quarta-feira, 29 de abril de 2009

Belo Epitáfio

É muito bonita, esta música gravada pelos Titãs e por Nasi, do IRA! Não sei qual é a mais bonita intepretação. As duas estão maravilhosas. Prestaram atenção à letra? É uma bela poesia. Posto aqui o vídeo com o irresistível Nasi e o áudio dos Titãs, logo abaixo. Deleitem-se!



Epitáfio
(Sérgio Britto, dos Titãs)

Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
Até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar…
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar…
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr

Titãs autor Sergio Brito - Epitáfio

domingo, 26 de abril de 2009

Manipulação, Abuso e Poder da Mídia



Carta Maior convidou alguns dos mais expressivos nomes do jornalismo e da academia brasileira para um debate sobre a atuação da mídia no Brasil.

O Encontro reuniu os professores Laurindo Leal Filho, Venício Lima, o jornalista Luis Nassif e o professor Damian Loreti, da Universidade de Buenos Aires. Além de convidados especiais Antonio Roberto Espinosa e Ivan Seixas. Na última sexta-feira, 24, em São Paulo.

Foi transmitido ao vivo pela TV Carta Maior e não está acessível ainda na Rede.

Está disponibilizado no Youtube o debate Brasil Nação, promovido pela TV Educativa do Paraná sobre o papel da mídia no Brasil. Participaram os jornalistas Leandro Fortes,Luiz Azenha, Beto Almeida e Alípio Freire.

Uma aula sobre manipulação, abuso e poder da Mídia.


São 10 partes, que você acessa aqui:

Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
Parte 8
Parte 9
Parte 10

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A Promiscuidade da Mídia e a ditadura


Beatriz Kushnir: a estreita união entre imprensa e ditadura


O conjunto da grande mídia ignorou o lançamento de Cães de Guarda — Jornalistas e Censores, do AI-5 à Constituição de 1988 (Boitempo Editorial, 2004). Não era para menos. O livro da historiadora Beatriz Kushnir tocava num dos pontos mais nebulosos da história do Brasil — a relação colaboracionista entre a imprensa e o regime militar (1964-1985). Em entrevista por e-mail ao Vermelho, Beatriz conta a gênese e as descobertas de Cães de Guarda, com destaque para o engajado apoio da Folha da Tarde à ditadura.

Por André Cintra

A Boitempo encaminhou Cães de Guarda a muitos jornalistas que solicitaram exemplares — inclusive profissionais da Folha de S.Paulo. Quase nada, porém, foi publicado sobre o livro. A que você atribui tamanho veto?Os jornais são empresas de comunicação — estruturas privadas que vendem um bem público: a notícia. Mas nelas só sai o que o dono quer, como dizia o jornalista Cláudio Abramo.

Sobre o tema da censura à imprensa durante o regime militar, já existem dezenas de trabalhos acadêmicos que viraram livros. O que Cães de Guarda acrescenta a esses estudos? Quais foram as principais descobertas e conclusões de sua pesquisa?O diferencial é que o livro trabalha com uma documentação interna. Localizei o acervo do Departamento de Censura de Diversões Públicas (DCDP), bem como o material da Academia Nacional de Polícia, que treinava os censores. O estudo focaliza a relação dos jornalistas com os censores no Brasil, durante a República e em especial de 1968 a 1988.

Busca-se demonstrar a existência de jornalistas que foram censores federais — e que também foram policiais enquanto jornalistas nas redações. Escrevendo nos jornais, ou riscando o que não poderia ser dito ou impresso, colaboraram com o sistema autoritário daquele período. Assim como nem todas as redações eram de esquerda, nem todos os jornalistas fizeram do ofício um ato de resistência ao arbítrio.

Recuo a março de 64 e à legislação censória no período republicano, como por vezes retorno ao início do século 20, demonstrando mais continuidades do que rupturas nesta relação. Centrei a reflexão nos jornalistas de formação e atuação, que trocaram as redações pela burocracia e fizeram parte do DCDP, órgão subordinado ao Ministério da Justiça, cargo de Técnicos de Censura.

Há uma diferença nada desprezível entre apoiar um regime ditatorial e colaborar com ele. Ciente disso, você afirma que a maioria da grande imprensa não só apoiou (o que é público e notório) como também colaborou (o que, por sua vez, não é tão disseminado). De que forma se deu esse vínculo?Se muitos dos censores eram jornalistas, em uma parte da grande imprensa, no período pós-1968, havia jornalistas que eram policiais. Neste sentido, trata-se de mapear uma experiência de colaboracionismo de uma parcela da imprensa com os órgãos de repressão no pós-AI-5. Tem-se como mote a atuação de alguns setores das comunicações do país e suas estreitas (permissivas) conexões com a ditadura civil-militar do pós-1964.

