tipo de comprometimento político-ideológico. Quando muito atira a esmo.

“Uma Noite em 67.”. Brasil. Documentário. 2010. 93 minutos. Direção: Renato Terra. Ricardo Calil. Elenco: Chico Buarque, Gilberto Gil, Edu Logo, Caetano Veloso, Sérgio Ricardo.

Portal Vermelho

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Serra, o retrato e a maldição de Dorian Gray

Curiosamente, o retrato de José Serra que vai aparecendo durante a campanha se assemelha cada vez mais aquele que seus aliados tentam colar em Dilma Rousseff. Vide a “entrevista” truculenta conduzida por William Bonner, no Jornal Nacional (as aspas são uma homenagem à inusitada prática de perguntar e não deixar a entrevistada responder, mais uma contribuição da Globo à inovação do jornalismo brasileiro). 

O comportamento recente de Serra com jornalistas recomenda uma boa dose de cautela para o casal Bonner-Bernardes quando for a vez de entrevistá-lo. Perguntas sobre práticas truculentas e autoritárias podem ser respondidas com uma demonstração didática das mesmas. 

O retrato pintado pela revista Veja começa a apresentar contornos e tonalidades que variam entre o incômodo e o sinistro.

Leia a íntegra na Carta Maior

Importante e Belo Depoimento de Hildegard



Hilde Angel abre o voto: ela quer Dilma presidenta!

BRASIL NUNCA MAIS

BRASIL NUNCA MAIS
clique para baixar. Íntegra ou tomos