terça-feira, 11 de novembro de 2008

Mais Caelhordice






Nilma Bentes escreve sobre as últimas calhordices de Caetano Veloso e faz refletir sobre a necessidade de encarar o racismo disfarçado no Brasil.

Nilma é uma respeitada militante negra de Belém, do Pará, da Amazônia, do Brasil.


Carta de Nilma Bentes, provocada pelo texto Caetano, cada dia mais gagá, quer branquear Obama , da Maria Frô

Sei que alguém tem de fazer isso: ver, ler, ouvir as coisas que o Caetano Veloso vem ´fazendo´ contra nossa luta, mas, confesso, tenho me poupado disso, pois me invade uma indignação tal, que me causa mal. Evidente que não só ele (o Ferreira Gullar, e outros, também; pelo menos uma pessoa dos 113 já se foi...).

A partir de certa época me chamou a atenção o enorme grau de racismo da maioria dos brancos baianos (Salvador, mais especificamente), pois, talvez diferentemente dos brancos de outros Estados, os baianos brancos/as são PRATICAMENTE OBRIGADOS/AS a conviver com a população negra (mesmo que só nas suas cozinhas, nas portarias de seus prédios, nas garagens, etc.). Isso, parece, torna Salvador uma cidade um tanto mais peculiar que outras, até porque, como foi a primeira capital do Brasil, para lá fora levados africanos (creio) de todas as etnias ´subjugadas´ no continente africano. Isso, talvez , torne Salvador um local onde a diversidade africana é mais diversa, então (parece), cria mais dificuldade à hegemonia integral dos/as brancos/as.

Isso é um tanto diferente do RJ, onde o apartheid (de moradia, pelo menos; Av. Atlântica, Vieora Souto, etc), é mais visível (soube que no bairro da Laranjeiras, nem ´as/os´ empregadas/os domésticas/os são negros). Diferente também de São Paulo onde apesar de ter o maior contingente de negros/as do país, proporcionalmente, são quase insignificantes, até porque estão ´diluidos e de certa forma mimetizados´ com o ´ser paulistano´ (capital).


Vale a pena ler a íntegra aqui
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