Além de não fazer frente ao regime e às suas formas violentas de ação, parte da imprensa também apoiou a barbárie. Utilizo esse termo, colaboracionismo, porque compreendo as atitudes tomadas como algo mais que uma adesão aos pressupostos do pós-1964 e principalmente do pós-1968. Além de apoio, também é compromisso — por isso colaborar tornou-se mais acertado do que aderir. Não dá para se eximir. Quem tem mais culpa? É o dono do jornal, é o jornalista? São circunstâncias que se dialogam.

Não estou dizendo que todo jornalista exerceu um papel de colaboração, nem que todas as empresas de jornalismo foram colaboracionistas. Analisei o caso específico de um grande jornal, mas você pode estender para outros casos. Esse termo do colaboracionismo é um termo que dói de ouvir. Isso reflete muito do país, da formação, dos processos econômicos.


Leia a entrevista na íntegra. Você não vai ler nos jornalões e nem nas telinhas.

No Portal Vermelho

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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Saia à rua, ministro Gilmar. Saia.

O Ministro Joaquim Barbosa, disse ao presidente do STF, hoje à tarde, o que muita gente gostaria de dizer.
Ele reagiu diante de decisões que considera incorretas sobre dois processos analisados pelo Supremo. Em agosto de 2007 Barbosa já havia denunciado os “jeitinhos de Gilmar”.

Destaque de hoje:

Joaquim Barbosa: "Vossa excelência me respeite. Vossa Excelência está destruindo a Justiça deste país e vem agora dar lição de moral em mim. Saia à rua, ministro Gilmar. Faça o que eu faço".

Gilmar Mendes: "Eu estou na rua", com deboche.

Barbosa: "Vossa Excelência não está na rua. Está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro."

O Ministro Barbosa encerrou dizendo a Mendes que ele não estava “falando com os seus capangas de Mato Grosso".

Assista o vídeo com o diálogo:



Vale a pena rever aqui o diálogo de 2007: Jeitinho
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terça-feira, 21 de abril de 2009

Van Gogh - único

O mais belo sonho de Kurosawa. Um encontro com Van Gogh.

Histórias Severinas - comovente e revoltante

A comovente saga de Severina e Rosivaldo contra a perversidade do sistema, a medicina elitista e a arrogância e a estupidez do judiciário.

O drama das mulheres portadoras de fetos anencéfalos, representadas por Severina, chega em linguagem de cordel, do insuperável J Borges. Um filme delicado, de Débora Diniz e Eliane Brum, com música tema de Mocinha de Passira.

Uma História Severina , trecho do filme, do cordel e da música





Ficha técnica:
Direção e Roteiro Debora Diniz e Eliane Brum Direção de Produção Fabiana Paranhos Edição Ramon Navarro Finalização Ramon Abreu Direção de Arte Ramon Navarro Xilogravuras e Cordel J.Borges Música-tema "A Semente da Dor e Sofrimento", de Mocinha de Passira

O filme foi legendado para o Português, Espanhol, Inglês, Francês, Italiano, Japonês e Dinamarquês

Sinopse:
Severina é uma mulher que teve a vida alterada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. Ela estava internada em um hospital do Recife com um feto sem cérebro dentro da barriga, em 20 de outubro de 2004.
No dia seguinte, começaria o processo de interrupção da gestação. Nesta mesma data, os ministros derrubaram a liminar que permitia que mulheres como Severina antecipassem o parto quando o bebê fosse incompatível com a vida. Severina, mulher pobre do interior de Pernambuco, deixou o hospital com sua barriga e sua tragédia.
E começou uma peregrinação por um Brasil que era feito terra estrangeira - o da Justiça para os analfabetos. Neste mundo de papéis indecifráveis, Severina e seu marido Rosivaldo, lavradores de brócolis em terra emprestada, passaram três meses de idas, vindas e desentendidos até conseguirem autorização judicial. Não era o fim. Severina precisou enfrentar então um outro mundo, não menos inóspito: o da Medicina para os pobres.
Quando finalmente Severina venceu, por teimosia, vieram as dores de um parto sem sentido, vividas entre choros de bebês com futuro. E o reconhecimento de um filho que era dela, mas que já vinha morto.
A história desta mãe severina termina não com o berço, mas em um minúsculo caixão branco.
Onde comprar: http://www.anis.org.br/ImagensLivres/Detalhes.cfm?Idfilme=5

sábado, 18 de abril de 2009

Cagada

Absolutamente ridícula esta notícia. É patético demais, alguém
interessar-se em pagar por um penico cagado.
Mas se um certo expresidente tivesse pensado nisso ...

Dona de pub leiloa vaso sanitário usado por esposa do príncipe Charles


Londres, 17 abr (EFE).- A dona de um pequeno pub de Framfield, sul da Inglaterra, decidiu leiloar um dos banheiros do local depois que Camilla, a esposa de Charles da Inglaterra, utilizou o vaso sanitário em uma visita inesperada.

Em entrevista à agência de notícias "PA", Chris Azerkane explicou que a duquesa da Cornualha apareceu de surpresa no pub Hare and Hounds e pediu para usar o banheiro quando ia ao funeral de um parente nesta localidade.

Azerkane contou que estava limpando a cozinha quando viu vários carros pararem diante do estabelecimento e, em seguida, homens vestidos de terno e gravata e duas loiras descerem dos veículos.

"Fui abrir a porta e me surpreendi ao ver que uma das mulheres era Camilla, e que estava na minha frente. Ela sorriu e disse olá, e eu pensei: 'o que faço, uma reverência ou me curvo?", lembrou a proprietária do hotel.

"Ela me perguntou se podia utilizar o banheiro e eu disse: 'claro que pode. Precisam ser decorados, mas estão limpos'. Felizmente uma das faxineiras acabara de limpá-los. Após usá-los, ela foi muito doce e disse que estava bem, e que eu não me preocupasse", afirmou.

A dona do pub explicou à rede de televisão "Sky News" que "depois que eles saíram, fui direto ao banheiro e disse a todo o mundo que minhas nádegas tinham sido tocadas pela realeza".

"A partir de então, brincava de que qualquer pessoa que se aproximasse de mim tinha que me dar uma nota de 10 libras (US$ 14,7)", disse Azerkane, que afirmou que o vaso sanitário em questão se transformou em uma espécie de atração turística e que os frequentadores do pub tiravam foto junto a ele.

Ela e o marido, então, pensaram que seria uma boa ideia vender o vaso sanitário através do e-Bay e dar o dinheiro que arrecadassem a dois hospitais, o Royal Brompton e o Kings College, onde seu neto Omar, de 16 meses, é tratado com um problema pulmonar.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Para entender a crise


Ignacio Ramonet escreve sobre a atual crise do capitalismo, fazendo uma minuciosa análise da história do capitalismo, desmascarando mitos e dando uma aula de economia.


Leitura necessária.


O krach perfeito, novo livro de Ignacio Ramonet


por Doulas Estevam, de Paris, para Brasil de Fato

Ignacio Ramonet acaba de publicar seu mais recente trabalho, “O krach perfeito, crise do século e refundação do futuro”, no qual desenvolve uma minuciosa análise dos eventos que, para o autor, se configuram como uma precipitação do “fim de uma era do capitalismo”, em que “o sistema financeiro internacional foi comprometido como nunca antes. Pior do que em 1929”.

Em um ensaio conciso, a descrição dos elementos ideológicos, políticos e econômicos que configuraram as bases da atual crise financeira se articulam com a exposição da emergência de uma ordem mundial marcada pela globalização neoliberal em detrimento dos mecanismos de regulação, estímulos econômicos e investimentos públicos realizados pelo Estado que, somados às políticas de pleno emprego, haviam caracterizado o período anterior, fortemente influenciado pelo pensamento de Keynes. Ele enfatiza ainda um outro fenômeno inédito que se produziu no último ano: a alta simultânea dos preços do petróleo, dos produtos primários e dos produtos alimentares. “Todos os elementos são reunidos para um krach [equivalente francês ao termo inglês crash] perfeito, que só vemos uma vez a cada século”.

Arqueologia do krach

“Tudo começou em 15 de agosto de 1971. Neste dia, o presidente estadunidense Richard Nixon anuncia que os EUA suspendem a conversibilidade do dólar em ouro”. Chegava ao fim o sistema de Bretton Woods e abria-se o caminho às manobras monetárias de Washington e à desregulamentação financeira, marcos de um novo capitalismo.

Em sua Arqueologia do Krach, título do primeiro capítulo do livro, as teorias dos “três oráculos do neoliberalismo” Schumpeter, Hayek e Milton Friedman, são analisadas. A presença dos teóricos formados pela Escola de Chigago (da qual os dois últimos foram os maiores expoentes) nas ditaduras de Pinochet no Chile e de Suharto na Indonésia, em 1971, e depois, no início dos anos oitenta, nos governos de Margaret Thatcher e Ronald Reagan, na Inglaterra e Estados Unidos, marcam a chegada ao poder da chamada “revolução conservadora”. Centradas em um “neoliberalismo agressivo, redobrada por um anti-keynesianismo militante”, suas teses, que têm como principal objetivo “chegar ao fim da longa tradição de intervenção econômica e social do Estado, dominaram o campo teórico do capitalismo real dos últimos trinta anos”.

Schumpeter introduziu o conceito de destruição criativa, para o qual a lógica do capitalismo seria marcada por uma constante inovação, tendo singular importância a inovação tecnológica e a figura do empreendedor.

Hayek, “muito mais ideológico, o verdadeiro mestre do pensamento, o profeta dos neoliberais”, defendia um conceito próprio de ”Estado mínimo, desprovido de poder de intervenção econômica, e a ideia de que o mercado tem sempre razão”. O teórico americano Milton Friedman contribuiu com sua tese da nova violência capitalista. Para ele, “o livre mercado é um sistema científico perfeito” e o “Estado teria como única função proteger nossa liberdade contra os inimigos externos”.

“Ao longo dos anos 80, as principais firmas multinacionais, os bancos de Wall Street, o Federal Reserve dos Estados Unidos e os organismos financeiros internacionais, elaboram em comum, sob a base destes comandos neoliberais, uma doutrina feita de competitividade, disciplina orçamentária, reforma fiscal, redução de despesas públicas, liberalização de trocas comerciais, financeiras e privatizações massivas do setor público”.

Estas medidas são postas em prática com os “programas de ajustamento estrutural”. No final da década de oitenta e início dos anos noventa, com a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética, ficava “suprimido o principal obstáculo político à expansão do neoliberalismo”, dando aos neoliberais a segurança de que “suas concepções de economia foram a chave da vitória”. Responsáveis do Banco Mundial sintetizam as teses neoliberais no “Consenso de Washington”, que o “Pôquer do Mal – FMI, Banco Mundial, OCDE e OMC” se encarregariam de promover, primeiro na América Latina, e logo depois na Ásia e África. É o apogeu do mercado contra o Estado, marcado por uma transformação profunda da política, a adoção de uma globalização que “concerne sobretudo ao setor financeiro. A liberdade de circulação dos capitais tornando-se absoluta, este setor dominando, de longe, a esfera da economia”.

A fábrica do krach

Ramonet dedica uma parte de sua análise às crises que precederam o krach atual. Nesta parte de seu estudo, denominada “A fábrica do krach”, ele percebe o primeiro sintoma da “crise do século” nos eventos que atingiram os “tigres asiáticos” em 1997, que demonstraram claramente que “o sistema financeiro edificado pela teoria neoliberal, com mercados desregulados e liberalizados, atores abusando dos efeitos de alavancagem e capitais internacionais em movimento permanente, estava se tornando perigosamente frágil”. Recuando no tempo, ele menciona os impactos da crise do México, amenizada por uma massiva intervenção dos Estados Unidos.

A revolução da internet, que no início da década de noventa “parecia confirmar as duas teses schumpeterianas: a da mudança de cíclo, provocada pelo salto tecnológico, e a da destruição criativa”, foi duramente abalada pela explosão da Bolha da Internet. Os especuladores estavam persuadidos de que “uma das transformações mais rápidas que o mundo conheceu, em virtude das leis da destruição criativa” obrigaria as empresas a “se adaptarem, a investir enormemente em equipamentos de informática, telecomunicações, redes numéricas, cabos ópticos etc. As perspectivas de crescimento pareciam ilimitadas”. As cotações das ações das empresas de internet explodem, as “stock options desempenham um papel importante nesta febre” e, depois de cinco anos de especulação, em março de 2000, a bolha explode.

Os outros exemplos são as empresas Enron e Parmalat. Reconhecida como “um modelo de audácia e modernidade, de governabilidade de empresa, com a capacidade de melhor operar nos mercados desregulamentados de produtos derivados”, a norte-americana Enron conseguiu um aumento de 90% do valor de suas ações em único ano. “A ascensão do valor das ações fazia calar os últimos céticos”. Seu sucesso se devia a escandalosos métodos fraudulentos. Em 2001 foi descoberto que a empresa “exagerava artificialmente seus rendimentos, ocultando déficits, utilizando uma infinidade de sociedades fantasmas e falsificando suas contas”, tudo em cumplicidade com uma agência de auditoria. Um prejuízo de 68 bilhões de dólares.

A Parmalat, outro “exemplo de sucesso impulsionado pela dinâmica da globalização liberal” não ficaria atrás, falsificando documentos, balanços e realizando desvios contábeis que, em 2003, viriam à tona numa operação que envolvia prejuízos de mais de 11 bilhões de euros. Todos estes acontecimentos não foram suficientes para conter os “instintos animais” que, segundo Keynes, a liberdade econômica estimula.

O fim de uma Era de Ouro

Apesar de todas estas crises, o sistema parecia miraculosamente intocável. Um dos artesãos deste milagre foi Alan Greenspan, presidente do Banco Central Americano. Ele desenvolve “uma política agressiva de taxas de juros baixas e encoraja os americanos a se endividarem além de suas possibilidades”. Estimulado pelo contexto de desregulamentação, “surge um novo capitalismo ainda mais brutal e concorrente” para o qual Robert Rubin iria desempenhar um papel central ao implementar as reformas que eliminavam as incompatibilidades entre bancos de investimento e bancos de depósito. “A porta é aberta para toda sorte de excessos da parte de financistas ávidos de rendimentos máximos”. Com estas medidas, os fundos de investimentos se tornam os “novos mestres do universo”.

Essa iniciativa resultou na crise imobiliária norte-americana que, através de uma “indústria financeira hipersofisticada”, acompanhada de uma “engenharia financeira dotada de uma forte criatividade, não cessou de se desenvolver inventando instrumentos (títulos derivados, subprimes, hedge fonds) e técnicas” que provocaram a generalização internacional de uma crise, desencadeando em todo o mundo uma sequência de falências, desempregos, nacionalizações, planos de salvamento e quebras que veríamos eclodir em 2008.

A todas estas crises vêm ainda se juntar as crises energética e alimentar. Para Ramonet, “cada uma delas age sobre as outras. Elas se estimulam. Elas constituem o saldo deplorável de três décadas de neoliberalismo”. A emergência da China como superpotência econômica “é um presságio de que os dias dos Estados Unidos como primeira potência econômica estão contados”. As manifestações sociais que se espalham pelo mundo, como as que se viram nos países mais afetados pela crise alimentar, as que se realizaram na Grécia, ou a eleição de Obama, que gerou um entusiasmo que pode “rapidamente se transformar em decepção, frustação e cólera”, são para o autor sinais de emergência da questão social que se coloca “no coração do debate político”.

Contudo, Ramonet reconhece que “este krach talvez não signifique o fim do capitalismo, que já conheceu outros e conseguiu se recuperar”, mas não deixa de perceber que, mesmo num contexto de vazio teórico das esquerdas, “a crise atual, pela sua extensão e intensidade, fornece a ocasião de transformar, enfim, a arquitetura geoeconômica e geopolítica do mundo”.

Douglas Estevam é correspondente do Brasil de Fato, em Paris.

terça-feira, 14 de abril de 2009

E quem é Glória Coelho?!


Fillardis: Preconceito de estilista dói e dá penaThais Bilenky

"... Na Fashion Week já tem muito negro costurando, fazendo modelagem, muitos com mãos de ouro, fazendo coisas lindas, tem negros assistentes, vendedoras, por que têm de estar na passarela?".


A atriz Isabel Fillardis ficou estarrecida com o comentário da estilista Glória Coelho, que diz não saber por que negros haveriam de estar na passarela em eventos de moda. Fillardis analisa que o preconceito "é subliminar":

- Ela não sabe que é preconceituosa. Eu vou crer nisso. Isso é preconceito. Ele só serve para servir, o negro. Para brilhar na passarela, para ser internacional, para ganhar dinheiro, como a Gisele ou como qualquer um, não pode. É horrível isso. Dói. Isso dói muito, sabe? E tenho pena. Eu tenho pena. Tenho, realmente.

Reportagem de Paulo Sampaio publicada no domingo (12) pelo jornal Folha de S.Paulo aborda proposta do Ministério Público Federal de criar cotas para modelos negros na São Paulo Fasion Week, evento dos mais importantes de moda do país.

Na matéria, Glória Coelho manifestou resistência à iniciativa. "Nosso trabalho é arte, algo que tem de dar emoção para o nosso grupo, para as pessoas que se identificam com a gente. (...) Na Fashion Week já tem muito negro costurando, fazendo modelagem, muitos com mãos de ouro, fazendo coisas lindas, tem negros assistentes, vendedoras, por que têm de estar na passarela?".

Leia a íntegra no Terra Magazine. E se indigne.
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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Cinismo de Pai para Filha ou Seguindo passos inúteis




Filha de FHC continua recebendo sem comparecer ao Senado


Com um salário de R$ 7,6 mil no cargo de secretaria parlamentar, Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, continua recebendo e não comparecendo ao gabinete do senador Heráclito Fortes (DEM-PI) onde está lotada desde abril de 2003. O procurador Marinus Marsico entrou com uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a devolução dos salários recebidos.


Entrevistada pela jornalista Mônica Bérgamo, do jornal Folha de S.Paulo, Luciana Cardoso disse que não trabalhava no gabinete do senador porque o espaço “é um trem mínimo e a bagunça, eterna”. Foi com base nesta afirmação que o procurador ingressou com a ação no TCU.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o senador Heráclito respondeu ao Vermelho que a funcionária não precisa dar expediente no Senado. Segundo ele, Luciana Cardoso trabalha em casa na catalogação de documentos e organizando os arquivos pessoais dele.

A filha do ex-presidente FHC, segundo o senador, mora em Brasília e tem autorização dele para fazer seu trabalho de casa. A assessoria não soube informar qual a formação profissional de Luciana e evitou fornecer o contato da secretária. Apenas disse que ela fazia o mesmo tipo de trabalho quando assessorava o pai na Presidência.

Na curta entrevista à Folha, questionada sobre o seu salário, Luciana respondeu: “Salário de secretária parlamentar, amor! Descobre aí. Sou uma pessoa como todo mundo. Por acaso, sou filha do meu pai, não é? Talvez só tenha o sobrenome errado.”

Explicou que sempre estava à disposição do senador. “Como faço coisas particulares e aquele Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo, eu vou lá de vez em quando. Você já entrou no gabinete do senador? Cabe não, meu filho! É um trem mínimo e a bagunça, eterna. Trabalham lá milhões de pessoas. Mas se o senador ligar agora e falar vem aqui, eu vou lá”, disse.

A entrevista termina quando ela é questionada sobre os serviços que realizava na semana. “Cê não acha que eu vou te contar o que eu tô fazendo pro senador! Pensa bem, que eu não nasci ontem! Preste bem atenção: se eu estou te dizendo que são coisas particulares, que eu nem faço lá porque não é pra ficar na boca de todo mundo, eu vou te contar?”

De Brasília,
Iram Alfaia

no Vermelho

domingo, 12 de abril de 2009

A Folha e suas bandeiras




Ombudsman cobra Folha sobre reportagem contra Dilma



O ombudsman da Folha de S.Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva, criou coragem. Ele cobra em sua coluna deste domingo (12) que o jornal divulgue, pelo menos em sua edição eletrônica, Folha Online, a gravação da entrevista com Antonio Roberto Espinosa que serviu de pretexto para a manchete de uma semana atrás, Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Netto. Espinosa, em carta ao ombudsman, acusa os editores da Folha de transformarem ''um não-fato de 40 anos atrás num factóide do presente'' contra a ministra Dilma Rousseff.




Por Bernardo Joffily, para o Vermelho



A coragem de Lins da Silva foi estimulada pelas 58 mensagens que ele recebeu – foi a matéria mais comentada pelos leitores – sobre a reportagem que Espinosa chama de ''forma sórdida de anticampanha'' contra Dilma. Das 58, cinco consideram o texto ''propaganda descarada que os senhores proporcionaram a Dilma'', enquanto ''as outras 53 acharam que ela tentava prejudicar as aspirações presidenciais da ministra''.Coragem, pelo no muchoO Ombudsman recomendou ao jornal durante a semana ''que publicasse a transcrição da gravação para dirimir dúvidas''. Responderam-lhe que ''não faz sentido''. A coluna mantém a recomendação, alegando que Espinosa faz duas alegações ''sérias'': ''ele nega ter dito que a ministra tinha conhecimento do plano de sequestrar Delfim e que a operação estava com data e local definidos''.A coragem do ombudsman não é tamanha que o leve a encarar de frente o xis da questão. Ele, que tem acesso à gravação da entrevista, bem poderia dizer quem afinal de contas tem razão: o jornal que lhe paga o salário? ou Espinosa, ex-dirigente do grupo VAR-Palmares, que acusa a reportagem de ''mais peremptória que a própria polícia da ditadura''?O que escreveu o ombudsmanNo entanto, a leitura da coluna dá a entender nas entrelinhas que Lins da Silva ficou constrangido e um pouco enojado com a atitude da Folha. Veja a íntegra do texto, sob o título Para ficar ao abrigo de desmentidos:
''No domingo passado, escrevi na avaliação diária das edições deste jornal sobre a reprodução na Primeira Página da ficha policial da ministra Dilma Rousseff na ditadura: ''Colocar como ilustração da entrevista de um colega seu [de Dilma] de luta armada a ficha policial dela com foto me parece uma forçada de barra. O certo, a meu ver, seria colocar ali a foto de Antonio Espinosa.''Essa ''forçada de barra'' (similar à de quarta, quando o diretor da ANP [Agência Nacional do Petróleo] Victor Martins, acusado de irregularidades, foi identificado em título de chamada e reportagem como ''irmão de Franklin'' [Martins, ministro da Comunicação]) certamente contribuiu para leitores acharem que o jornal havia dito que Dilma planejara o sequestro do então ministro Delfim Netto em 1969.A reportagem receberia críticas mais graves no decorrer da semana. Antonio Roberto Espinosa, ex-dirigente do grupo VAR-Palmares, no qual a ministra militava, e principal fonte para o texto publicado, contestou parte de seu conteúdo.A meu juízo, suas alegações mais sérias são: ele nega ter dito que a ministra tinha conhecimento do plano de sequestrar Delfim (faz uma distinção entre ''informação política'', que ela pode ter tido, e ''informação factual'', que ela não tinha) e que a operação estava com data e local definidos.Com atraso de dois dias, que eu julguei evitável com alguma dose de flexibilidade, a Folha publicou a contestação de Espinosa e a rebateu. A Redação diz que todas as declarações que comprovam o que havia saído no domingo estão gravadas.Recomendei ao jornal que publicasse a transcrição da gravação para dirimir dúvidas. Ela me respondeu o seguinte: ''Não faz sentido reproduzir novamente as declarações de Espinosa. Elas já estavam na reportagem de domingo. (...) Consideramos suficiente a publicação da carta do entrevistado e a nota da Redação.''Eu mantenho a recomendação. A edição eletrônica do jornal (Folha Online) não tem limite de espaço como a edição impressa. Pode tanto publicar a transcrição da entrevista na íntegra quanto reproduzi-la em áudio.Afinal, um dos motivos por que entrevistas (e esta, pela sua importância, deveria ter sido feita pessoalmente, não por telefone) são gravadas é para comprovar o que o jornal publica. Como diz o Manual da Redação: ''O jornalista que usa gravador fica ao abrigo de desmentidos''.Que cada leitor a leia ou escute e chegue às suas conclusões. E essas conclusões certamente serão díspares entre si porque cada pessoa sempre entende o que quer de qualquer discurso.Recebi 58 mensagens de leitores sobre esta reportagem. Cinco a consideraram, conforme uma delas, ''propaganda descarada que os senhores proporcionaram a Dilma''. As outras 53 acharam que ela tentava prejudicar as aspirações presidenciais da ministra.De qualquer modo, o jornal fica devendo ao leitor reportagens similares sobre as atividades durante o regime militar dos outros principais pretendentes à Presidência da República em 2010.
A Folha da ''ditabranda'' reincideA Folha de S.Paulo é reincidente no tratamento antijornalístico e anti-histórico de fatos da ditadura militar de 1964-1985. Um mês antes da ''pegadinha'' contra Dilma, ela foi acossada por protestos depois de dizer em editorial que a ditadura não foi tão ruim assim, chamando-a de ''ditabranda''. O neologismo filoditatorial provocou uma manifestação de rua diante da sede do jornal, que viu-se obrigado a recuar.Um dia, quem sabe, algum ombudsman verdadeiramente ousado há de expor os esqueletos que a Folha oculta nos porões da Rua Barão de Limeira, exigindo uma mea culpa pelo fato do jornal dos Frias ter apoiado o golpe, a ditadura, a repressão, a tortura, assassinato e ''desaparecimento'' de presos políticos. Até lá, a Folha pelo menos deveria tomar consciência de que, quando incursiona pelo passado ditatorial, pisa em terreno minado.Quanto a Dilma Rousseff, poderá ganhar ou perder as eleições presidenciais de 2010, mas a sua juventude de militante antiditatorial certamente não lhe tirará votos. Pelo contrário, a imagem de ''Joana Darc da esquerda'' (termo usado quando ela era presa política torturada, conforme um relatório sobre ela enviado pela Embaixada dos Estados Unidos em Brasília para o Departamento de Estado) só pode despertar simpatia e admiração em uma opinião pública que condena a ditadura e homenageia os que a combateram.Isso já ficara claro em outro episódio, de maio do ano passado. Dilma depunha no Senado sobre o ''Caso do Dossiê'' (quem lembra do ''Caso do Dossiê''?); o senador José Agripino Maia (DEM-RN) sugeriu que, por ter mentido quando presa durante a ditadura, ela também poderia estar mentindo sobre o caso; a resposta da ministra arrancou aplausos e arrasou o demista:
''Eu fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar falar a verdade para os torturadores, entrega os seus iguais. Eu me orgulho muito de ter mentido na tortura, senador.''



No Vermelho. Veja também:




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terça-feira, 7 de abril de 2009

Essa mídia fede


Protógenes: como a imprensa favoreceu Daniel Dantas


O delegado Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha, produziu um documento de 30 páginas, em que denuncia o envolvimento da imprensa brasileira no apoio ao banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity. O material, divulgado com exclusividade pelo site Consultor Jurídico, foi apreendido pela Polícia Federal (PF) por ter sido feito sem autorização legal.
Protógenes menciona o jornal Folha de S.Paulo e revistas como Piauí e IstoÉ em supostas "parcialidades" no conteúdo editorial. Segundo Protógenes, os veículos teriam produzido "reportagens que refletem o interesse de determinados grupos econômicos", em referência ao banco Opportunity e à Brasil Telecom.

O material de Protógenes se baseia em análises de artigos, editoriais, reportagens e colunas publicadas desde 2007, período em que eclodiu a Operação Satiagraha, que determinou as prisões de Dantas, do ex-prefeito Celso Pitta e o investidor financeiro Naji Nahas.

O delegado transcreve, em determinado trecho do documento, a reportagem "Os vencedores da telefonia", publicada em 16 de janeiro de 2008 na revista IstoÉ. Segundo afirma Protógenes, o texto faz referência a Dantas apenas como um dos acionistas da Brasil Telecom, e não, segundo ele, como personagem determinante na fusão da empresa com a Oi.

Em outro trecho do material, o delegado da Satiagraha aborda a matéria "Justiça pede dados sobre Telecom Itália", veiculada em 13 de dezembro de 2006, na Folha de S.Paulo. Protógenes afirma que o texto "curiosamente não aprofunda o aspecto da investigação que vem sendo desenvolvida na Itália, o qual trata do pagamento de propina a políticos pela Telecom Itália". É uma alusão à disputa da empresa européia com o Opportunity, de Dantas, pelo controle da Brasil Telecom.

Já a revista Piauí é questionada pelo delegado por, em reportagem extensa, ressaltar a trajetória profissional do banqueiro do Opportunity, com enfoque à "inteligência e sagacidade" do empresário, e não destacar seu suposto envolvimento irregular em mega transações financeiras. De acordo com Protógenes, "curiosamente a VideoFilmes, instituição de propriedade de um dos sócios da Piauí, recebeu aportes financeiros da Brasil Telecom, na época em que esta era gerida por Dantas".

A Operação Satiagraha teve seu estopim em meados de 2007. A Polícia Federal, órgão responsável pelo caso, investiga a participação dos suspeitos em ações de desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e evasão de divisas em negociações financeiras.

No Vermelho, com informações do Portal Imprensa

100 Anos de Patativa Assaré




segunda-feira, 6 de abril de 2009

Evolução Já!


O Brasil precisa avançar muito. Muitíssimo. Os números apresentados pelo IPEA mostram um desequilíbrio social. A concentração da renda e das terras precisam ser atacadas radicalmente. Terra para quem nela trabalha! Mais programas de apoio às iniciativas agrícolas e pequenas empresas! Escolas para todos! Alô Alô, sociedade, vamos acordar ou queremos viver refugiados entre muros?

Estamos fazendo reforma agrária desde os anos 50 e nossa distribuição fundiária é pior do que a de 50 anos atrás; nossa carga tributária onera os mais pobres; a única coisa que vai bem é a educação", afirmou ele, citando dados que apontam que o percentual dos jovens que frequenta a universidade passou de 5,6%, em 1995, para cerca de 12%, em 2007.

Só 6% controlam geração de renda no Brasil

Os meios de produção de riqueza do país estão concentrados nas mãos de 6% dos brasileiros. É uma das conclusões apresentadas no livro Proprietários: Concentração e Continuidade lançado na última quinta-feira (2), na sede do Conselho Regional de Economia (Corecon), em São Paulo.


A publicação é o terceiro volume da série Atlas da Nova Estratificação Social do Brasil, produzida por Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e vários economistas do órgão. Do livro, consta um levantamento que revela que, de cada 20 brasileiros, apenas um é dono de alguma propriedade geradora de renda: empresa, imóvel, propriedade rural ou até mesmo conhecimento – também considerado um bem pelos pesquisadores.

Em entrevista coletiva organizada para o lançamento do livro, Pochmann afirmou que a concentração das propriedades no Brasil é antiga e remete ao tempo da colonização. Desde a concessão das primeiras propriedades agrícolas, passando pela industrialização ocorrida no século 20, até o aumento da atividade financeira, os meios de produção sempre estiveram sob controle da mesma e restrita parcela da população nacional.

"A urbanização aumentou o número de propriedades e de proprietários, mas não acompanhou o aumento da população. A concentração permanece. Nós [brasileiros] nunca vivemos uma experiência de democratização do acesso às propriedades no nosso país", disse.

De acordo com o livro, os proprietários brasileiros têm um perfil específico comum. A grande maioria tem entre 30 e 50 anos de idade, é de cor branca, concluiu o ensino superior, e não tem sócios.

Para Pochmann, o quadro da distribuição das propriedades brasileira é grave. O Brasil tem seus meios produção de riqueza mais mal distribuídos entre os países da América Latina, por exemplo. E isso não deve mudar em um curto prazo, segundo o economista.

“Estamos fazendo reforma agrária desde os anos 50 e nossa distribuição fundiária é pior do que a de 50 anos atrás; nossa carga tributária onera os mais pobres; a única coisa que vai bem é a educação", afirmou ele, citando dados que apontam que o percentual dos jovens que frequenta a universidade passou de 5,6%, em 1995, para cerca de 12%, em 2007.

Pochmann disse porem que mesmo com o aumento dos índices da educação, ele ainda está muito aquém do encontrado na Europa, onde 40% dos jovens têm diploma universitário. Ressaltou também que a mudança da distribuição das propriedades por meio da educação é a forma mais lenta de justiça.

Agência Brasil

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Os vestais e a hipocrisia de classe



Filha de FHC é acusada de receber sem trabalhar no Senado

O Procurador Marinus Marsico ingressou nesta terça (31) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) com uma representação para que Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, lotada no gabinete do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), devolva os salários que recebeu e não trabalhou no Senado.


Segundo o site Congresso em Foco, além da filha de FHC, o procurador denunciou a diretora de Comunicação do Senado, Elga Maria Teixeira Lopes, e os servidores que receberam horas extras em pleno recesso da Casa.

''Os três casos envolvem funcionários do Senado que receberam e não ofereceram serviços para a Casa em troca. Peço que sejam apuradas as denúncias e, se confirmadas, a devolução dos valores ao Tesouro Nacional'', disse o procurador.

O caso da filha de FHC já havia sido levado a público pelo jornal Folha de S.Paulo para quem Luciana Cardoso declarou não trabalhar porque a Casa “é uma bagunça”. Embora esteja lotada no gabinete do senador do DEM, ela não aparece para trabalhar.

Na condição de 1º secretário do Senado, Heráclito Fortes é responsável pela parte administrativa da Casa. Diante das inúmeras denúncias na área, ele já anunciou diversas iniciativas “moralizadoras”, mas no caso da filha do aliado político preferiu não se pronunciar.

De Brasília,
Iram Alfaia
http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=53512

BRASIL NUNCA MAIS

BRASIL NUNCA MAIS
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